Análise: Crisis Core: Final Fantasy VII – Reunion - Neo Fusion
Análise
Crisis Core: Final Fantasy VII – Reunion
12 de dezembro de 2022
Crisis Core: Final Fantasy VII – Reunion foi analisado no PlayStation 5 a partir de um código cedido pela Square Enix

Em 2008, Crisis Core: Final Fantasy VII foi o jogo que me motivou a comprar um PSP. Assim, fiquei bastante animado com a oportunidade de reviver a antiga aventura portátil, agora adaptada para as telas grandes e consoles mais potentes. No entanto, Crisis Core: Final Fantasy VII – Reunion foi muito além das minhas expectativas, efetivamente transformando o game em algo melhor.

Ao mesmo tempo que o título reviveu minhas boas memórias do passado, essa “segunda chance” para ele revelou algumas questões intrínsecas à maneira como o jogo foi feito. No final das contas, o que a Square Enix acaba entregando é um jogo mais refinado, mas que respeita seu formato original e mantém algumas de suas imperfeições.

Crisis Core: Final Fantasy VII – Reunion é uma versão atualizada de um game que surgiu no primeiro momento em que a empresa decidiu revisitar seu game mais famoso. Na época, em vez de tentar recontar sua história, a desenvolvedora decidiu enriquecê-la na forma de diversos spin-offs, lidereados pela aventura estrelada por Zack Fair.

Anos antes dos acontecimentos de Final Fantasy VII, vemos Zack como um Soldier de Segundo Ranking que se vê em uma situação delicada. Após o fim da guerra entre Midgar e Wutai, o Soldier de Primeiro Ranking Angeal desaparece, levando consigo diversos dos soldados de nível menor que trabalhavam com a empresa Shinra. Agora, cabe ao jogador tentar entender o que aconteceu e lidar com uma trama que redefine alguns personagens, adicionando mais camadas narrativas a eventos que podem já ser conhecidos pelo público.

Crisis Core: Final Fantasy VII – Reunion traz diversas melhorias de gameplay

A primeira coisa que fica clara ao ligar a nova versão do jogo é o quanto ela está mais bonita que a original. Sabe aquela coisa de “não é como era na época, mas é como eu lembrava”? Pois é esse o efeito que Reunion deixa em quem teve a oportunidade de jogar o Crisis Core original, e isso é bastante positivo.

A qualidade visual não chega a se aproximar daquela vista em Final Fantasy VII Remake, mas o jogo parece muito bem um RPG de médio orçamento feito para o PlayStation 4 — o que nesse caso é um grande elogio. Curiosamente, o título parece ter recebido mais cuidado do que aquele que a Square Enix cedeu a títulos mais recentes de seu catálogo, como Valkyrie Elysium ou o Star Ocean mais recente.

Crisis Core: Final Fantasy VII – Reunion

O jogo só não acerta 100% no upscale feito em suas cenas de animação originais, que surgem com alguns artefatos visíveis e que denotam sua origem em um hardware limitado. Felizmente, isso não chega a incomodar, e o remaster poderia enganar muito bem algumas pessoas de que foi feito para a geração atual, do ponto de vista gráfico.

No entanto, alguns elementos deixam claro que Crisis Core: Final Fantasy VII – Reunion é um jogo que se originou no PSP. O principal deles é o fato de que a maioria das áreas do jogo surge de forma um tanto “compartimentalizada”, sendo divididas em pequenas salas que exigem um carregamento entre elas.

As limitações do antigo portátil também ficam evidentes no combate do jogo, que é acionado de foram aleatória conforme o jogador anda pelos cenários. Quando isso acontece, surge uma pequena área de ação limitada, que só some quando o jogador consegue derrotar todos os seus inimigos ou decide fugir deles.

É também no combate que se sentem os maiores ajustes que a Square Enix fez. Jogar Crisis Core em 60 quadros por segundo torna os comandos mais responsivos, e a troca de uma tela pequena por uma grande faz com que seja mais fácil desviar de ataques e entender o que está acontecendo no jogo.

Crisis Core: Final Fantasy VII – Reunion

A Square Enix também aproveitou a quantidade maior de botões que um gamepad tradicional para recriar o sistema de comandos. Usando atalhos criados de forma inteligente, o jogador agora consegue usar diferentes tipos de magias e itens com mais facilidade, colaborando para tornar o jogo menos confuso de entender.

Outra mudança notável é a adição de uma espécie de “barra de espera” quando um adversário vai usar um golpe especial. Durante essa fase, se você atacá-lo rápido o suficiente, é possível diminuir a efetividade do ataque ou até mesmo interrompê-lo. Na prática, isso ajuda a tornar mais justos muitos dos poderes mais “apelões” que existiam na versão original do game.

O que não é a presença do sistema DMW, uma espécie de mostrador de caça-níqueis que surge no canto esquerdo da tela e pode ativar diversos efeitos especiais, que vão da invencibilidade ou recursos infinitos por tempo limitado até a ativação de Limit Breaks ou de invocações. Nesse ponto, a principal diferença é que esses dois últimos agora podem ser ativados quando o jogador preferir, o que possibilita que esses recursos sejam usados de maneira mais estratégica.

Crisis Core tem no roteiro seu principal problema

A principal questão que impede Crisis Core de ser um jogo tão memorável quanto poderia é seu roteiro. Enquanto o jogo é competente em fechar alguns dos furos de Final Fantasy VII e desenvolve bem relacionamentos como o de Aerith com Zack, ele tem um sério problema em desenvolver seus vilões e personagens secundários.

Desde o momento em que o jogo começa, sabemos que tanto Angeal quanto Genesis não vão estar no jogo original, e o game falha em fazer com que eles sejam tão importantes quanto poderiam. Embora a relação deles com Sephiroth seja essencial para a construção do personagem — e é legal vê-lo como além do vilão que ele se tornou —, ambos parecem vazios e mal desenvolvidos.

Crisis Core: Final Fantasy VII – Reunion

Genesis, em especial, é um vilão com o qual é difícil se importar, especialmente porque ele passa a maior parte do tempo declamando versos da peça LOVELESS, que somente os fãs mais hardcore de Final Fantasy VII conhecem. Enquanto mecanicamente os encontros com ele rendem algumas situações interessantes, como personagem e adversário ele me soou um tanto forçado.

No entanto, isso não apaga o fato de que Crisis Core: Final Fantasy VII – Reunion, apesar de seus problemas, tem um dos finais mais poderosos da série. Ele tem um peso ainda mais especial para quem jogou o RPG original do primeiro PlayStation, e é uma das raras ocasiões em que um game soube expressar na forma de gameplay uma tarefa em que, no fim, tudo o que nos resta é desistir e aceitar um destino inevitável.

Crisis Core: Final Fantasy VII – Reunion é a versão definitiva de um clássico

Crisis Core: Final Fantasy VII – Reunion é um game que consegue ir além da nostalgia, se mostrando um bom RPG de ação para quem procura uma experiência que vai direto ao ponto. Embora a história tenha seus pontos de defeito, ela consegue funcionar muito bem sozinha, não usando outros jogos da série como “muleta” para justificar sua existência.

Crisis Core: Final Fantasy VII – Reunion

Vale notar que, na prática, o game se relaciona muito mais com o Final Fantasy VII original do que com seu Remake, então quem só jogou a versão mais moderna pode estranhar algumas coisas — o que não chega a ser um problema. Seja você um fã do original ou alguém que só vai conseguir conferir o jogo em seu Remake, vale a pena conferir o trabalho feito pela Square — que, ao contrário do que aconteceu com alguns de seus lançamentos recentes, aqui entrega um trabalho feito com muito carinho e atenção aos detalhes.

Crisis Core: Final Fantasy VII - Reunion funciona bem tanta como uma segunda visita ao jogo do PSP quanto uma introdução aos novatos da série. Se você quer entender porque Final Fantasy VII é tão querido entre os fãs, essa é uma bela porta de entrada para isso.

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Comentários

[…] No último sábado, 13 de março, completei um ano de isolamento social. Posso contar nos dedos as vezes que saí para resolver alguma pendência obrigatória presencialmente. Pensar que o mundo mudou tanto em 365 dias me causa ansiedade. Mas, pensar como eu mudei, ou deixei de mudar, nesse período me causa mais angústia. Obviamente, não tem sido fácil para ninguém. O que restou, além das adaptações de rotina, foi reaprender a me comunicar de maneira remota. Uma dessas lições foi aprendida por meio de Stardew Valley. […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 18/02/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/previa/valheim/) […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 14/01/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/analise/tell-me-why/) […]

[…] a alternativa não é descartada. Até mesmo tivemos uma história inédita do marsupial em Crash Bandicoot 4: It’s About Time. Poderíamos ter uma nova versão futuramente de Crash Bash – o party game da franquia […]

[…] mas também foi possível prestigiar títulos à parte dos cartunescos, como, por exemplo, o novo Tony Hawk’s Pro Skater 1+2, que resgatou a alma de um dos jogos de esporte mais icônicos de sua geração. Embora a origem […]

[…] não sendo tão inovador e debatível quanto Her Story, o título certamente conquista um espaço importante no (já não tão popular) gênero dos […]

Breath of the Wild carater família?

wishlistei

Você sabe me falar se compensa eu comprar esse ou posso jogar o original também, eu tenho o original mas não. Joguei nenhum você pode me ajudar nessa Dúvida de 259 reais kkkk

Incluindo a fonte de meu comentário.: http://www.vgchartz.com/gamedb/games.php?name=just+dance+2018&keyword=&console=&region=All&developer=&publisher=&goty_year=&genre=&boxart=Both&banner=Both&ownership=Both&results=50&order=Sales&showtotalsales=0&showtotalsales=1&showpublisher=0&showpublisher=1&showvgchartzscore=0&showvgchartzscore=1&shownasales=0&showdeveloper=0&showcriticscore=0&showcriticscore=1&showpalsales=0&showreleasedate=0&showreleasedate=1&showuserscore=0&showuserscore=1&showjapansales=0&showlastupdate=0&showlastupdate=1&showothersales=0

O que mais impressiona é que a versão mais vendida deste jogo foi a do Nintendo Switch, seguida da fucking versão de Wii! TEM GENTE COMPRANDO JUSTA DANCE PRA WII EM 218! E vendeu bem mais que no One... Dificilmente um JD 2019 vai ficar de fora do velho de guerra da Nintendo!

<3

Este jogo é fantástico! Muito bom evoluir todos os personagens. Os personagens da 2ª geração ficam ainda mais fortes. Celice, filho de Sigurd, torna-se quase um Deus, o deixei com 80 de HP, o máximo, como outros status que ficaram no seu máximo, mais os itens: Silver Sword, Silver Blade, Power Ring, Speed Ring, Defence Ring, deixando o Celice muito forte e resistente.

Obrigado! Sobre suas dúvidas: 1) Eu não consegui confirmação concreta de quem é o CEO atual da Game Freak. O pouco que descobri apontava para o Satoshi, mas é possível que ele já tenha saído sim. 2) O texto foi escrito em dezembro, antes do anúncio de Bayonetta 3. Como a ideia é lançar um listão assim a cada seis meses, acho que não vale o trabalho ficar atualizando a cada anúncio. Mas se houver demanda, posso fazer.

Belo compendium dos estúdios da Nintendo e afiliados! Só tenho duas dúvidas: 1- O Satoshi ainda é CEO da Game Freak? Pensei que ele já tinha se afastado. 2- A Platinum não está fazendo Bayonetta 3 agora?

Que bacana, o jogo parece bem legal. Só não compro porque larguei rápido o último jogo do tipo que peguei (Animal Crossing: New Leaf)

O Zelda mais zeldoso de todos

Esse é jogo é O Zelda?

Valeu :)

Realmente é algo incrível, parece até informação secreta kkkkkkk, ótimo post.

Analise justíssima, parabéns Renan! Na minha opinião, por mais que Pocket Camp seja inegávelmente a experiência mobile da Nintendo mais próxima que tivemos da “versão console”, é desnecessariamente repetitivo, incompleto e enjoativo. Além do gameplay lento (como citado na análise), não existem grandes recompensas pela progressão no jogo além de novos personagens e móveis pra construir. No fim, Pocket Camp é apenas (o pior de) New Leaf adaptado para smartphones, com 10% das funcionalidades e mecânicas free-to-play. Talvez uma atualização dê alguma tapeada na repetitividade excessiva, mas teriam que mudar tanto o jogo que nem sei se vale a pena.

Não joguei esse Zelda ainda, por isso não posso fazer comentários sobre o jogo mas sei que a Nintendo sempre capricha nos seus jogos e usa artificios muito elaborados até para as coisas mais simples, certa vez na internet achei um vídeo relacionando o construtivismo de Vygotsky com o jogo super Mario...por fim estou gostando dessa abordagem mais técnica dos jogos, sai um pouco do padrão da internet

É um openworld, no dois vc começa adolescente e vai envelhecendo, as cicatrizes permanecem, vc pode comprar casa e casar nas diferentes cidades... no terceiro muda mas as decisões são fodas, por exemplo vc procura apoio da população de uma vila pra dar o golpe no seu irmão, então vc promete uma ponte pra cidade, depois do golpe vc tem escolher entre construir a ponte e aumentar o exército da sua nação contra o inimigo do jogo ..daí sua escolha muda tudo

Eu ouvi muito de Fable na época pré-lançamento dele, mas não cheguei a jogar. Tinham muitas promessas nesse sentido mesmo, que você ia passar anos na pele do mesmo aventureiro. Ele chega a ser um openworld? E as escolhas geravam caminhos e quests diferentes?

Um jogo bem interessante mas que muita gente não gosta é Fable, vc ter uma vida, fazer escolhas que vão afetar a história é bem interessante, seria bem legal se em Zelda você pudesse desenvolver uma cidade e se tornar herói/prefeito

Rapaz, que texto. A crítica que você fez à premiação do Uncharted bate no ponto certo. As narrativas mais envolventes do universo dos games, pra mim, foram aquelas que exploraram todo o potencial de interatividade que a mídia propõe. Nada contra Uncharted e eu acho que o jogo é brilhante em vários outros aspectos, mas os exemplos citados no texto falam por si só. Enfim, gostei muito. E o site tá lindo, isso aqui é qualidade pura.

Excelente lista! O Switch é uma awesome little indie machine :)

Faltam 2 horas e estou que nem criança imaginando minha reação se eu ganhar.

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm