Análise: Do Not Open - Neo Fusion
Análise
Do Not Open
21 de dezembro de 2022
Testamos Do Not Open a partir da versão para PS5 cedida pela publicadora

O gênero do survival horror tem encontrado no cenário indie um lar para suas mais variadas ideias que talvez não fossem bancadas por uma grande publisher em um jogo AAA. E é nesse cenário que estúdios independentes conseguem lançar os mais variados e criativos jogos desse segmento, ainda que tenham bastante influência de séries gigantescas, como Resident Evil. Por mais que a liberdade criativa seja um caminho ideal para todo tipo de criador, em determinados gêneros o risco é sempre muito maior. Quando uma grande ideia se perde? Do Not Open, do estúdio Nox Noctis, é um belo exemplo disso, tanto para bem como para o mal.


A história do jogo começa com nosso protagonista Michael recebendo duas ligações: Uma de seu advogado parabenizando pela herança deixada pela sua tia Judith, uma mansão antiga. Na outra ligação, temos sua esposa extremamente chateada com o marido o questionando quando ele voltará para casa, já que a sua filha sente muito sua falta. Depois disso, a cena corta para Michael caído em um porão, tendo uma visão de sua filha que lhe passava informações, logo sumindo. A partir daqui, assumimos o controle do personagem e precisamos investigar este porão para sair dali.

E é aqui que o jogo começa a mostrar como suas próximas horas de jogatina vão ser. Você precisa juntar as pistas deixadas no local para resolver puzzles que vão te levar até a saída. Nesse ponto somos introduzidos uma das ideias mais interessantes de Do Not Open, o conceito de escape room. Tal qual esses jogos de grupo do qual precisamos desvendar os mistérios do local e achar suas pistas para poder escapar dali resolvendo os quebra cabeças, o jogo do estúdio Nox Noctis fazendo exatamente o mesmo durante toda a sua narrativa. O porão, contudo, serve como tutorial para te preparar pro que vem à frente.


Ao sairmos da primeira sala, damos de cara com uma mansão da Tia Judith e quatro portas, das quais você tem a liberdade de escolher por onde vai começar e qual vai explorar primeiro para conseguir escapar da mansão, além de descobrir o que de fato está acontecendo, já que o jogo te dá vários questionamentos, desde o paradeiro de sua fámilia até o que está acontecendo com a humanidade fora da mansão. Algo que é feito sem organização e uma construção narrativa bem bagunçada, Se já não bastasse desespero bastante, nessa mansão habita uma criatura que te persegue e vários fantasmas. É coisa demais, perguntas demais e explicações de menos, já que algumas pontas ficam propositalmente soltas, aparentemente.

Porém, mesmo com toda essa confusão narrativa, temos elementos bem interessantes aqui. Os puzzles nunca tem a mesma resposta, embora tenha a mesma premissa, eles são sempre diferentes. Por exemplo, se na sua primeira run a senha para abrir uma porta era uma combinação de números, na outra vai ser outra e assim por diante. O estúdio utiliza mecânicas de Roguelike em seus quebra cabeças, algo que eu honestamente nunca tinha visto em um um jogo do gênero. É curioso como conseguiram inserir em Do Not Open e funciona muito bem, sendo o grande acerto do game durante sua curta, mas interessante campanha.
O esquema de misturar terror com escape room também é uma ideia interessante e na maioria das vezes funciona bem. A questão e que como você tem tempo para resolver certos enigmas e ainda tem um monstro perseguidor atrás de você, pode acabar sendo frustrante, caso você opte por jogar na dificuldade mais desafiante. A dificuldade fica realmente muito desbalanceada e não parece ter tido o cuidado por parte do estúdio em melhorar esse aspecto, que dada a premissa e as mecânicas do jogo, poderia ter sido algo bem positivo, mas acaba sendo só frustrante mesmo, já que ele brilha em suas mecânicas e ideias, mas acaba derrapando bastante em executá-las durante todo o game. Algo que poderia ter sido amenizado caso tivéssemos uma narrativa interessante, o que não é o caso.

A parte técnica de Do Not Open  é bem impressionante para um jogo do seu tamanho e com seu orçamento. Gráficos no geral são bem bonitos, o aúdio que é algo importantíssimo em um jogo de terror é ótimo, além dos bons trabalhos de voz. A versão que recebemos foi a de PS5 e o jogo roda bem suave, sem travamentos ou bugs durante a jogatina.


Dont Not Open não é um jogo ruim, mas é um grande potencial perdido. São muitas ideias e muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo em sua narrativa, que dá a impressão que o pessoal da Nox Noctis queria só colocar tudo dentro do jogo, sem muito planejamento ou noção de necessidade, o importante era estar lá. Algo que infelizmente atrapalhou todos os segmentos do produto, deixando a desejar em vários pontos e sub utilizando todas as suas boas ideias. O que poderia ser um jogo promissor e inovador, no fim é só algo curioso que não foge muito do comum.

Do Not Open É um jogo que poderia ter sido mais, e não foi. A falta de planejamento e de filtro dos desenvolvedores para decidir qual ideia desenvolver melhor dentro do jogo fez com que várias delas fossem sub utilizadas, por mais que fossem boas. A narrativa não prende, porém seus aspectos técnicos e as mecânicas que de fato funcionam, fazem de Do Not Open algo ainda interessante, mesmo que em sua maior parte do tempo ele deslize em suas próprias propostas.

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Comentários

[…] No último sábado, 13 de março, completei um ano de isolamento social. Posso contar nos dedos as vezes que saí para resolver alguma pendência obrigatória presencialmente. Pensar que o mundo mudou tanto em 365 dias me causa ansiedade. Mas, pensar como eu mudei, ou deixei de mudar, nesse período me causa mais angústia. Obviamente, não tem sido fácil para ninguém. O que restou, além das adaptações de rotina, foi reaprender a me comunicar de maneira remota. Uma dessas lições foi aprendida por meio de Stardew Valley. […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 18/02/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/previa/valheim/) […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 14/01/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/analise/tell-me-why/) […]

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Breath of the Wild carater família?

wishlistei

Você sabe me falar se compensa eu comprar esse ou posso jogar o original também, eu tenho o original mas não. Joguei nenhum você pode me ajudar nessa Dúvida de 259 reais kkkk

Incluindo a fonte de meu comentário.: http://www.vgchartz.com/gamedb/games.php?name=just+dance+2018&keyword=&console=&region=All&developer=&publisher=&goty_year=&genre=&boxart=Both&banner=Both&ownership=Both&results=50&order=Sales&showtotalsales=0&showtotalsales=1&showpublisher=0&showpublisher=1&showvgchartzscore=0&showvgchartzscore=1&shownasales=0&showdeveloper=0&showcriticscore=0&showcriticscore=1&showpalsales=0&showreleasedate=0&showreleasedate=1&showuserscore=0&showuserscore=1&showjapansales=0&showlastupdate=0&showlastupdate=1&showothersales=0

O que mais impressiona é que a versão mais vendida deste jogo foi a do Nintendo Switch, seguida da fucking versão de Wii! TEM GENTE COMPRANDO JUSTA DANCE PRA WII EM 218! E vendeu bem mais que no One... Dificilmente um JD 2019 vai ficar de fora do velho de guerra da Nintendo!

<3

Este jogo é fantástico! Muito bom evoluir todos os personagens. Os personagens da 2ª geração ficam ainda mais fortes. Celice, filho de Sigurd, torna-se quase um Deus, o deixei com 80 de HP, o máximo, como outros status que ficaram no seu máximo, mais os itens: Silver Sword, Silver Blade, Power Ring, Speed Ring, Defence Ring, deixando o Celice muito forte e resistente.

Obrigado! Sobre suas dúvidas: 1) Eu não consegui confirmação concreta de quem é o CEO atual da Game Freak. O pouco que descobri apontava para o Satoshi, mas é possível que ele já tenha saído sim. 2) O texto foi escrito em dezembro, antes do anúncio de Bayonetta 3. Como a ideia é lançar um listão assim a cada seis meses, acho que não vale o trabalho ficar atualizando a cada anúncio. Mas se houver demanda, posso fazer.

Belo compendium dos estúdios da Nintendo e afiliados! Só tenho duas dúvidas: 1- O Satoshi ainda é CEO da Game Freak? Pensei que ele já tinha se afastado. 2- A Platinum não está fazendo Bayonetta 3 agora?

Que bacana, o jogo parece bem legal. Só não compro porque larguei rápido o último jogo do tipo que peguei (Animal Crossing: New Leaf)

O Zelda mais zeldoso de todos

Esse é jogo é O Zelda?

Valeu :)

Realmente é algo incrível, parece até informação secreta kkkkkkk, ótimo post.

Analise justíssima, parabéns Renan! Na minha opinião, por mais que Pocket Camp seja inegávelmente a experiência mobile da Nintendo mais próxima que tivemos da “versão console”, é desnecessariamente repetitivo, incompleto e enjoativo. Além do gameplay lento (como citado na análise), não existem grandes recompensas pela progressão no jogo além de novos personagens e móveis pra construir. No fim, Pocket Camp é apenas (o pior de) New Leaf adaptado para smartphones, com 10% das funcionalidades e mecânicas free-to-play. Talvez uma atualização dê alguma tapeada na repetitividade excessiva, mas teriam que mudar tanto o jogo que nem sei se vale a pena.

Não joguei esse Zelda ainda, por isso não posso fazer comentários sobre o jogo mas sei que a Nintendo sempre capricha nos seus jogos e usa artificios muito elaborados até para as coisas mais simples, certa vez na internet achei um vídeo relacionando o construtivismo de Vygotsky com o jogo super Mario...por fim estou gostando dessa abordagem mais técnica dos jogos, sai um pouco do padrão da internet

É um openworld, no dois vc começa adolescente e vai envelhecendo, as cicatrizes permanecem, vc pode comprar casa e casar nas diferentes cidades... no terceiro muda mas as decisões são fodas, por exemplo vc procura apoio da população de uma vila pra dar o golpe no seu irmão, então vc promete uma ponte pra cidade, depois do golpe vc tem escolher entre construir a ponte e aumentar o exército da sua nação contra o inimigo do jogo ..daí sua escolha muda tudo

Eu ouvi muito de Fable na época pré-lançamento dele, mas não cheguei a jogar. Tinham muitas promessas nesse sentido mesmo, que você ia passar anos na pele do mesmo aventureiro. Ele chega a ser um openworld? E as escolhas geravam caminhos e quests diferentes?

Um jogo bem interessante mas que muita gente não gosta é Fable, vc ter uma vida, fazer escolhas que vão afetar a história é bem interessante, seria bem legal se em Zelda você pudesse desenvolver uma cidade e se tornar herói/prefeito

Rapaz, que texto. A crítica que você fez à premiação do Uncharted bate no ponto certo. As narrativas mais envolventes do universo dos games, pra mim, foram aquelas que exploraram todo o potencial de interatividade que a mídia propõe. Nada contra Uncharted e eu acho que o jogo é brilhante em vários outros aspectos, mas os exemplos citados no texto falam por si só. Enfim, gostei muito. E o site tá lindo, isso aqui é qualidade pura.

Excelente lista! O Switch é uma awesome little indie machine :)

Faltam 2 horas e estou que nem criança imaginando minha reação se eu ganhar.

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm