Análise: Elderand - Neo Fusion
Análise
Elderand
2 de março de 2023
Jogamos Elderand a partir de um código da versão PC cedido pela Graffiti Games

Elderand é um aquele tipo de game que deixa bem claro quais são suas principais influências, mas que, nem por isso, se deixa engolir por elas ou é menos divertido por conta disso. No papel de um guerreiro sem nome (mas com características personalizáveis), o game coloca você em um lugar em ruínas e o desafia a sobreviver a ambientes bastante hostis.

Essa premissa bastante simples — e um tanto clichê — dá espaço para uma experiência que vai revelando aos poucos suas qualidades. Enquanto no começo o que acabamos fazendo é pular, se desviar de ataques e matar inimigos bem fortes e resistentes, aos poucos começamos a destravar novas armas e pedaços de história que ajudam a entender o estado do mundo pelo qual passamos.

Além de oferecer novos equipamentos em ritmo constante (que podem ser comprados ou adquiridos em inimigos mortos), o título também tem elementos leves de RPG. Após certa quantidade de pontos de experiência, o jogador ganha um nível e destrava um ponto que pode ser usado para ampliar definitivamente uma área: força, inteligência, resistência e destreza.

O impacto da escolha feita sempre é claro, e certos equipamentos se beneficiam mais ou menos de cada um dos status. Como sempre é possível carregar dois conjuntos de armas que são facilmente intercambiáveis, Elderand acaba estimulando a construção de builds mistas, sendo bastante viável jogar como um guerreiro que usa magias pontualmente ou que usa arco e flecha quando a situação demanda.

Elderand é difícil, mas não injusto

Algo que me chamou a atenção na descrição oficial do game é o quanto ele enfatiza elementos como “chefões aterrorizantes”, “armas brutais” e “combates estratégicos”. Enquanto tudo isso certamente está presente, a aventura se provou muito mais justa e equilibrada do que eu esperava, especialmente em seus momentos iniciais.

Não se engane: os inimigos de Elderand batem MUITO pesado, e a chegada em cada nova área faz você se sentir que acabou de iniciar a aventura com equipamentos que nada prestam. No entanto, não demora muito até aprendermos que o combate do jogo tem um ritmo um pouco diferente, recompensando muito a tática de “bater, correr e repetir” e punindo quem cai de cabeça em seus confrontos.

Elderand – Review

Também ajuda o fato de que a exploração do game é bastante aberta e poupa o jogador de ficar batendo a cabeça até conseguir vencer algum adversário. Pelos meus cálculos, a partir do ponto inicial do game é possível abrir caminho até três tipos de chefes diferentes, e somente um deles é essencial para o prosseguimento da narrativa.

Os momentos em que é necessário enfrentá-los revelam a verdadeira dificuldade de Elderand. Se os inimigos batem pesado, os chefes parecem fazer isso em dobro, e não é muito difícil se ver consumindo rapidamente suas poções de cura nos momentos iniciais do confronto. Ao mesmo tempo, as coisas se tornam mais simples quando se percebe os padrões de ataque dos chefes e as janelas de tempo nas quais eles estão vulneráveis a ataques.

Elderand – Review

Na prática, a real dificuldade do jogo está ligada ao gerenciamento de recursos, não exatamente aos adversários enfrentados. Isso é especialmente evidente quando você entra em uma nova área e não sabe lidar bem com os inimigos presentes nela, diminuindo aos poucos conforme você se acostuma com eles — a questão só se torna algo pequeno quando desbloqueamos a viagem rápida entre pontos de descanso, o que só acontece após algumas horas de jogo.

Elderand é uma boa aventura para quem busca desafios

Apesar de ter gostado de Elderand, saio dele com algumas sensações conflitantes. O game tem uma pixel art linda e desafios equilibrados, mas sempre sai exausto de toda sessão de jogo que participei. E chuto que, talvez, isso seja pelo fato de que o game cumpre bem um de seus objetivos, que é deixar o jogador tenso e temeroso de que pode perder seu progresso a qualquer momento.

Elderand – Review

Mesmo sabendo que, na prática, isso se trata de uma ilusão — os pontos de save são bem generosos e bem espaçados no mapa —, meu cérebro sempre dizia outra coisa. Somado ao fato de que o combate exige uma dose maior de estratégia que um hack’n’slash tradicional, isso fazia com que eu sempre estivesse em um estado de alerta constante, o que acabou tornando minha experiência mais exaustiva do que o normal.

Embora fosse fácil reduzir Elderand a uma “mistura de Castlevania com elementos de Dark Souls”, fazer isso seria injusto e reducionista. Essas influências sem dúvida estão presentes, mas a Sinergia Games e Mantra conseguiram ir além disso, entregando aos jogadores um bom game de ação e exploração em 2D, que merece ser conferido por qualquer fã do gênero.

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Comentários

[…] No último sábado, 13 de março, completei um ano de isolamento social. Posso contar nos dedos as vezes que saí para resolver alguma pendência obrigatória presencialmente. Pensar que o mundo mudou tanto em 365 dias me causa ansiedade. Mas, pensar como eu mudei, ou deixei de mudar, nesse período me causa mais angústia. Obviamente, não tem sido fácil para ninguém. O que restou, além das adaptações de rotina, foi reaprender a me comunicar de maneira remota. Uma dessas lições foi aprendida por meio de Stardew Valley. […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 18/02/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/previa/valheim/) […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 14/01/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/analise/tell-me-why/) […]

[…] a alternativa não é descartada. Até mesmo tivemos uma história inédita do marsupial em Crash Bandicoot 4: It’s About Time. Poderíamos ter uma nova versão futuramente de Crash Bash – o party game da franquia […]

[…] mas também foi possível prestigiar títulos à parte dos cartunescos, como, por exemplo, o novo Tony Hawk’s Pro Skater 1+2, que resgatou a alma de um dos jogos de esporte mais icônicos de sua geração. Embora a origem […]

[…] não sendo tão inovador e debatível quanto Her Story, o título certamente conquista um espaço importante no (já não tão popular) gênero dos […]

Breath of the Wild carater família?

wishlistei

Você sabe me falar se compensa eu comprar esse ou posso jogar o original também, eu tenho o original mas não. Joguei nenhum você pode me ajudar nessa Dúvida de 259 reais kkkk

Incluindo a fonte de meu comentário.: http://www.vgchartz.com/gamedb/games.php?name=just+dance+2018&keyword=&console=&region=All&developer=&publisher=&goty_year=&genre=&boxart=Both&banner=Both&ownership=Both&results=50&order=Sales&showtotalsales=0&showtotalsales=1&showpublisher=0&showpublisher=1&showvgchartzscore=0&showvgchartzscore=1&shownasales=0&showdeveloper=0&showcriticscore=0&showcriticscore=1&showpalsales=0&showreleasedate=0&showreleasedate=1&showuserscore=0&showuserscore=1&showjapansales=0&showlastupdate=0&showlastupdate=1&showothersales=0

O que mais impressiona é que a versão mais vendida deste jogo foi a do Nintendo Switch, seguida da fucking versão de Wii! TEM GENTE COMPRANDO JUSTA DANCE PRA WII EM 218! E vendeu bem mais que no One... Dificilmente um JD 2019 vai ficar de fora do velho de guerra da Nintendo!

<3

Este jogo é fantástico! Muito bom evoluir todos os personagens. Os personagens da 2ª geração ficam ainda mais fortes. Celice, filho de Sigurd, torna-se quase um Deus, o deixei com 80 de HP, o máximo, como outros status que ficaram no seu máximo, mais os itens: Silver Sword, Silver Blade, Power Ring, Speed Ring, Defence Ring, deixando o Celice muito forte e resistente.

Obrigado! Sobre suas dúvidas: 1) Eu não consegui confirmação concreta de quem é o CEO atual da Game Freak. O pouco que descobri apontava para o Satoshi, mas é possível que ele já tenha saído sim. 2) O texto foi escrito em dezembro, antes do anúncio de Bayonetta 3. Como a ideia é lançar um listão assim a cada seis meses, acho que não vale o trabalho ficar atualizando a cada anúncio. Mas se houver demanda, posso fazer.

Belo compendium dos estúdios da Nintendo e afiliados! Só tenho duas dúvidas: 1- O Satoshi ainda é CEO da Game Freak? Pensei que ele já tinha se afastado. 2- A Platinum não está fazendo Bayonetta 3 agora?

Que bacana, o jogo parece bem legal. Só não compro porque larguei rápido o último jogo do tipo que peguei (Animal Crossing: New Leaf)

O Zelda mais zeldoso de todos

Esse é jogo é O Zelda?

Valeu :)

Realmente é algo incrível, parece até informação secreta kkkkkkk, ótimo post.

Analise justíssima, parabéns Renan! Na minha opinião, por mais que Pocket Camp seja inegávelmente a experiência mobile da Nintendo mais próxima que tivemos da “versão console”, é desnecessariamente repetitivo, incompleto e enjoativo. Além do gameplay lento (como citado na análise), não existem grandes recompensas pela progressão no jogo além de novos personagens e móveis pra construir. No fim, Pocket Camp é apenas (o pior de) New Leaf adaptado para smartphones, com 10% das funcionalidades e mecânicas free-to-play. Talvez uma atualização dê alguma tapeada na repetitividade excessiva, mas teriam que mudar tanto o jogo que nem sei se vale a pena.

Não joguei esse Zelda ainda, por isso não posso fazer comentários sobre o jogo mas sei que a Nintendo sempre capricha nos seus jogos e usa artificios muito elaborados até para as coisas mais simples, certa vez na internet achei um vídeo relacionando o construtivismo de Vygotsky com o jogo super Mario...por fim estou gostando dessa abordagem mais técnica dos jogos, sai um pouco do padrão da internet

É um openworld, no dois vc começa adolescente e vai envelhecendo, as cicatrizes permanecem, vc pode comprar casa e casar nas diferentes cidades... no terceiro muda mas as decisões são fodas, por exemplo vc procura apoio da população de uma vila pra dar o golpe no seu irmão, então vc promete uma ponte pra cidade, depois do golpe vc tem escolher entre construir a ponte e aumentar o exército da sua nação contra o inimigo do jogo ..daí sua escolha muda tudo

Eu ouvi muito de Fable na época pré-lançamento dele, mas não cheguei a jogar. Tinham muitas promessas nesse sentido mesmo, que você ia passar anos na pele do mesmo aventureiro. Ele chega a ser um openworld? E as escolhas geravam caminhos e quests diferentes?

Um jogo bem interessante mas que muita gente não gosta é Fable, vc ter uma vida, fazer escolhas que vão afetar a história é bem interessante, seria bem legal se em Zelda você pudesse desenvolver uma cidade e se tornar herói/prefeito

Rapaz, que texto. A crítica que você fez à premiação do Uncharted bate no ponto certo. As narrativas mais envolventes do universo dos games, pra mim, foram aquelas que exploraram todo o potencial de interatividade que a mídia propõe. Nada contra Uncharted e eu acho que o jogo é brilhante em vários outros aspectos, mas os exemplos citados no texto falam por si só. Enfim, gostei muito. E o site tá lindo, isso aqui é qualidade pura.

Excelente lista! O Switch é uma awesome little indie machine :)

Faltam 2 horas e estou que nem criança imaginando minha reação se eu ganhar.

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm