Análise: Exit the Gungeon - Neo Fusion
Análise
Exit the Gungeon
17 de julho de 2020
Cópia digital da versão de Switch do jogo gentilmente cedida pela Devolver Digital.

Exit the Gungeon é um game sobre recomeços. Porque você vai morrer um monte de vezes antes do final, e só vai conseguir vencer depois de tentar várias vezes e aprimorar suas habilidades. Desenvolvido pela Dodge Roll, o game é um belo exemplo daquele velho princípio de “simples de aprender, mas difícil de dominar”, forçando você a repetir várias vezes tarefas semelhantes antes de alcançar seu objetivo: sair do Gungeon que dá título à experiência.

A história — que em nenhum ponto é essencial acompanhar — é uma sequência direta de Enter the Gungeon. Agora que você explorou o local e descobriu seus segredos e chefes, tem um novo problema em mãos: está tudo desabando e é preciso escapar. Tarefa simples, não fosse o fato de que os elevadores que levam para fora estão cheios de criaturas, incluindo uma bela seleção de chefes desafiantes.

Exit the Gungeon

Essa premissa serve de base para um game que mistura plataformas e tiros com alguns momentos dignos de bons shmups. Sabe aqueles “jogos de navinha” dos quais a tela é preenchida totalmente de tiros e só dá para escapar por uma fresta? Exit the Gungeon é recheado de momentos assim, mas dá uma ajudinha para as coisas não serem tão desafiadoras — mas não se engane, aqui não há nenhuma colher de chá.

Quando a vida te dá limões…

Um aspecto que chama atenção logo de cara é que você não tem muito controle sobre como vai atacar seus inimigos. Em intervalos regulares, suas armas vão se transformar de forma aleatória e é preciso saber lidar com o que o jogo te entrega até a próxima mudança. Isso faz com que seja necessário desenvolver habilidades reais de sobrevivência, especialmente quando o armamento ofertado não é dos melhores.

Ao mesmo tempo, o posicionamento dos inimigos e até mesmo a ordem na qual os chefes surgem não são pré-definidos. Você sabe que em determinado nível do elevador sempre há algumas opções limitadas desses adversários, mas nunca está totalmente certo de qual vai aparecer. Somando isso com a aleatoriedade das armas, você tem em mãos um jogo em que pode dar muito azar e a dificuldade acabar ficando bem intensa.

Exit the Gungeon

Para balancear isso um pouco, a aventura oferece duas opções de esquiva — uma delas aérea e com direito a pulo duplo — que garantem uma bela janela de invencibilidade. Enquanto você joga, também dá para descolar alguns upgrades temporários (com certa dose de aleatoriedade) e juntar dinheiro para abrir novas possibilidades de transformações para a sua arma. Quanto mais opções abertas, mais chances de pegar algo bom e garantir que as probabilidades não vão destruir seu avanço.

Também dá para libertar uma série de NPCs que ajudam de alguma forma, nem que seja dando conselhos para seu personagem. Nesse ponto surge uma das reclamações do jogo: enquanto a adaptação para o português está bem completa e ótima, no geral, parece que houve um “esquecimento” na hora de traduzir diálogos, que permanecem em português. Jogando tanto no Switch quanto no PC, um bom tempo após o lançamento, o problema permanece.

Faça seu próprio caminho

Outro aspecto interessante de Exit the Gungeon e que convida a mais de uma jogatina são seus personagens. Enquanto em termos de jogabilidade são todos essencialmente idênticos, cada um traz um caminho próprio a seguir a partir do segundo nível do elevador. Junto a eles surgem mecânicas próprias que podem passar batidas para quem se focar em somente um deles.

Exit the Gungeon

Enquanto o soldado tem uma fase na qual é preciso explorar e vencer várias salas, a garota traz estágios com progressão lateral nos quais se deve fugir de um chefe imortal (só para citar alguns exemplos). Isso ajuda a garantir que o jogo permaneça fresco quando você se vê travado em um desafio, também permitindo que você “treine” usando o tipo de experiência que mais combina com suas habilidades.

Saia do Gungeon, volte e repita

E, mesmo depois de finalmente sair do Gungeon, ainda há motivos para voltar e continuar jogando. Fazer isso pela primeira vez abre a seleção de caminhos, destrava novos personagens e mecânicas que tornam tudo ainda mais interessante. Seguir esse caminho da repetição é estimulado pelo fato de que, em essência, esse é um jogo bastante curto.

Exit the Gungeon

Cada run completa dura pouco mais de 20 minutos, o que ajuda a deixar os desafios frescos mesmo depois de vê-los repetidas vezes. A já mencionada aleatoriedade, somada ao fato de que a cada vez você chega mais longe, também ajuda o game a não cair naquele caminho de “mais do mesmo” que outros jogos que prezam pela repetição de tarefas costumam cair.

Ao oferecer sempre uma dose de aleatoriedade e novidades constantes ao jogador, Exit the Gungeon é uma experiência bem divertida para quem deseja testar suas habilidades. No entanto, recomendo mais a versão PC do que Switch: embora você vá perder a portabilidade, terá como contrapartida um desempenho mais estável — infelizmente, a versão da plataforma da Nintendo sofre slowdowns em momentos de mais ação que se provam bastante prejudiciais para um game que preza tanto pelos reflexos rápidos.

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Comentários

[…] No último sábado, 13 de março, completei um ano de isolamento social. Posso contar nos dedos as vezes que saí para resolver alguma pendência obrigatória presencialmente. Pensar que o mundo mudou tanto em 365 dias me causa ansiedade. Mas, pensar como eu mudei, ou deixei de mudar, nesse período me causa mais angústia. Obviamente, não tem sido fácil para ninguém. O que restou, além das adaptações de rotina, foi reaprender a me comunicar de maneira remota. Uma dessas lições foi aprendida por meio de Stardew Valley. […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 18/02/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/previa/valheim/) […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 14/01/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/analise/tell-me-why/) […]

[…] a alternativa não é descartada. Até mesmo tivemos uma história inédita do marsupial em Crash Bandicoot 4: It’s About Time. Poderíamos ter uma nova versão futuramente de Crash Bash – o party game da franquia […]

[…] mas também foi possível prestigiar títulos à parte dos cartunescos, como, por exemplo, o novo Tony Hawk’s Pro Skater 1+2, que resgatou a alma de um dos jogos de esporte mais icônicos de sua geração. Embora a origem […]

[…] não sendo tão inovador e debatível quanto Her Story, o título certamente conquista um espaço importante no (já não tão popular) gênero dos […]

Breath of the Wild carater família?

wishlistei

Você sabe me falar se compensa eu comprar esse ou posso jogar o original também, eu tenho o original mas não. Joguei nenhum você pode me ajudar nessa Dúvida de 259 reais kkkk

Incluindo a fonte de meu comentário.: http://www.vgchartz.com/gamedb/games.php?name=just+dance+2018&keyword=&console=&region=All&developer=&publisher=&goty_year=&genre=&boxart=Both&banner=Both&ownership=Both&results=50&order=Sales&showtotalsales=0&showtotalsales=1&showpublisher=0&showpublisher=1&showvgchartzscore=0&showvgchartzscore=1&shownasales=0&showdeveloper=0&showcriticscore=0&showcriticscore=1&showpalsales=0&showreleasedate=0&showreleasedate=1&showuserscore=0&showuserscore=1&showjapansales=0&showlastupdate=0&showlastupdate=1&showothersales=0

O que mais impressiona é que a versão mais vendida deste jogo foi a do Nintendo Switch, seguida da fucking versão de Wii! TEM GENTE COMPRANDO JUSTA DANCE PRA WII EM 218! E vendeu bem mais que no One... Dificilmente um JD 2019 vai ficar de fora do velho de guerra da Nintendo!

<3

Este jogo é fantástico! Muito bom evoluir todos os personagens. Os personagens da 2ª geração ficam ainda mais fortes. Celice, filho de Sigurd, torna-se quase um Deus, o deixei com 80 de HP, o máximo, como outros status que ficaram no seu máximo, mais os itens: Silver Sword, Silver Blade, Power Ring, Speed Ring, Defence Ring, deixando o Celice muito forte e resistente.

Obrigado! Sobre suas dúvidas: 1) Eu não consegui confirmação concreta de quem é o CEO atual da Game Freak. O pouco que descobri apontava para o Satoshi, mas é possível que ele já tenha saído sim. 2) O texto foi escrito em dezembro, antes do anúncio de Bayonetta 3. Como a ideia é lançar um listão assim a cada seis meses, acho que não vale o trabalho ficar atualizando a cada anúncio. Mas se houver demanda, posso fazer.

Belo compendium dos estúdios da Nintendo e afiliados! Só tenho duas dúvidas: 1- O Satoshi ainda é CEO da Game Freak? Pensei que ele já tinha se afastado. 2- A Platinum não está fazendo Bayonetta 3 agora?

Que bacana, o jogo parece bem legal. Só não compro porque larguei rápido o último jogo do tipo que peguei (Animal Crossing: New Leaf)

O Zelda mais zeldoso de todos

Esse é jogo é O Zelda?

Valeu :)

Realmente é algo incrível, parece até informação secreta kkkkkkk, ótimo post.

Analise justíssima, parabéns Renan! Na minha opinião, por mais que Pocket Camp seja inegávelmente a experiência mobile da Nintendo mais próxima que tivemos da “versão console”, é desnecessariamente repetitivo, incompleto e enjoativo. Além do gameplay lento (como citado na análise), não existem grandes recompensas pela progressão no jogo além de novos personagens e móveis pra construir. No fim, Pocket Camp é apenas (o pior de) New Leaf adaptado para smartphones, com 10% das funcionalidades e mecânicas free-to-play. Talvez uma atualização dê alguma tapeada na repetitividade excessiva, mas teriam que mudar tanto o jogo que nem sei se vale a pena.

Não joguei esse Zelda ainda, por isso não posso fazer comentários sobre o jogo mas sei que a Nintendo sempre capricha nos seus jogos e usa artificios muito elaborados até para as coisas mais simples, certa vez na internet achei um vídeo relacionando o construtivismo de Vygotsky com o jogo super Mario...por fim estou gostando dessa abordagem mais técnica dos jogos, sai um pouco do padrão da internet

É um openworld, no dois vc começa adolescente e vai envelhecendo, as cicatrizes permanecem, vc pode comprar casa e casar nas diferentes cidades... no terceiro muda mas as decisões são fodas, por exemplo vc procura apoio da população de uma vila pra dar o golpe no seu irmão, então vc promete uma ponte pra cidade, depois do golpe vc tem escolher entre construir a ponte e aumentar o exército da sua nação contra o inimigo do jogo ..daí sua escolha muda tudo

Eu ouvi muito de Fable na época pré-lançamento dele, mas não cheguei a jogar. Tinham muitas promessas nesse sentido mesmo, que você ia passar anos na pele do mesmo aventureiro. Ele chega a ser um openworld? E as escolhas geravam caminhos e quests diferentes?

Um jogo bem interessante mas que muita gente não gosta é Fable, vc ter uma vida, fazer escolhas que vão afetar a história é bem interessante, seria bem legal se em Zelda você pudesse desenvolver uma cidade e se tornar herói/prefeito

Rapaz, que texto. A crítica que você fez à premiação do Uncharted bate no ponto certo. As narrativas mais envolventes do universo dos games, pra mim, foram aquelas que exploraram todo o potencial de interatividade que a mídia propõe. Nada contra Uncharted e eu acho que o jogo é brilhante em vários outros aspectos, mas os exemplos citados no texto falam por si só. Enfim, gostei muito. E o site tá lindo, isso aqui é qualidade pura.

Excelente lista! O Switch é uma awesome little indie machine :)

Faltam 2 horas e estou que nem criança imaginando minha reação se eu ganhar.

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm