Análise: Prinny Presents NIS Classics Volume 1 - Neo Fusion
Análise
Prinny Presents NIS Classics Volume 1
20 de setembro de 2021
Cópia digital da versão de Nintendo Switch do jogo cedido pela NIS America.

Embora seja conhecida principalmente por séries como Disgaea e, mais recentemente, Ys: Monstrum Nox e The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel IV, a publicadora Nippon Ichi possui um extenso catálogo de jogos de estratégia com características variadas — mas que sempre compartilham uma pegada mais hardcore. Dois belos exemplos disso podem ser conferidos em Prinny Presents NIS Classics Volume 1: Phantom Brave: The Hermuda Triangle Remastered/Soul Nomad & the World Eaters (que passarei a chamar a partir de agora somente de NIS Classics Volume 1), lançado no final de agosto para Nintendo Switch.

O pacote traz dois jogos lançados originalmente para o PlayStation 2 que foram “reembalados” para a plataforma da Nintendo tomando como base as versões lançadas para o PC. Na prática, isso significa que os títulos foram adaptados para rodar no hardware do Switch e ganham tempos de carregamento mais rápidos e cenários mais caprichados, mas não trazem nenhum elemento realmente inédito em matéria de gameplay.

Phantom Brave: The Hermuda Triangle Remastered

Dentro as ofertas, Phantom Brave: The Hermuda Triangle Remastered é a opção mais tradicional para quem está acostumado com Disgaea. Você toma controle de Marona, uma jovem Chroma (caçadora de recompensas) que, devido a uma série de traumas pessoais, tem o poder de ver fantasmas — incluindo Ash, aventureiro que conviveu com seus pais e se transformou no tutor da garota após a morte deles.

Além de interagir com os espíritos, ela pode temporariamente incorporá-los em objetos para que lutem ao lado dela, o que dá a base para o sistema de combate. Cada fase possui objetos como árvores e pedregulhos nos quais você pode inserir os espíritos, que ganham bônus de ataque, defesa, resistência (e outros fatores) dependendo do item escolhido. Você também pode incorporá-los em outros equipamentos como armas e livros de magia, se assim desejar.

NIS Classics Volume 1

O que realmente diferencia o jogo é o fato de que as invocações têm tempo limitado, o que ajuda a trazer um caráter mais estratégico para os cenários. Além disso, somente Marona é capaz de adicionar novos companheiros à batalha, então é preciso pensar muito bem sobre o que fazer enquanto o turno da protagonista não chega.

Enquanto o jogo é menos hardcore do que Disgaea, outros elementos clássicos da Nippon Ichi podem ser encontrados por aqui, incluindo o grinding. Se no começo do jogo é possível progredir com certa calma com personagens de nível baixo, logo você vai se descobrir repetindo cenários antigos em busca de pontos de experiência para reforçar sua equipe — também é possível acumular pontos que trazem novas habilidades para os equipamentos, em um processo um tanto demorado de evolução.

Soul Nomad & the World Eaters

Embora pareça um jogo mais antigo do que Phantom Brave, Soul Nomad & the World Eaters pode até trazer uma apresentação mais simplificada, mas adiciona uma série de aprendizados que facilitam a vida do jogador. Adotando um esquema de batalhas táticas que lembra muito a série Fire Emblem, o título se foca na construção de um exército com características variadas capaz de enfrentar (e derrotar) qualquer inimigo.

NIS Classics Volume 1

Enquanto o título é tão focado no combate e no grinding quanto Phantom Brave, aqui há algumas comodidades que respeitam mais o tempo do jogador. Em vez de ter que ficar repetindo cenários, por exemplo, você pode destinar o dinheiro obtido com as vitórias para elevar o nível de seus companheiros logo que eles são invocados.

Além disso, algumas novidades são introduzidas para quem gosta de RPGs mais clássicos: além de comprar itens, você pode usar a sorte para tentar roubá-los das lojas, por exemplo. Também é possível redirecionar seus exércitos para atacar NPCs inocentes que habitam as cidades do game, que, alternadamente, também podem ser recrutados para aumentar suas forças.

Se digo que Soul Nomad parece um jogo mais antigo é pelo fato de muita da navegação acontecer diretamente através de menus, não havendo a mesma liberdade de exploração do outro jogo. No entanto, após algumas horas, isso se mostrou uma boa solução por parte dos desenvolvedores, já que otimiza a parte que realmente importa: os combates.

Pacote básico, mas funcional

Enquanto NIS Classics Volume 1 até possui um “Remastered” em meio a seu título, o que temos aqui não são necessariamente versões atualizadas dos games — a não ser que você conte o trabalho feito para adaptá-los anteriormente ao PC. Isso significa que, enquanto menus e cenários estão em alta resolução, eles ainda seguem os mesmos padrões da época do PlayStation 2.

NIS Classics Volume 1

No entanto, o elemento que mais “salta aos olhos” negativamente são os sprites dos personagens em si. Em ambos os jogos, eles surgem quase em sua versão original, se apresentando de forma bastante desfocada em relação aos demais elementos visuais — efeito que diminui um pouco quando jogamos a coletânea no modo portátil do Switch.

Em resumo, Prinny Presents NIS Classics Volume 1 é mais uma maneira de trazer jogos do passado e torná-los acessíveis no presente do que uma atualização de conceitos — o que não é problema algum. Seja você alguém que cresceu jogando os games do estúdio ou alguém que gosta de experiências táticas profundas, a coletânea traz conteúdo de sobra para centenas de horas de jogatinas e desafios.

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Comentários

[…] No último sábado, 13 de março, completei um ano de isolamento social. Posso contar nos dedos as vezes que saí para resolver alguma pendência obrigatória presencialmente. Pensar que o mundo mudou tanto em 365 dias me causa ansiedade. Mas, pensar como eu mudei, ou deixei de mudar, nesse período me causa mais angústia. Obviamente, não tem sido fácil para ninguém. O que restou, além das adaptações de rotina, foi reaprender a me comunicar de maneira remota. Uma dessas lições foi aprendida por meio de Stardew Valley. […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 18/02/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/previa/valheim/) […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 14/01/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/analise/tell-me-why/) […]

[…] a alternativa não é descartada. Até mesmo tivemos uma história inédita do marsupial em Crash Bandicoot 4: It’s About Time. Poderíamos ter uma nova versão futuramente de Crash Bash – o party game da franquia […]

[…] mas também foi possível prestigiar títulos à parte dos cartunescos, como, por exemplo, o novo Tony Hawk’s Pro Skater 1+2, que resgatou a alma de um dos jogos de esporte mais icônicos de sua geração. Embora a origem […]

[…] não sendo tão inovador e debatível quanto Her Story, o título certamente conquista um espaço importante no (já não tão popular) gênero dos […]

Breath of the Wild carater família?

wishlistei

Você sabe me falar se compensa eu comprar esse ou posso jogar o original também, eu tenho o original mas não. Joguei nenhum você pode me ajudar nessa Dúvida de 259 reais kkkk

Incluindo a fonte de meu comentário.: http://www.vgchartz.com/gamedb/games.php?name=just+dance+2018&keyword=&console=&region=All&developer=&publisher=&goty_year=&genre=&boxart=Both&banner=Both&ownership=Both&results=50&order=Sales&showtotalsales=0&showtotalsales=1&showpublisher=0&showpublisher=1&showvgchartzscore=0&showvgchartzscore=1&shownasales=0&showdeveloper=0&showcriticscore=0&showcriticscore=1&showpalsales=0&showreleasedate=0&showreleasedate=1&showuserscore=0&showuserscore=1&showjapansales=0&showlastupdate=0&showlastupdate=1&showothersales=0

O que mais impressiona é que a versão mais vendida deste jogo foi a do Nintendo Switch, seguida da fucking versão de Wii! TEM GENTE COMPRANDO JUSTA DANCE PRA WII EM 218! E vendeu bem mais que no One... Dificilmente um JD 2019 vai ficar de fora do velho de guerra da Nintendo!

<3

Este jogo é fantástico! Muito bom evoluir todos os personagens. Os personagens da 2ª geração ficam ainda mais fortes. Celice, filho de Sigurd, torna-se quase um Deus, o deixei com 80 de HP, o máximo, como outros status que ficaram no seu máximo, mais os itens: Silver Sword, Silver Blade, Power Ring, Speed Ring, Defence Ring, deixando o Celice muito forte e resistente.

Obrigado! Sobre suas dúvidas: 1) Eu não consegui confirmação concreta de quem é o CEO atual da Game Freak. O pouco que descobri apontava para o Satoshi, mas é possível que ele já tenha saído sim. 2) O texto foi escrito em dezembro, antes do anúncio de Bayonetta 3. Como a ideia é lançar um listão assim a cada seis meses, acho que não vale o trabalho ficar atualizando a cada anúncio. Mas se houver demanda, posso fazer.

Belo compendium dos estúdios da Nintendo e afiliados! Só tenho duas dúvidas: 1- O Satoshi ainda é CEO da Game Freak? Pensei que ele já tinha se afastado. 2- A Platinum não está fazendo Bayonetta 3 agora?

Que bacana, o jogo parece bem legal. Só não compro porque larguei rápido o último jogo do tipo que peguei (Animal Crossing: New Leaf)

O Zelda mais zeldoso de todos

Esse é jogo é O Zelda?

Valeu :)

Realmente é algo incrível, parece até informação secreta kkkkkkk, ótimo post.

Analise justíssima, parabéns Renan! Na minha opinião, por mais que Pocket Camp seja inegávelmente a experiência mobile da Nintendo mais próxima que tivemos da “versão console”, é desnecessariamente repetitivo, incompleto e enjoativo. Além do gameplay lento (como citado na análise), não existem grandes recompensas pela progressão no jogo além de novos personagens e móveis pra construir. No fim, Pocket Camp é apenas (o pior de) New Leaf adaptado para smartphones, com 10% das funcionalidades e mecânicas free-to-play. Talvez uma atualização dê alguma tapeada na repetitividade excessiva, mas teriam que mudar tanto o jogo que nem sei se vale a pena.

Não joguei esse Zelda ainda, por isso não posso fazer comentários sobre o jogo mas sei que a Nintendo sempre capricha nos seus jogos e usa artificios muito elaborados até para as coisas mais simples, certa vez na internet achei um vídeo relacionando o construtivismo de Vygotsky com o jogo super Mario...por fim estou gostando dessa abordagem mais técnica dos jogos, sai um pouco do padrão da internet

É um openworld, no dois vc começa adolescente e vai envelhecendo, as cicatrizes permanecem, vc pode comprar casa e casar nas diferentes cidades... no terceiro muda mas as decisões são fodas, por exemplo vc procura apoio da população de uma vila pra dar o golpe no seu irmão, então vc promete uma ponte pra cidade, depois do golpe vc tem escolher entre construir a ponte e aumentar o exército da sua nação contra o inimigo do jogo ..daí sua escolha muda tudo

Eu ouvi muito de Fable na época pré-lançamento dele, mas não cheguei a jogar. Tinham muitas promessas nesse sentido mesmo, que você ia passar anos na pele do mesmo aventureiro. Ele chega a ser um openworld? E as escolhas geravam caminhos e quests diferentes?

Um jogo bem interessante mas que muita gente não gosta é Fable, vc ter uma vida, fazer escolhas que vão afetar a história é bem interessante, seria bem legal se em Zelda você pudesse desenvolver uma cidade e se tornar herói/prefeito

Rapaz, que texto. A crítica que você fez à premiação do Uncharted bate no ponto certo. As narrativas mais envolventes do universo dos games, pra mim, foram aquelas que exploraram todo o potencial de interatividade que a mídia propõe. Nada contra Uncharted e eu acho que o jogo é brilhante em vários outros aspectos, mas os exemplos citados no texto falam por si só. Enfim, gostei muito. E o site tá lindo, isso aqui é qualidade pura.

Excelente lista! O Switch é uma awesome little indie machine :)

Faltam 2 horas e estou que nem criança imaginando minha reação se eu ganhar.

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm