Retrô: Donkey Kong - Neo Fusion
Retrô
Donkey Kong
4 de novembro de 2017

Donkey Kong é uma das pedras fundamentais da Nintendo enquanto criadora de videogames. Só isso já faz valer a pena falar sobre ele. Foi, também, a estreia de alguns personagens que continuam presentes até hoje: Mario, Donkey Kong e a nossa mais recentemente prefeita de New Donk City, Pauline. É um título antigo para arcades, e posteriormente para NES. E tem uma coisa complicada em se falar de jogos de NES/Famicom: geralmente o pessoal gosta mais e tem mais memórias do Super Nintendo, o que é perfeitamente compreensível.

Falar de jogos antigos traz sempre oportunidades bem interessantes. A primeira é entrar em contato com algo que faz parte da história da mídia, gastar um tempo imaginando como deve ter sido a recepção quando você não a viveu ou retraçando as memórias dispersas de algo que presenciamos há muito tempo. Daí que entra a nostalgia, já que é mais fácil para a memória selecionar e resgatar sentimentos, e tanto melhor se forem positivos. Dificilmente eu lembro bem de um jogo medíocre que joguei há muitos anos, e mesmo entre ruins e péssimos, bons e excelentes, tenho a tendência de recordar o que marcou positivamente.

Falar de jogos antigos traz a chance de falar do passado pensando no presente. Tanto em um nível pessoal (o que eu fazia na época? Como me senti? Que memórias consigo criar novos sentidos hoje?) quanto do ponto de vista da mídia (o que esse jogo de tantos anos tem a nos dizer hoje?).

Pois bem, eu não havia nascido ainda quando o arcade de Donkey Kong foi lançado em 1981. Mesmo em seu lançamento para NES, 1983, eu ainda chegaria poucos anos depois ao mundo. Donkey Kong, ao lado de outras máquinas como Pac-Man, foram essenciais para uma era dos fliperamas e arcades em determinados locais do mundo. E um jogo pensado para curtas sessões (e que quer fazer você gastar com fichas) tem suas particularidades.

Donkey Kong é um jogo com poucas mecânicas, e um que boa parte do que acontece na tela é o suficiente para fazer o jogador entender o que tem que fazer. Você se move e pula, e em pouco tempo entende que as coisas jogadas pelo gorila são nocivas. Entende-se em pouco tempo o que é preciso fazer. A partir daí, a coisa se move para o campo da pontuação e do superar os desafios.

E o esquema de pontuação é muito mais complexo do que parece, fazendo com que uma comunidade de jogadores de Donkey Kong seja atuante até hoje. Rapidez em se entender e começar a jogar, demora em se tornar realmente bom, e décadas para ser um mestre, talvez esteja aí parte de uma fórmula atemporal, ou que pelo menos reaparece conforme novas coisas surjam (é só pensar a quantidade de jogos para dispositivos móveis que duram curtas sessões, mas que viciam o jogador em busca da maior pontuação, ou até mesmo em coisas como Devil Daggers).

No caso de DK precisamos desviar dos obstáculos através de um dos quatro tipos de cenários-base para chegar na nossa princesa (no caso a Pauline) que foi raptada pelo Donkey Kong (ou não, existem teorias que mostram que o Mario é o vilão da antiga série DK). Correr, subir escadas, pegar itens para aumentar a pontuação e, sobretudo, pular.

Os cenários variam levemente, mas o uso de diferentes obstáculos e a distinção de cores é o suficiente para que pareçam, e joguem, como lugares não iguais.

A coisa é tão centrada no pulo que o nome do protagonista é Mario “Jumpman” Mario, como vocês provavelmente sabem. É interessante pensar também como a forma pela qual controlamos o baixinho já é bastante germinal da série que viríamos a amar a partir de Super Mario Bros. (1985). Aqui é essencial saber o momento de esperar, de aproveitar o movimento para continuar e, principalmente, quando pular.

E são ações, ou escolhas, que continuam sendo importantes até hoje na série Mario, mesmo com as abismais diferenças nesses 30 anos de jogos, a base de tudo é que o Mario pula e se movimenta de forma fluída pelos cenários.

Não pude aproveitar ou presenciar o sucesso de Donkey Kong em fliperamas na época, e confesso que só fui jogar muito recentemente, até pelo motivo de que meu irmão não tinha esse jogo no seu antigo nintendinho. Resta gastar um tempo pensando no que fez esse jogo tão interessante, e o que ele conversa diretamente com a indústria de jogos em 2016.

É só nostalgia? É uma forma de olhar, não a única e também não uma excludente. DK traz um loop de ação mecanicamente simples, mas que conquista pelo visual e pela vontade de conseguir a melhor pontuação. Traz, também, parte do início da principal série de jogos do mundo.

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Comentários

[…] No último sábado, 13 de março, completei um ano de isolamento social. Posso contar nos dedos as vezes que saí para resolver alguma pendência obrigatória presencialmente. Pensar que o mundo mudou tanto em 365 dias me causa ansiedade. Mas, pensar como eu mudei, ou deixei de mudar, nesse período me causa mais angústia. Obviamente, não tem sido fácil para ninguém. O que restou, além das adaptações de rotina, foi reaprender a me comunicar de maneira remota. Uma dessas lições foi aprendida por meio de Stardew Valley. […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 18/02/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/previa/valheim/) […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 14/01/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/analise/tell-me-why/) […]

[…] a alternativa não é descartada. Até mesmo tivemos uma história inédita do marsupial em Crash Bandicoot 4: It’s About Time. Poderíamos ter uma nova versão futuramente de Crash Bash – o party game da franquia […]

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Breath of the Wild carater família?

wishlistei

Você sabe me falar se compensa eu comprar esse ou posso jogar o original também, eu tenho o original mas não. Joguei nenhum você pode me ajudar nessa Dúvida de 259 reais kkkk

Incluindo a fonte de meu comentário.: http://www.vgchartz.com/gamedb/games.php?name=just+dance+2018&keyword=&console=&region=All&developer=&publisher=&goty_year=&genre=&boxart=Both&banner=Both&ownership=Both&results=50&order=Sales&showtotalsales=0&showtotalsales=1&showpublisher=0&showpublisher=1&showvgchartzscore=0&showvgchartzscore=1&shownasales=0&showdeveloper=0&showcriticscore=0&showcriticscore=1&showpalsales=0&showreleasedate=0&showreleasedate=1&showuserscore=0&showuserscore=1&showjapansales=0&showlastupdate=0&showlastupdate=1&showothersales=0

O que mais impressiona é que a versão mais vendida deste jogo foi a do Nintendo Switch, seguida da fucking versão de Wii! TEM GENTE COMPRANDO JUSTA DANCE PRA WII EM 218! E vendeu bem mais que no One... Dificilmente um JD 2019 vai ficar de fora do velho de guerra da Nintendo!

<3

Este jogo é fantástico! Muito bom evoluir todos os personagens. Os personagens da 2ª geração ficam ainda mais fortes. Celice, filho de Sigurd, torna-se quase um Deus, o deixei com 80 de HP, o máximo, como outros status que ficaram no seu máximo, mais os itens: Silver Sword, Silver Blade, Power Ring, Speed Ring, Defence Ring, deixando o Celice muito forte e resistente.

Obrigado! Sobre suas dúvidas: 1) Eu não consegui confirmação concreta de quem é o CEO atual da Game Freak. O pouco que descobri apontava para o Satoshi, mas é possível que ele já tenha saído sim. 2) O texto foi escrito em dezembro, antes do anúncio de Bayonetta 3. Como a ideia é lançar um listão assim a cada seis meses, acho que não vale o trabalho ficar atualizando a cada anúncio. Mas se houver demanda, posso fazer.

Belo compendium dos estúdios da Nintendo e afiliados! Só tenho duas dúvidas: 1- O Satoshi ainda é CEO da Game Freak? Pensei que ele já tinha se afastado. 2- A Platinum não está fazendo Bayonetta 3 agora?

Que bacana, o jogo parece bem legal. Só não compro porque larguei rápido o último jogo do tipo que peguei (Animal Crossing: New Leaf)

O Zelda mais zeldoso de todos

Esse é jogo é O Zelda?

Valeu :)

Realmente é algo incrível, parece até informação secreta kkkkkkk, ótimo post.

Analise justíssima, parabéns Renan! Na minha opinião, por mais que Pocket Camp seja inegávelmente a experiência mobile da Nintendo mais próxima que tivemos da “versão console”, é desnecessariamente repetitivo, incompleto e enjoativo. Além do gameplay lento (como citado na análise), não existem grandes recompensas pela progressão no jogo além de novos personagens e móveis pra construir. No fim, Pocket Camp é apenas (o pior de) New Leaf adaptado para smartphones, com 10% das funcionalidades e mecânicas free-to-play. Talvez uma atualização dê alguma tapeada na repetitividade excessiva, mas teriam que mudar tanto o jogo que nem sei se vale a pena.

Não joguei esse Zelda ainda, por isso não posso fazer comentários sobre o jogo mas sei que a Nintendo sempre capricha nos seus jogos e usa artificios muito elaborados até para as coisas mais simples, certa vez na internet achei um vídeo relacionando o construtivismo de Vygotsky com o jogo super Mario...por fim estou gostando dessa abordagem mais técnica dos jogos, sai um pouco do padrão da internet

É um openworld, no dois vc começa adolescente e vai envelhecendo, as cicatrizes permanecem, vc pode comprar casa e casar nas diferentes cidades... no terceiro muda mas as decisões são fodas, por exemplo vc procura apoio da população de uma vila pra dar o golpe no seu irmão, então vc promete uma ponte pra cidade, depois do golpe vc tem escolher entre construir a ponte e aumentar o exército da sua nação contra o inimigo do jogo ..daí sua escolha muda tudo

Eu ouvi muito de Fable na época pré-lançamento dele, mas não cheguei a jogar. Tinham muitas promessas nesse sentido mesmo, que você ia passar anos na pele do mesmo aventureiro. Ele chega a ser um openworld? E as escolhas geravam caminhos e quests diferentes?

Um jogo bem interessante mas que muita gente não gosta é Fable, vc ter uma vida, fazer escolhas que vão afetar a história é bem interessante, seria bem legal se em Zelda você pudesse desenvolver uma cidade e se tornar herói/prefeito

Rapaz, que texto. A crítica que você fez à premiação do Uncharted bate no ponto certo. As narrativas mais envolventes do universo dos games, pra mim, foram aquelas que exploraram todo o potencial de interatividade que a mídia propõe. Nada contra Uncharted e eu acho que o jogo é brilhante em vários outros aspectos, mas os exemplos citados no texto falam por si só. Enfim, gostei muito. E o site tá lindo, isso aqui é qualidade pura.

Excelente lista! O Switch é uma awesome little indie machine :)

Faltam 2 horas e estou que nem criança imaginando minha reação se eu ganhar.

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm