Análise: Haiku The Robot - Neo Fusion
Análise
Haiku The Robot
18 de maio de 2022

A cada dia que passa, a sensação é que está cada vez mais difícil escolher um metroidvania para comprar e se dedicar até o fim, pois o gênero está ainda mais presente nos lançamentos indies. Haiku The Robot chamou a atenção por ter características muito similares a Hollow Knight, apesar de apresentar um estilo visual diferente. Ele contou com o desenvolvimento de uma única pessoa, Jordan Morris, que revelou de fato ter sido muito inspirado pelo jogo de 2017. Mas, afinal, o que esse título de 2022 traz de diferente em relação a sua principal referência e comparado a outros metroidvanias?

O mundo subterrâneo das máquinas

Haiku The Robot é situado em um mundo pós-apocalíptico, onde os únicos sobreviventes de uma catástrofe nuclear foram as máquinas. Haiku é um pequeno robô controlado pelo jogador. Durante o jogo, ele explora um mundo subterrâneo e enfrenta máquinas que foram corrompidas por um vírus de computador. Como um metroidvania, o jogador adquire habilidades adicionais que permitem que o robozinho consiga entrar em áreas que antes eram inacessíveis.

A premissa de enfrentar inimigos corrompidos é semelhante a Hollow Knight, assim como a movimentação de Haiku e algumas habilidades adquiridas, mas isso poderia ser dito em relação a outros metroidvanias. A questão é que Haiku The Robot tem diversos trechos quase que idênticos a de Hollow Knight, seja do tipo de desafio quanto até mesmo uma tentativa de emular o mesmo tipo de ambientação.

Diferenciais bem pontuais

Como já mencionado, o estilo artístico é diferente e a premissa, apesar de parecida, tem algumas resoluções diferentes. Porém, de novo mesmo em Haiku The Robot, há dois elementos: o medidor de energia e a maneira que o personagem se cura. Esse medidor enche conforme o robozinho utiliza algumas habilidades, como o dash, e no seu máximo há uma sobrecarga, como se o personagem estivesse fadigado, sendo necessário esperar um pouco para utilizar novamente um comando. Dosar esse medidor é o grande fator estratégico do combate.

No caso da cura, o jogador, segurando um botão, faz com que Haiku se conserte, em uma animação dele se apertando com uma chave de fenda. A vida do robozinho é dividida em pontos, danos que podem ser tomados, e para consertar cada uma delas é necessário um número de peças. Quando o jogador derrota inimigos, eles soltam peças que, além da cura, funcionam também como as moedas do jogo, no qual é possível comprar upgrades de vida, chaves para abrir caminhos, chips que podem ser equipados pelo Haiku, como habilidades passivas.

Necessitar das peças faz com que o jogador sinta uma dependência maior de derrotar inimigos. No entanto, existe um dilema, pois, aumenta um período de tempo de backtracking. Ao invés de uma revisita a uma área ser só passar de um canto para outro, caso o jogador precise de moedas, precisará parar e enfrentar inimigos. Felizmente, para concluir o jogo normalmente, não é necessário comprar todas melhorias que são vendidas pelos comerciantes.

Algumas engrenagens que não se encaixam

Haiku The Robot é um jogo simples, tem alguns picos de dificuldades em lutas contra chefes específicos e dura por volta de 8 horas para ser completado. Sua progressão é linear no início e depois ela abre, o jogador pode descobrir áreas diferentes enquanto explora, não seguindo uma ordem preestabelecida.

No entanto, há um problema que pode confundir alguns jogadores, duas habilidades chaves do Haiku são pegas de um modo não convencional, elas precisam ser pagas com peças numa sala específica. Caso não seja possível compra-las de uma vez, o personagem continua sendo limitado por uma das barreiras do jogo. Nesse caso, como é possível acessar caminhos alternativos a partir do level design de seu mapa, o jogador pode explorar um bom tempo novas áreas e ao retornar essa barreira, esquecer-se de que tipo de habilidade é necessária para desbloquear esse caminho e muito menos qual lugar ela estaria.

Por essa habilidade ser adquirida de um modo não convencional, o jogador se sente um pouco enganado por ter que adquirir uma recompensa por um meio que não seja sua exploração. Essa situação acontece também no Bloodstained: Ritual Of The Night. Além dessa sensação mencionada, a falta dessa habilidade não adquirida pode fazer com que o jogador chegue em um determinado trecho de uma área e a única é utilizar justamente desta habilidade, deixando-o preso e sendo necessário morrer de propósito para voltar em um save anterior (felizmente fora desse segmento).

O jogo lançou com alguns problemas de demora na resposta de comando. Quando o Haiku cai em um buraco, ou encosta em espinhos, a tela escurece e o personagem reaparece no lugar seguro anterior, tendo perdido um ponto de vida. A solução evita frustrações de levar muitos danos de uma vez num piso de espinhos por exemplo. No entanto, esse respawn em algumas áreas, coloca o personagem prestes a cair em um buraco novamente, causando danos consecutivas vezes, do tipo: o robozinho caiu em um buraco e reaparece encostado na parede, praticamente um pixel acima do buraco, tendo que o jogador realizar um comando muito rápido para chegar a um lugar seguro. Aparentemente, esses são problemas que com algum tempo, em atualizações, deixarão de existir.

Haiku The Robot é um jogo esteticamente agradável, apesar de ter podido variar um pouco mais na paleta cores. Mesmo que muito parecido com Hollow Knight, tem uma cara própria, e talvez essas semelhanças até possam ser um fator de interesse para quem é fã do metroidvania de insetos. Os diferenciais apontados, apesar de bem específicos, oferecem um combate diferente, que a execução por si só já é bem polida. Levando em conta os problemas mais graves apresentados, caso seja possível passar ileso por eles, o jogo será uma experiência agradável. Não é uma adição super relevante ao gênero de exploração e ação, mas é competente em sua proposta.

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Comentários

[…] No último sábado, 13 de março, completei um ano de isolamento social. Posso contar nos dedos as vezes que saí para resolver alguma pendência obrigatória presencialmente. Pensar que o mundo mudou tanto em 365 dias me causa ansiedade. Mas, pensar como eu mudei, ou deixei de mudar, nesse período me causa mais angústia. Obviamente, não tem sido fácil para ninguém. O que restou, além das adaptações de rotina, foi reaprender a me comunicar de maneira remota. Uma dessas lições foi aprendida por meio de Stardew Valley. […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 18/02/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/previa/valheim/) […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 14/01/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/analise/tell-me-why/) […]

[…] a alternativa não é descartada. Até mesmo tivemos uma história inédita do marsupial em Crash Bandicoot 4: It’s About Time. Poderíamos ter uma nova versão futuramente de Crash Bash – o party game da franquia […]

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Breath of the Wild carater família?

wishlistei

Você sabe me falar se compensa eu comprar esse ou posso jogar o original também, eu tenho o original mas não. Joguei nenhum você pode me ajudar nessa Dúvida de 259 reais kkkk

Incluindo a fonte de meu comentário.: http://www.vgchartz.com/gamedb/games.php?name=just+dance+2018&keyword=&console=&region=All&developer=&publisher=&goty_year=&genre=&boxart=Both&banner=Both&ownership=Both&results=50&order=Sales&showtotalsales=0&showtotalsales=1&showpublisher=0&showpublisher=1&showvgchartzscore=0&showvgchartzscore=1&shownasales=0&showdeveloper=0&showcriticscore=0&showcriticscore=1&showpalsales=0&showreleasedate=0&showreleasedate=1&showuserscore=0&showuserscore=1&showjapansales=0&showlastupdate=0&showlastupdate=1&showothersales=0

O que mais impressiona é que a versão mais vendida deste jogo foi a do Nintendo Switch, seguida da fucking versão de Wii! TEM GENTE COMPRANDO JUSTA DANCE PRA WII EM 218! E vendeu bem mais que no One... Dificilmente um JD 2019 vai ficar de fora do velho de guerra da Nintendo!

<3

Este jogo é fantástico! Muito bom evoluir todos os personagens. Os personagens da 2ª geração ficam ainda mais fortes. Celice, filho de Sigurd, torna-se quase um Deus, o deixei com 80 de HP, o máximo, como outros status que ficaram no seu máximo, mais os itens: Silver Sword, Silver Blade, Power Ring, Speed Ring, Defence Ring, deixando o Celice muito forte e resistente.

Obrigado! Sobre suas dúvidas: 1) Eu não consegui confirmação concreta de quem é o CEO atual da Game Freak. O pouco que descobri apontava para o Satoshi, mas é possível que ele já tenha saído sim. 2) O texto foi escrito em dezembro, antes do anúncio de Bayonetta 3. Como a ideia é lançar um listão assim a cada seis meses, acho que não vale o trabalho ficar atualizando a cada anúncio. Mas se houver demanda, posso fazer.

Belo compendium dos estúdios da Nintendo e afiliados! Só tenho duas dúvidas: 1- O Satoshi ainda é CEO da Game Freak? Pensei que ele já tinha se afastado. 2- A Platinum não está fazendo Bayonetta 3 agora?

Que bacana, o jogo parece bem legal. Só não compro porque larguei rápido o último jogo do tipo que peguei (Animal Crossing: New Leaf)

O Zelda mais zeldoso de todos

Esse é jogo é O Zelda?

Valeu :)

Realmente é algo incrível, parece até informação secreta kkkkkkk, ótimo post.

Analise justíssima, parabéns Renan! Na minha opinião, por mais que Pocket Camp seja inegávelmente a experiência mobile da Nintendo mais próxima que tivemos da “versão console”, é desnecessariamente repetitivo, incompleto e enjoativo. Além do gameplay lento (como citado na análise), não existem grandes recompensas pela progressão no jogo além de novos personagens e móveis pra construir. No fim, Pocket Camp é apenas (o pior de) New Leaf adaptado para smartphones, com 10% das funcionalidades e mecânicas free-to-play. Talvez uma atualização dê alguma tapeada na repetitividade excessiva, mas teriam que mudar tanto o jogo que nem sei se vale a pena.

Não joguei esse Zelda ainda, por isso não posso fazer comentários sobre o jogo mas sei que a Nintendo sempre capricha nos seus jogos e usa artificios muito elaborados até para as coisas mais simples, certa vez na internet achei um vídeo relacionando o construtivismo de Vygotsky com o jogo super Mario...por fim estou gostando dessa abordagem mais técnica dos jogos, sai um pouco do padrão da internet

É um openworld, no dois vc começa adolescente e vai envelhecendo, as cicatrizes permanecem, vc pode comprar casa e casar nas diferentes cidades... no terceiro muda mas as decisões são fodas, por exemplo vc procura apoio da população de uma vila pra dar o golpe no seu irmão, então vc promete uma ponte pra cidade, depois do golpe vc tem escolher entre construir a ponte e aumentar o exército da sua nação contra o inimigo do jogo ..daí sua escolha muda tudo

Eu ouvi muito de Fable na época pré-lançamento dele, mas não cheguei a jogar. Tinham muitas promessas nesse sentido mesmo, que você ia passar anos na pele do mesmo aventureiro. Ele chega a ser um openworld? E as escolhas geravam caminhos e quests diferentes?

Um jogo bem interessante mas que muita gente não gosta é Fable, vc ter uma vida, fazer escolhas que vão afetar a história é bem interessante, seria bem legal se em Zelda você pudesse desenvolver uma cidade e se tornar herói/prefeito

Rapaz, que texto. A crítica que você fez à premiação do Uncharted bate no ponto certo. As narrativas mais envolventes do universo dos games, pra mim, foram aquelas que exploraram todo o potencial de interatividade que a mídia propõe. Nada contra Uncharted e eu acho que o jogo é brilhante em vários outros aspectos, mas os exemplos citados no texto falam por si só. Enfim, gostei muito. E o site tá lindo, isso aqui é qualidade pura.

Excelente lista! O Switch é uma awesome little indie machine :)

Faltam 2 horas e estou que nem criança imaginando minha reação se eu ganhar.

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm