Análise: Minecraft Dungeons - Neo Fusion
Análise
Minecraft Dungeons
11 de junho de 2020
Cópia digital da versão de Xbox One do jogo gentilmente cedida pela Xbox Brasil.

Desenvolvido pela mesma equipe responsável pela manutenção e aprimoramento de Minecraft (depois que o game foi adquirido pela Microsoft), Minecraft Dungeons é um jogo bastante diferente de seu antecessor. Compartilhando o mesmo universo e personagens, o título abandona a coleta de recursos e criação de equipamentos para focar quase que exclusivamente na ação.

No game, um Illager — inimigo comum no game original — adquire um artefato de grande poder que o permite invocar legiões de monstros sob seu comando. No papel de um aventureiro, cabe a você (acompanhado ou não de um grupo) lidar com a situação e evitar que o caos causado pela criatura se espalhe pelo mundo.

Minecraft Dungeons

Isso é feito viajando por diferentes regiões de um mapa e derrotando os monstros que surgem pelo caminho, que variam em formato e dificuldade: há seres que simplesmente usam ataques físicos, outros usam magias para fortalecer os demais e há até mesmo os que usam explosões em ataques suicidas.

Desafio na medida

A variedade de adversários é boa, exigindo que o jogador se posicione de forma consciente e use bem seus recursos para avançar. Embora Minecraft Dungeons não possa ser considerado um jogo difícil, há alguns momentos bem desafiadores. As batalhas contra chefes e subchefes saltam à atenção nesse momento, oferecendo algumas pedreiras que nem sempre serão vencidas em uma só tentativa.

O game equilibra seus desafios de maneira inteligente — levando em consideração não somente o seu nível de personagem, mas também os equipamentos que você possui. A partir desse cálculo, ele limita suas opções: dá para encarar tudo com um nível um pouco abaixo do seu (e ter recompensas menores), encarar desafios em seu nível ou em um grau de dificuldade significativamente mais elevado — com o risco de apanhar bastante no caminho, recebendo recompensas mais interessantes em contrapartida.

Minecraft Dungeons

Caso você morra, o jogo sempre oferece checkpoints próximos ao ponto em que isso aconteceu, garantindo que o ritmo da aventura se mantenha rápido e constante. No entanto, a regra é clara: depois de três strikes, você é mandado de volta para seu acampamento e preciso recomeçar a fase em que falhou do zero. Ao menos os pontos de experiência e itens adquiridos até então são mantidos.

O segredo está nos itens

Por falar em itens, o sistema de equipamentos é parte essencial de sua experiência em Minecraft Dungeons. Ao subir de nível, o jogador ganha pontos que podem ser associados à armadura, arma física ou arma de longo alcance que você possui. Isso influencia nos modificadores que cada uma delas pode aparecer.

Uma armadura em nível 1, por exemplo, pode jogar uma bola de neve a cada 6 segundos em um inimigo em seu formato básico. Quando totalmente evoluída, ela diminui intervalo igual a 1 segundo, mudando a maneira como o jogador interage com os inimigos. O mesmo acontece com as armas, que se transformam e ganham mais utilidade conforme a quantidade de pontos investidos nelas aumenta.

Minecraft Dungeons

Como a única forma de reaproveitar esses pontos é destruindo os equipamentos, o jogo ganha uma dinâmica na qual você constantemente vai se livrar do velho para abrir espaço para o novo. Para completar, o jogador ainda tem que levar em consideração a raridade dos itens que encontra pelo caminho e a maneira como cada habilidade destravada interage entre si.

A complexidade não chega a ser tão grande quanto o de títulos como Diablo II graças à inexistência de um sistema mais “clássico” de distribuição de atributos. No entanto, há profundidade de sobra para quem gosta do esquema “min/max”, especialmente quando a aventura chega ao fim — que, para muitos, vai ser somente o começo.

Foco no looting

Relativamente curto em quantidade de conteúdo — trama principal demanda aproximadamente 5 horas na dificuldade normal —, Minecraft Dungeons tem na repetição sua força, que também se revela uma fraqueza. Ao mesmo tempo em que você sempre vai ver os mesmos cenários, a possibilidade de encontrar itens cada vez mais poderosos é um incentivo bastante forte para continuar se aventurando.

Gostaria que os desenvolvedores só tivessem trazido um pouco da profundidade encontrada no modo Aventura — que oferece recompensas bem interessantes — à aventura básica. Ao mesmo tempo, reconheço que isso poderia tirar um pouco o critério de “introdução ao mundo dos dungeon crawlers de forma segura” que o jogo assume publicamente.

Minecraft Dungeons

Para o futuro próximo, a equipe já promete uma nova seleção de fases e aventuras em localizações diferentes, contanto que os jogadores comprem os DLCs. Pessoalmente, estou mais empolgado com a vindoura promessa de crossplay entre as plataformas — algo que senti bastante falta, visto que joguei no PC e a maioria das pessoas que conheço está no Xbox One ou no Switch. Por falar em Switch, evitei essa versão por uma questão: as constantes quedas de desempenho tornam, no momento atual, bastante incômodo jogar no modo dock.

Um ótimo jogo para podcasts

Minecraft Dungeons é um ótimo jogo para aproveitar ouvindo podcasts ou suas músicas favoritas. E isso em nenhum momento é um demérito. Oferecendo um ciclo de gameplay bastante interessante — no qual novos itens e possibilidades surgem de forma constante —, o game é daqueles em que você pode “desligar a mente” e se divertir muito bem em um nível estritamente mecânico.

Minecraft Dungeons

Confesso que, acostumado com outras experiências mais “core” do gênero (como o já mencionado Diablo e também Torchlight), senti falta de um pouco mais de profundidade. Ao mesmo tempo, sei que o problema nesse caso sou eu: o game é focado em ser uma porta de entrada para esse tipo de experiência, e nisso ele é muito bem-sucedido.

Longe de ter a complexidade de suas raízes, Minecraft Dungeons é ótimo como distração individual ou como experiência para múltiplos jogadores. Só não espere encontrar aqui uma experiência muito extensa de conteúdos: se repetição intensa em busca de loots cada vez mais poderosos não é o seu negócio, há ofertas no gênero que podem lhe trazer mais satisfação.

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Comentários

[…] No último sábado, 13 de março, completei um ano de isolamento social. Posso contar nos dedos as vezes que saí para resolver alguma pendência obrigatória presencialmente. Pensar que o mundo mudou tanto em 365 dias me causa ansiedade. Mas, pensar como eu mudei, ou deixei de mudar, nesse período me causa mais angústia. Obviamente, não tem sido fácil para ninguém. O que restou, além das adaptações de rotina, foi reaprender a me comunicar de maneira remota. Uma dessas lições foi aprendida por meio de Stardew Valley. […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 18/02/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/previa/valheim/) […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 14/01/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/analise/tell-me-why/) […]

[…] a alternativa não é descartada. Até mesmo tivemos uma história inédita do marsupial em Crash Bandicoot 4: It’s About Time. Poderíamos ter uma nova versão futuramente de Crash Bash – o party game da franquia […]

[…] mas também foi possível prestigiar títulos à parte dos cartunescos, como, por exemplo, o novo Tony Hawk’s Pro Skater 1+2, que resgatou a alma de um dos jogos de esporte mais icônicos de sua geração. Embora a origem […]

[…] não sendo tão inovador e debatível quanto Her Story, o título certamente conquista um espaço importante no (já não tão popular) gênero dos […]

Breath of the Wild carater família?

wishlistei

Você sabe me falar se compensa eu comprar esse ou posso jogar o original também, eu tenho o original mas não. Joguei nenhum você pode me ajudar nessa Dúvida de 259 reais kkkk

Incluindo a fonte de meu comentário.: http://www.vgchartz.com/gamedb/games.php?name=just+dance+2018&keyword=&console=&region=All&developer=&publisher=&goty_year=&genre=&boxart=Both&banner=Both&ownership=Both&results=50&order=Sales&showtotalsales=0&showtotalsales=1&showpublisher=0&showpublisher=1&showvgchartzscore=0&showvgchartzscore=1&shownasales=0&showdeveloper=0&showcriticscore=0&showcriticscore=1&showpalsales=0&showreleasedate=0&showreleasedate=1&showuserscore=0&showuserscore=1&showjapansales=0&showlastupdate=0&showlastupdate=1&showothersales=0

O que mais impressiona é que a versão mais vendida deste jogo foi a do Nintendo Switch, seguida da fucking versão de Wii! TEM GENTE COMPRANDO JUSTA DANCE PRA WII EM 218! E vendeu bem mais que no One... Dificilmente um JD 2019 vai ficar de fora do velho de guerra da Nintendo!

<3

Este jogo é fantástico! Muito bom evoluir todos os personagens. Os personagens da 2ª geração ficam ainda mais fortes. Celice, filho de Sigurd, torna-se quase um Deus, o deixei com 80 de HP, o máximo, como outros status que ficaram no seu máximo, mais os itens: Silver Sword, Silver Blade, Power Ring, Speed Ring, Defence Ring, deixando o Celice muito forte e resistente.

Obrigado! Sobre suas dúvidas: 1) Eu não consegui confirmação concreta de quem é o CEO atual da Game Freak. O pouco que descobri apontava para o Satoshi, mas é possível que ele já tenha saído sim. 2) O texto foi escrito em dezembro, antes do anúncio de Bayonetta 3. Como a ideia é lançar um listão assim a cada seis meses, acho que não vale o trabalho ficar atualizando a cada anúncio. Mas se houver demanda, posso fazer.

Belo compendium dos estúdios da Nintendo e afiliados! Só tenho duas dúvidas: 1- O Satoshi ainda é CEO da Game Freak? Pensei que ele já tinha se afastado. 2- A Platinum não está fazendo Bayonetta 3 agora?

Que bacana, o jogo parece bem legal. Só não compro porque larguei rápido o último jogo do tipo que peguei (Animal Crossing: New Leaf)

O Zelda mais zeldoso de todos

Esse é jogo é O Zelda?

Valeu :)

Realmente é algo incrível, parece até informação secreta kkkkkkk, ótimo post.

Analise justíssima, parabéns Renan! Na minha opinião, por mais que Pocket Camp seja inegávelmente a experiência mobile da Nintendo mais próxima que tivemos da “versão console”, é desnecessariamente repetitivo, incompleto e enjoativo. Além do gameplay lento (como citado na análise), não existem grandes recompensas pela progressão no jogo além de novos personagens e móveis pra construir. No fim, Pocket Camp é apenas (o pior de) New Leaf adaptado para smartphones, com 10% das funcionalidades e mecânicas free-to-play. Talvez uma atualização dê alguma tapeada na repetitividade excessiva, mas teriam que mudar tanto o jogo que nem sei se vale a pena.

Não joguei esse Zelda ainda, por isso não posso fazer comentários sobre o jogo mas sei que a Nintendo sempre capricha nos seus jogos e usa artificios muito elaborados até para as coisas mais simples, certa vez na internet achei um vídeo relacionando o construtivismo de Vygotsky com o jogo super Mario...por fim estou gostando dessa abordagem mais técnica dos jogos, sai um pouco do padrão da internet

É um openworld, no dois vc começa adolescente e vai envelhecendo, as cicatrizes permanecem, vc pode comprar casa e casar nas diferentes cidades... no terceiro muda mas as decisões são fodas, por exemplo vc procura apoio da população de uma vila pra dar o golpe no seu irmão, então vc promete uma ponte pra cidade, depois do golpe vc tem escolher entre construir a ponte e aumentar o exército da sua nação contra o inimigo do jogo ..daí sua escolha muda tudo

Eu ouvi muito de Fable na época pré-lançamento dele, mas não cheguei a jogar. Tinham muitas promessas nesse sentido mesmo, que você ia passar anos na pele do mesmo aventureiro. Ele chega a ser um openworld? E as escolhas geravam caminhos e quests diferentes?

Um jogo bem interessante mas que muita gente não gosta é Fable, vc ter uma vida, fazer escolhas que vão afetar a história é bem interessante, seria bem legal se em Zelda você pudesse desenvolver uma cidade e se tornar herói/prefeito

Rapaz, que texto. A crítica que você fez à premiação do Uncharted bate no ponto certo. As narrativas mais envolventes do universo dos games, pra mim, foram aquelas que exploraram todo o potencial de interatividade que a mídia propõe. Nada contra Uncharted e eu acho que o jogo é brilhante em vários outros aspectos, mas os exemplos citados no texto falam por si só. Enfim, gostei muito. E o site tá lindo, isso aqui é qualidade pura.

Excelente lista! O Switch é uma awesome little indie machine :)

Faltam 2 horas e estou que nem criança imaginando minha reação se eu ganhar.

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm