Análise: Viewfinder - Neo Fusion
Análise
Viewfinder
27 de julho de 2023
Testamos a versão de PC a partir de cópia cedida pela publicadora.

Em inglês, viewfinder é o visor de uma câmera por onde visualizamos o sujeito que será fotografado. Literalmente, traduz-se como “procurador de vista” — através dele enxergamos o mundo de outra forma, com campo de visão limitado e distorções que podem ocorrer devido à ótica da lente usada.

Para os fotógrafos e cinematógrafos, há algo poético nesse processo, pois é onde a fotografia, como tecnologia, cria uma característica inerente da fotografia, como forma de arte. É também um ótimo nome para o jogo Viewfinder, no qual estamos constantemente procurando perspectivas diferentes para desvendar seus quebra-cabeças.

Trata-se de um jogo no subgênero “first person puzzle“, onde encontramos também PortalThe Witness e The Entropy Centre, entre outros. São jogos que nos colocam dentro dos quebra-cabeças e muitas vezes o próprio jogador é uma peça na charada. Esse estilo tem crescido em relevância nos últimos anos, e Viewfinder consegue encontrar uma posição distinta.

Como encontrar um ponto de vista?

A maioria das imagens e vídeos sobre Viewfinder podem te dar a impressão que a câmera — uma analógica instantânea estilo Polaroid — é a mecânica central que mantém a órbita de possibilidades do jogo. Na verdade, não é bem assim.

O jogo é estruturado em fases pequenas, colocadas em conjuntos de 4 a 6 geralmente, por sua vez estruturados em “mundos” com seus próprios temas centrais. Nesse sentido, lembra bastante Portal e suas câmaras de teste. Assim como o histórico jogo da Valve, as mecânicas são introduzidas pouco a pouco para permitir uma boa compreensão pelo jogador. Com mais restrições no início, o jogador é praticamente forçado a descobrir soluções por si só, para então poder aplicar a mesma lógica em situações mais elaboradas.

A mecânica central é imediatamente compreensível num vídeo, mas difícil de descrever em palavras. Basicamente, podemos segurar fotos (ou figuras, ilustrações) contra o mundo e *BAM* os objetos representados na foto se tornam parte da realidade e podemos até entrar nela. Mas cuidado, pois o que estava atrás da foto pode ser apagado da existência. Mais adiante, quando recebemos a tal câmera, temos uma liberdade muito maior para fotografar elementos da fase e usá-los como solução.

Isso impressiona tecnicamente, pois incrivelmente as coisas funcionam de forma esperada e intuitiva. Ao mesmo tempo, não é uma ideia completamente nova, pois alguns jogos como Snapshot já exploram algo similar em diferentes contextos. Há também a possibilidade de “rebobinar” o jogo, que nos permite rapidamente experimentar com ideias, mas não é usada como mecânica para resolver puzzles.

OK, a mecânica é interessante e funciona bem. Para termos um jogo bom, basta usá-la de forma criativa. Nesse ponto o jogo também tem sucesso, mas talvez não no nível tão alto quanto eu gostaria. A maioria dos puzzles é um pouco fácil, pois basta prestar atenção nos elementos entregues pela fase para deduzir como usá-los para atingir um objetivo (que pode ser alcançar uma máquina, ou dar energia a ela usando baterias e outras parafernálias).

Ainda assim, geralmente é divertido colocar a ideia em prática. Também há uma variedade de submecânicas atreladas à principal — que não vou elaborar aqui pois a descoberta delas faz parte da graça da experiência — que ajudam a adicionar variedade aos segmentos de jogo.

Alguns puzzles se superam e utilizam mecânicas já apresentadas de forma inesperada. São poucos, mas nesses momentos eu tive que deixar o jogo de lado por um tempo para depois retornar com a cabeça fresca. Para mim, esses são os pontos altos de Viewfinder. Mas, naturalmente pelo estilo de jogo, exatamente quais puzzles deixam o jogador encucado pode variar bastante de acordo com a intuição da pessoa.

Um problema sem solução

Há também um aspecto narrativo do jogo, que indica que somos um pesquisador (ou pesquisadora) revirando os achados de um grupo de cientistas que procurava uma solução para o aquecimento global. A motivação é nobre, mas achei incrivelmente difícil de relacionar tal busca com os quebra-cabeças apresentados — parecia se tratar de assuntos distintos.

Somos acompanhados pelo gato Cait, que vai nos dando dicas do que aconteceu, e outra colega que nos supervisiona por fora da simulação. Mas, sinceramente, não achei o enredo muito cativante e sinto que o jogo funciona perfeitamente bem sem ele.

Viewfinder deixa sua marca entre jogos de puzzle com uma mecânica que não é completamente revolucionária, mas é muito divertida e bem-implementada, além de ser usada de forma bastante criativa. Nem todos os puzzles têm o mesmo nível de complexidade ou qualidade, mas a experiência como um todo agrada pelas horas que dura. Há também uma narrativa, que achei bastante desconexa com as atividades do jogo.

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Comentários

[…] No último sábado, 13 de março, completei um ano de isolamento social. Posso contar nos dedos as vezes que saí para resolver alguma pendência obrigatória presencialmente. Pensar que o mundo mudou tanto em 365 dias me causa ansiedade. Mas, pensar como eu mudei, ou deixei de mudar, nesse período me causa mais angústia. Obviamente, não tem sido fácil para ninguém. O que restou, além das adaptações de rotina, foi reaprender a me comunicar de maneira remota. Uma dessas lições foi aprendida por meio de Stardew Valley. […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 18/02/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/previa/valheim/) […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 14/01/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/analise/tell-me-why/) […]

[…] a alternativa não é descartada. Até mesmo tivemos uma história inédita do marsupial em Crash Bandicoot 4: It’s About Time. Poderíamos ter uma nova versão futuramente de Crash Bash – o party game da franquia […]

[…] mas também foi possível prestigiar títulos à parte dos cartunescos, como, por exemplo, o novo Tony Hawk’s Pro Skater 1+2, que resgatou a alma de um dos jogos de esporte mais icônicos de sua geração. Embora a origem […]

[…] não sendo tão inovador e debatível quanto Her Story, o título certamente conquista um espaço importante no (já não tão popular) gênero dos […]

Breath of the Wild carater família?

wishlistei

Você sabe me falar se compensa eu comprar esse ou posso jogar o original também, eu tenho o original mas não. Joguei nenhum você pode me ajudar nessa Dúvida de 259 reais kkkk

Incluindo a fonte de meu comentário.: http://www.vgchartz.com/gamedb/games.php?name=just+dance+2018&keyword=&console=&region=All&developer=&publisher=&goty_year=&genre=&boxart=Both&banner=Both&ownership=Both&results=50&order=Sales&showtotalsales=0&showtotalsales=1&showpublisher=0&showpublisher=1&showvgchartzscore=0&showvgchartzscore=1&shownasales=0&showdeveloper=0&showcriticscore=0&showcriticscore=1&showpalsales=0&showreleasedate=0&showreleasedate=1&showuserscore=0&showuserscore=1&showjapansales=0&showlastupdate=0&showlastupdate=1&showothersales=0

O que mais impressiona é que a versão mais vendida deste jogo foi a do Nintendo Switch, seguida da fucking versão de Wii! TEM GENTE COMPRANDO JUSTA DANCE PRA WII EM 218! E vendeu bem mais que no One... Dificilmente um JD 2019 vai ficar de fora do velho de guerra da Nintendo!

<3

Este jogo é fantástico! Muito bom evoluir todos os personagens. Os personagens da 2ª geração ficam ainda mais fortes. Celice, filho de Sigurd, torna-se quase um Deus, o deixei com 80 de HP, o máximo, como outros status que ficaram no seu máximo, mais os itens: Silver Sword, Silver Blade, Power Ring, Speed Ring, Defence Ring, deixando o Celice muito forte e resistente.

Obrigado! Sobre suas dúvidas: 1) Eu não consegui confirmação concreta de quem é o CEO atual da Game Freak. O pouco que descobri apontava para o Satoshi, mas é possível que ele já tenha saído sim. 2) O texto foi escrito em dezembro, antes do anúncio de Bayonetta 3. Como a ideia é lançar um listão assim a cada seis meses, acho que não vale o trabalho ficar atualizando a cada anúncio. Mas se houver demanda, posso fazer.

Belo compendium dos estúdios da Nintendo e afiliados! Só tenho duas dúvidas: 1- O Satoshi ainda é CEO da Game Freak? Pensei que ele já tinha se afastado. 2- A Platinum não está fazendo Bayonetta 3 agora?

Que bacana, o jogo parece bem legal. Só não compro porque larguei rápido o último jogo do tipo que peguei (Animal Crossing: New Leaf)

O Zelda mais zeldoso de todos

Esse é jogo é O Zelda?

Valeu :)

Realmente é algo incrível, parece até informação secreta kkkkkkk, ótimo post.

Analise justíssima, parabéns Renan! Na minha opinião, por mais que Pocket Camp seja inegávelmente a experiência mobile da Nintendo mais próxima que tivemos da “versão console”, é desnecessariamente repetitivo, incompleto e enjoativo. Além do gameplay lento (como citado na análise), não existem grandes recompensas pela progressão no jogo além de novos personagens e móveis pra construir. No fim, Pocket Camp é apenas (o pior de) New Leaf adaptado para smartphones, com 10% das funcionalidades e mecânicas free-to-play. Talvez uma atualização dê alguma tapeada na repetitividade excessiva, mas teriam que mudar tanto o jogo que nem sei se vale a pena.

Não joguei esse Zelda ainda, por isso não posso fazer comentários sobre o jogo mas sei que a Nintendo sempre capricha nos seus jogos e usa artificios muito elaborados até para as coisas mais simples, certa vez na internet achei um vídeo relacionando o construtivismo de Vygotsky com o jogo super Mario...por fim estou gostando dessa abordagem mais técnica dos jogos, sai um pouco do padrão da internet

É um openworld, no dois vc começa adolescente e vai envelhecendo, as cicatrizes permanecem, vc pode comprar casa e casar nas diferentes cidades... no terceiro muda mas as decisões são fodas, por exemplo vc procura apoio da população de uma vila pra dar o golpe no seu irmão, então vc promete uma ponte pra cidade, depois do golpe vc tem escolher entre construir a ponte e aumentar o exército da sua nação contra o inimigo do jogo ..daí sua escolha muda tudo

Eu ouvi muito de Fable na época pré-lançamento dele, mas não cheguei a jogar. Tinham muitas promessas nesse sentido mesmo, que você ia passar anos na pele do mesmo aventureiro. Ele chega a ser um openworld? E as escolhas geravam caminhos e quests diferentes?

Um jogo bem interessante mas que muita gente não gosta é Fable, vc ter uma vida, fazer escolhas que vão afetar a história é bem interessante, seria bem legal se em Zelda você pudesse desenvolver uma cidade e se tornar herói/prefeito

Rapaz, que texto. A crítica que você fez à premiação do Uncharted bate no ponto certo. As narrativas mais envolventes do universo dos games, pra mim, foram aquelas que exploraram todo o potencial de interatividade que a mídia propõe. Nada contra Uncharted e eu acho que o jogo é brilhante em vários outros aspectos, mas os exemplos citados no texto falam por si só. Enfim, gostei muito. E o site tá lindo, isso aqui é qualidade pura.

Excelente lista! O Switch é uma awesome little indie machine :)

Faltam 2 horas e estou que nem criança imaginando minha reação se eu ganhar.

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm