Relato: Armored Core VI: Fires of Rubicon por um piloto de primeira viagem - Neo Fusion
Relato
Armored Core VI: Fires of Rubicon
por um piloto de primeira viagem
6 de outubro de 2023
Cópia digital da versão de PS5 cedida pela Bandai Namco Brasil.

Eu já tinha certa intuição de que Armored Core VI: Fires of Rubicon não seria um título que me agradaria da mesma forma que os RPGs e jogos de ação modernos da FromSoftware. Apesar disso, acreditei que o estúdio encabeçado por Hidetaka Miyazaki poderia me entregar uma experiência de mechas um pouco mais interessante do que as poucas outras obras que consumi com essa temática. Por isso, decidi dar uma chance à versão de PlayStation 5 do jogo durante as minhas férias.

Sim, eu estava esperando algo um pouco mais parecido com Souls — seja nos elementos narrativos mais diegéticos ou com um mundo mais interessante de se explorar — de uma série que é completamente diferente e que já existia (como ainda é) desde o PlayStation original, portanto a culpa é toda minha por projetar expectativas desproporcionais e incompatíveis. De qualquer forma, é bom falar um pouco sobre como ele é um jogo interessante e bem feito, mas para um público que com certeza não faço parte.

Meu primeiro contato com Armored Core

Na esmagadora maioria das vezes que me proponho a consumir uma obra, as primeiras impressões são as que ficam. Com Armored Core VI: Fires of Rubicon, sinto que isso não ocorreu. Isso porque minha primeira impressão foi bastante positiva. Primeiramente, queria comentar que os trailers me parecem muito focados em cenas com setpieces grandiosos, voice acting impactante e uma música de excelente qualidade ao fundo. Esperava ver a FromSoftware desenvolver suas memoráveis cutscenes de entrada presentes em seus títulos recentes para além dos primeiros 5 minutos de jogo após assistir o trailer acima.

No início do jogo, senti muita dificuldade de me acostumar com os comandos — quem me conhece sabe como Demon’s Souls e seus sucessores espirituais “estragaram” jogos de ação para mim —, mas acabei me acostumando a esse tipo de combate bem mais focado em disparos, pulos e esquivas do que em golpes corpo-a-corpo. Os treinamentos, acessados pelo menu antes das fases propriamente ditas, acabavam sendo quase que necessários para que eu me adaptasse às mecânicas.

Desde o início, idealizei um jogo que, sim, era sobre o combate entre máquinas de diversos tipos, compassos morais e tamanhos, mas também que era sobre explorar um mundo estranho e cheio de segredos escondidos entre escombros e poeira interestelar. Mas não foi isso que encontrei — mesmo este sendo um jogo desenvolvido após tantos hits de sucesso da FromSoftware nessa mesma “pegada”.

O que Armored Core tem em comum e de diferente comparado a Souls?

Essa é uma pergunta que eu sempre me fazia quando falavam sobre a importância de Armored Core para os quase 30 anos de história do estúdio. A resposta mais simples, sob minha ótica, é: mais do que parece em sua superfície, menos do que eu gostaria em sua essência.

Como esperado, Armored Core VI: Fires of Rubicon é um jogo de ação bastante exigente (não há seleção de dificuldades). O jogo, porém, cria checkpoints bastante amigáveis com frequência durante as missões — em especial no início de lutas mais desafiadoras. A personalização dos Armored Core ou ACs (mechas) também contribui para que uma quantidade exorbitante de builds possa ser criada intuitivamente por meio da troca de componentes entre uma fase e outra.

Sim, você leu corretamente: fase. Não estamos mais falando de um mundo massivo e inteiriço, cheio de atalhos e armadilhas para você memorizar nas mais de 3 vezes que deverá jogar para compreendê-lo por completo. Para a falar a verdade, porém, isso faz bastante sentido com a proposta da nova entrada e com o histórico da série. A duração das fases varia bastante: algumas missões são bem diretas ao ponto e não ultrapassam 5 minutos, enquanto outras são bastante lentas na progressão e ainda nos emparelham com um “chefão” nos minutos finais.

E por falar em “chefão”, aqui o DNA de Souls está presente: as batalhas são sim grandiosas, mas não as classificaria como memoráveis. Algumas delas se estendem por toda a missão e trazem gimmicks divertidos de serem descobertos durante as primeiras tentativas, especialmente quando os alvos são tão grandes que praticamente fazem parte do level design da fase, mas as lutas contra as máquinas mais simples e menores acabam cansando. O design dos inimigos parece tão repetitivo quanto a vastidão monocromática de cada fase. Sinceramente, é difícil acreditar que as fases foram desenhadas pelas mesmas mãos que criaram o Castelo de Caenhurst, a Capital Leyndell e a lendária Anor Londo.


É uma pena que eu não tenha me adaptado tão bem a Armored Core VI: Fires of Rubicon a ponto de terminá-lo. Talvez seja o momento da vida que estou passando — pouquíssimos jogos conseguem prender a minha atenção até o final —, mas eu não o culpo por meu desinteresse e por esperar algo que não prometeu me entregar. Resta-me experimentar, mais uma vez, outros jogos menos conhecidos do estúdio para ver se são tão especiais para mim quanto os grandes sucessos de crítica e público dos últimos anos.

Leia também

Análise
Dragon’s Dogma 2
POR
9 de abril de 2024
Análise
As Dusk Falls
POR
1 de abril de 2024
Análise
Top Racer Collection
POR
21 de março de 2024

Comentários

[…] No último sábado, 13 de março, completei um ano de isolamento social. Posso contar nos dedos as vezes que saí para resolver alguma pendência obrigatória presencialmente. Pensar que o mundo mudou tanto em 365 dias me causa ansiedade. Mas, pensar como eu mudei, ou deixei de mudar, nesse período me causa mais angústia. Obviamente, não tem sido fácil para ninguém. O que restou, além das adaptações de rotina, foi reaprender a me comunicar de maneira remota. Uma dessas lições foi aprendida por meio de Stardew Valley. […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 18/02/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/previa/valheim/) […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 14/01/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/analise/tell-me-why/) […]

[…] a alternativa não é descartada. Até mesmo tivemos uma história inédita do marsupial em Crash Bandicoot 4: It’s About Time. Poderíamos ter uma nova versão futuramente de Crash Bash – o party game da franquia […]

[…] mas também foi possível prestigiar títulos à parte dos cartunescos, como, por exemplo, o novo Tony Hawk’s Pro Skater 1+2, que resgatou a alma de um dos jogos de esporte mais icônicos de sua geração. Embora a origem […]

[…] não sendo tão inovador e debatível quanto Her Story, o título certamente conquista um espaço importante no (já não tão popular) gênero dos […]

Breath of the Wild carater família?

wishlistei

Você sabe me falar se compensa eu comprar esse ou posso jogar o original também, eu tenho o original mas não. Joguei nenhum você pode me ajudar nessa Dúvida de 259 reais kkkk

Incluindo a fonte de meu comentário.: http://www.vgchartz.com/gamedb/games.php?name=just+dance+2018&keyword=&console=&region=All&developer=&publisher=&goty_year=&genre=&boxart=Both&banner=Both&ownership=Both&results=50&order=Sales&showtotalsales=0&showtotalsales=1&showpublisher=0&showpublisher=1&showvgchartzscore=0&showvgchartzscore=1&shownasales=0&showdeveloper=0&showcriticscore=0&showcriticscore=1&showpalsales=0&showreleasedate=0&showreleasedate=1&showuserscore=0&showuserscore=1&showjapansales=0&showlastupdate=0&showlastupdate=1&showothersales=0

O que mais impressiona é que a versão mais vendida deste jogo foi a do Nintendo Switch, seguida da fucking versão de Wii! TEM GENTE COMPRANDO JUSTA DANCE PRA WII EM 218! E vendeu bem mais que no One... Dificilmente um JD 2019 vai ficar de fora do velho de guerra da Nintendo!

<3

Este jogo é fantástico! Muito bom evoluir todos os personagens. Os personagens da 2ª geração ficam ainda mais fortes. Celice, filho de Sigurd, torna-se quase um Deus, o deixei com 80 de HP, o máximo, como outros status que ficaram no seu máximo, mais os itens: Silver Sword, Silver Blade, Power Ring, Speed Ring, Defence Ring, deixando o Celice muito forte e resistente.

Obrigado! Sobre suas dúvidas: 1) Eu não consegui confirmação concreta de quem é o CEO atual da Game Freak. O pouco que descobri apontava para o Satoshi, mas é possível que ele já tenha saído sim. 2) O texto foi escrito em dezembro, antes do anúncio de Bayonetta 3. Como a ideia é lançar um listão assim a cada seis meses, acho que não vale o trabalho ficar atualizando a cada anúncio. Mas se houver demanda, posso fazer.

Belo compendium dos estúdios da Nintendo e afiliados! Só tenho duas dúvidas: 1- O Satoshi ainda é CEO da Game Freak? Pensei que ele já tinha se afastado. 2- A Platinum não está fazendo Bayonetta 3 agora?

Que bacana, o jogo parece bem legal. Só não compro porque larguei rápido o último jogo do tipo que peguei (Animal Crossing: New Leaf)

O Zelda mais zeldoso de todos

Esse é jogo é O Zelda?

Valeu :)

Realmente é algo incrível, parece até informação secreta kkkkkkk, ótimo post.

Analise justíssima, parabéns Renan! Na minha opinião, por mais que Pocket Camp seja inegávelmente a experiência mobile da Nintendo mais próxima que tivemos da “versão console”, é desnecessariamente repetitivo, incompleto e enjoativo. Além do gameplay lento (como citado na análise), não existem grandes recompensas pela progressão no jogo além de novos personagens e móveis pra construir. No fim, Pocket Camp é apenas (o pior de) New Leaf adaptado para smartphones, com 10% das funcionalidades e mecânicas free-to-play. Talvez uma atualização dê alguma tapeada na repetitividade excessiva, mas teriam que mudar tanto o jogo que nem sei se vale a pena.

Não joguei esse Zelda ainda, por isso não posso fazer comentários sobre o jogo mas sei que a Nintendo sempre capricha nos seus jogos e usa artificios muito elaborados até para as coisas mais simples, certa vez na internet achei um vídeo relacionando o construtivismo de Vygotsky com o jogo super Mario...por fim estou gostando dessa abordagem mais técnica dos jogos, sai um pouco do padrão da internet

É um openworld, no dois vc começa adolescente e vai envelhecendo, as cicatrizes permanecem, vc pode comprar casa e casar nas diferentes cidades... no terceiro muda mas as decisões são fodas, por exemplo vc procura apoio da população de uma vila pra dar o golpe no seu irmão, então vc promete uma ponte pra cidade, depois do golpe vc tem escolher entre construir a ponte e aumentar o exército da sua nação contra o inimigo do jogo ..daí sua escolha muda tudo

Eu ouvi muito de Fable na época pré-lançamento dele, mas não cheguei a jogar. Tinham muitas promessas nesse sentido mesmo, que você ia passar anos na pele do mesmo aventureiro. Ele chega a ser um openworld? E as escolhas geravam caminhos e quests diferentes?

Um jogo bem interessante mas que muita gente não gosta é Fable, vc ter uma vida, fazer escolhas que vão afetar a história é bem interessante, seria bem legal se em Zelda você pudesse desenvolver uma cidade e se tornar herói/prefeito

Rapaz, que texto. A crítica que você fez à premiação do Uncharted bate no ponto certo. As narrativas mais envolventes do universo dos games, pra mim, foram aquelas que exploraram todo o potencial de interatividade que a mídia propõe. Nada contra Uncharted e eu acho que o jogo é brilhante em vários outros aspectos, mas os exemplos citados no texto falam por si só. Enfim, gostei muito. E o site tá lindo, isso aqui é qualidade pura.

Excelente lista! O Switch é uma awesome little indie machine :)

Faltam 2 horas e estou que nem criança imaginando minha reação se eu ganhar.

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm