Análise: Ghostrunner 2 - Neo Fusion
Análise
Ghostrunner 2
23 de outubro de 2023
Cópia de análise para Xbox Series cedida pela 505 Games.

No meio de um outubro concorridíssimo, surge Ghostrunner 2, continuação do título cyberpunk de 2020. Admito que não joguei o original antes de embarcar na sequel, mas pelo que entendi os fundamentos básicos dos dois títulos são os mesmos.

Ghostrunners são super ciborgues que, pelo que entendi, fazem parte de uma força opressora naquele mundo futurista. Em certo momento (provavelmente melhor explicado no primeiro jogo), uma unidade Ghostrunner foi capturada por aqueles que batalham contra a opressão. Então, controlamos e acompanhamos Jack, o Ghostrunner benigno.

Cyberpunk, mas não aquele

Sinceramente, não me interessei muito pela narrativa do título ao ponto de acompanhar algo além das premissas mais básicas. Boa parte da história é contada através de conversas que ocorrem via rádio durante o jogo — e é bastante difícil prestar atenção nelas enquanto continuo jogando. O ritmo do jogo é veloz e muitas vezes frenéticos, exigindo uma atenção constante do jogador.

Aí temos algumas cutscenes fortunadamente curtas e algumas intermissões entre fases que nos colocam em uma base para conversar com outros personagens. Essas conversas são mais fáceis de acompanhar mas bastante secas e… meio sem graça mesmo.

Dito isso, outros elementos que cercam a narrativa — particularmente a ambientação e direção artística — são bastante fortes e sustentam toda a vibe cyberpunk do jogo. Em algum nível, a narrativa parece ser baseada na mitologia do hinduísmo — nomes como Dharma, Asura e Rahu são presentes e fazem essa conexão… Mas eu não posso descrever a fundo o significado disso.

Ninja do futuro

A jogabilidade sem dúvida é o ponto forte de Ghostrunner. Jack é um personagem particularmente ágil, cuja arma principal é uma espada. Com um grande foco em movimentação em primeira pessoa, o título me lembra muito de Mirror’s Edge, um jogo particularmente único da sua época que posteriormente fomentou seguidores. Desta vez, há um foco maior em combate, que provavelmente divide 50% da atenção do jogo com o parkour.

Enquanto há momentos em que podemos focar mais na movimentação ou mais no combate, onde o jogo realmente brilha é quando devemos fazer ambos simultaneamente. Grandes arenas, repletas de pontos onde pular, escalar, correr, se prender e tudo mais salpicada de inimigos de variados tipos. Como Jack é uma unidade de combate corpo-a-corpo, é importante chegarmos aos inimigos antes deles chegarem até nós.

Nos encontros maiores, dificilmente há uma só forma de abordar a situação. Não temos uma barra de vida, portanto qualquer golpe recebido é letal. Os dois fatores se complementam porque o jogador inevitavelmente vai ter que abordar o mesmo cenário múltiplas vezes, e pode ir adaptado a estratégia de acordo com o que funciona ou não. Podemos entrar pela direita, ou por cima, ou diretamente pelo meio. Cada jogador pode escolher o que funciona melhor para seu estilo de jogo e os equipamentos disponíveis.

Complementando a confiável espada temos habilidades como a shuriken, um modo fantasma, um empurrão telecinético, além de um gancho como em quase todo jogo dos últimos anos. Não vou reclamar, pois ganchos são quase sempre bem divertidos. Acho particularmente legal como o jogo é capaz de fazer todas as habilidades serem úteis tanto para combate, quanto para movimentação… E ocasionalmente também para um pouco de exploração e resolução de puzzles.

Os jogadores que quiserem mais Ghostrunner após a campanha podem aproveitar o modo Roguerunner, que realmente é um roguelike baseado nas mecânicas do jogo. Cada desafio de plataforma ou combate leva a uma recompensa, mas após um certo número de fracassos devemos recomeçar do zero.

A infame fase da motoca

Em uma virada digna de Battletoads, acontece que um bom tanto de Ghostrunner 2 — talvez uns 30% das fases — são desenhadas ao redor de uma motocicleta. Entram, então, no panteão de fases de motoca. A moto em si é bem divertida de controlar, e as fases alternam entre pistas lineares e velozes, segmentos mais abertos, e partes onde devemos descer da moto para ativar portas e pontes.

Isso dá uma nova energia ao jogo — um pouco antes da motoca, eu estava começando a cansar da estrutura e ritmo do jogo, que era legal mas mudou pouco. O veículo dá um senso de grande escala ao mundo, e é divertido desviar de obstáculos e pular sobre abismos com ela.

Porém, também é perceptível que essa parte da jogabilidade não é tão polida quanto a principal. Por vezes consegui deixar a moto presa na geometria do jogo, além de que, nos ambientes enormes, dá para notar quando nem todos os elementos visíveis receberam a mesma atenção a detalhes dos artistas e desenvolvedores.

Para concluir, vale dizer que o jogo roda excepcionalmente bem. É daqueles jogos que não parecem fazer nada particularmente extraordinário graficamente, mas não deixa de ser muito bonito na grande maioria das situações. No Xbox Series X, optei por jogar em 1080p/120fps, alvo que ao menos aos meus olhos é quase sempre atingido. Em talvez 3 situações a taxa de quadros caiu desastrosamente, talvez abaixo mesmo de 30fps, por alguns segundos, e depois voltou. Me parece mais um bug do que uma verdadeira queda de desempenho, então esperamos que seja resolvido com algumas atualizações. Fora isso, foi suave, um grande avanço comparado à experiência que tivemos com o primeiro jogo no PS4.

GhostRunner 2 é muito rápido e muito divertido, com um ótimo equilíbrio entre seus elementos de plataforma e de combate. A narrativa explícita não fez muito para me cativar, porém ainda pude apreciar aspectos da criação de mundo e da estética. O legal mesmo é se movimentar pelas fases e trucidar inimigos no caminho.

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Comentários

[…] No último sábado, 13 de março, completei um ano de isolamento social. Posso contar nos dedos as vezes que saí para resolver alguma pendência obrigatória presencialmente. Pensar que o mundo mudou tanto em 365 dias me causa ansiedade. Mas, pensar como eu mudei, ou deixei de mudar, nesse período me causa mais angústia. Obviamente, não tem sido fácil para ninguém. O que restou, além das adaptações de rotina, foi reaprender a me comunicar de maneira remota. Uma dessas lições foi aprendida por meio de Stardew Valley. […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 18/02/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/previa/valheim/) […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 14/01/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/analise/tell-me-why/) […]

[…] a alternativa não é descartada. Até mesmo tivemos uma história inédita do marsupial em Crash Bandicoot 4: It’s About Time. Poderíamos ter uma nova versão futuramente de Crash Bash – o party game da franquia […]

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[…] não sendo tão inovador e debatível quanto Her Story, o título certamente conquista um espaço importante no (já não tão popular) gênero dos […]

Breath of the Wild carater família?

wishlistei

Você sabe me falar se compensa eu comprar esse ou posso jogar o original também, eu tenho o original mas não. Joguei nenhum você pode me ajudar nessa Dúvida de 259 reais kkkk

Incluindo a fonte de meu comentário.: http://www.vgchartz.com/gamedb/games.php?name=just+dance+2018&keyword=&console=&region=All&developer=&publisher=&goty_year=&genre=&boxart=Both&banner=Both&ownership=Both&results=50&order=Sales&showtotalsales=0&showtotalsales=1&showpublisher=0&showpublisher=1&showvgchartzscore=0&showvgchartzscore=1&shownasales=0&showdeveloper=0&showcriticscore=0&showcriticscore=1&showpalsales=0&showreleasedate=0&showreleasedate=1&showuserscore=0&showuserscore=1&showjapansales=0&showlastupdate=0&showlastupdate=1&showothersales=0

O que mais impressiona é que a versão mais vendida deste jogo foi a do Nintendo Switch, seguida da fucking versão de Wii! TEM GENTE COMPRANDO JUSTA DANCE PRA WII EM 218! E vendeu bem mais que no One... Dificilmente um JD 2019 vai ficar de fora do velho de guerra da Nintendo!

<3

Este jogo é fantástico! Muito bom evoluir todos os personagens. Os personagens da 2ª geração ficam ainda mais fortes. Celice, filho de Sigurd, torna-se quase um Deus, o deixei com 80 de HP, o máximo, como outros status que ficaram no seu máximo, mais os itens: Silver Sword, Silver Blade, Power Ring, Speed Ring, Defence Ring, deixando o Celice muito forte e resistente.

Obrigado! Sobre suas dúvidas: 1) Eu não consegui confirmação concreta de quem é o CEO atual da Game Freak. O pouco que descobri apontava para o Satoshi, mas é possível que ele já tenha saído sim. 2) O texto foi escrito em dezembro, antes do anúncio de Bayonetta 3. Como a ideia é lançar um listão assim a cada seis meses, acho que não vale o trabalho ficar atualizando a cada anúncio. Mas se houver demanda, posso fazer.

Belo compendium dos estúdios da Nintendo e afiliados! Só tenho duas dúvidas: 1- O Satoshi ainda é CEO da Game Freak? Pensei que ele já tinha se afastado. 2- A Platinum não está fazendo Bayonetta 3 agora?

Que bacana, o jogo parece bem legal. Só não compro porque larguei rápido o último jogo do tipo que peguei (Animal Crossing: New Leaf)

O Zelda mais zeldoso de todos

Esse é jogo é O Zelda?

Valeu :)

Realmente é algo incrível, parece até informação secreta kkkkkkk, ótimo post.

Analise justíssima, parabéns Renan! Na minha opinião, por mais que Pocket Camp seja inegávelmente a experiência mobile da Nintendo mais próxima que tivemos da “versão console”, é desnecessariamente repetitivo, incompleto e enjoativo. Além do gameplay lento (como citado na análise), não existem grandes recompensas pela progressão no jogo além de novos personagens e móveis pra construir. No fim, Pocket Camp é apenas (o pior de) New Leaf adaptado para smartphones, com 10% das funcionalidades e mecânicas free-to-play. Talvez uma atualização dê alguma tapeada na repetitividade excessiva, mas teriam que mudar tanto o jogo que nem sei se vale a pena.

Não joguei esse Zelda ainda, por isso não posso fazer comentários sobre o jogo mas sei que a Nintendo sempre capricha nos seus jogos e usa artificios muito elaborados até para as coisas mais simples, certa vez na internet achei um vídeo relacionando o construtivismo de Vygotsky com o jogo super Mario...por fim estou gostando dessa abordagem mais técnica dos jogos, sai um pouco do padrão da internet

É um openworld, no dois vc começa adolescente e vai envelhecendo, as cicatrizes permanecem, vc pode comprar casa e casar nas diferentes cidades... no terceiro muda mas as decisões são fodas, por exemplo vc procura apoio da população de uma vila pra dar o golpe no seu irmão, então vc promete uma ponte pra cidade, depois do golpe vc tem escolher entre construir a ponte e aumentar o exército da sua nação contra o inimigo do jogo ..daí sua escolha muda tudo

Eu ouvi muito de Fable na época pré-lançamento dele, mas não cheguei a jogar. Tinham muitas promessas nesse sentido mesmo, que você ia passar anos na pele do mesmo aventureiro. Ele chega a ser um openworld? E as escolhas geravam caminhos e quests diferentes?

Um jogo bem interessante mas que muita gente não gosta é Fable, vc ter uma vida, fazer escolhas que vão afetar a história é bem interessante, seria bem legal se em Zelda você pudesse desenvolver uma cidade e se tornar herói/prefeito

Rapaz, que texto. A crítica que você fez à premiação do Uncharted bate no ponto certo. As narrativas mais envolventes do universo dos games, pra mim, foram aquelas que exploraram todo o potencial de interatividade que a mídia propõe. Nada contra Uncharted e eu acho que o jogo é brilhante em vários outros aspectos, mas os exemplos citados no texto falam por si só. Enfim, gostei muito. E o site tá lindo, isso aqui é qualidade pura.

Excelente lista! O Switch é uma awesome little indie machine :)

Faltam 2 horas e estou que nem criança imaginando minha reação se eu ganhar.

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm