Desde seu título inaugural, em 2003, a franquia Call of Duty deixa sua marca (nem sempre positiva) na história dos videogames com pelo menos um jogo lançado a cada ano. Assim como sua publicadora, a série americana de jogos de tiro em primeira pessoa cresceu bastante ao longo dos anos, exigindo cada vez mais mãos e mentes para entregar produtos tão imensos e ambiciosos anualmente.
Em conjunto com outras menores, porém relevantes, equipes de desenvolvimento, a responsabilidade de entregar uma nova entrada é da Sledgehammer Games — que optou por voltar no tempo e contar novas histórias da Segunda Guerra Mundial com Call of Duty: Vanguard.
Por se tratar de uma série que ilustra e nos coloca no protagonismo de conflitos militares muitas vezes ocorridos em nossa realidade, acho importante começar a análise da campanha colocando-a lado a lado com a História que conhecemos — especialmente após repetidos casos de revisionismo histórico forçado. Felizmente, apesar de ser um produto advindo de investimentos militares e que discursa a favor do mais extremo dos cenários políticos (a guerra), Call of Duty: Vanguard apresenta uma campanha single player poderosa e memorável.
Ao longo de nove missões (de seis a oito horas de jogo), acompanhamos uma força-tarefa denominada Vanguard, que falhou durante uma missão em abril de 1945 e foi capturada pelas tropas do oficial alemão Hermann Freisinger. Os combatentes Aliados, que buscavam informações confidenciais sobre o então desconhecido Project Phoenix, são então levados para a sede da Gestapo.
O interrogatório é marcado por cenas muito violentas e emocionantes, com um foco cinematográfico bastante elogiável tanto nas animações quanto nas atuações — que contam com a participação de Laura Bailey, Dominic Monaghan e outras estrelas do ramo. Entre uma cena e outra, lutamos na pele de quatro personagens: o comandante Arthur Kingsley, a atiradora-de-elite Polina Petrova, o tenente-piloto Wade Jackson e o especialista em explosivos Lucas Riggs.
A narrativa segue uma ordem lógica na apresentação de eventos, mas faz uso de flashbacks para expandir a personalidade individual dos membros do esquadrão. Apesar dos nomes fictícios, os quatro combatentes são baseados em figuras históricas reais, um detalhe que torna cada trama individual mais crível e impactante. Por outro lado, outros momentos não representam um recorte histórico real — como um golpe nazista contra o próprio ditador Adolf Hitler para instaurar o Quatro Reich.
Os aspectos técnicos do jogo também brilham mais enquanto estamos na campanha e podemos, entre um objetivo e outro, prestar atenção aos detalhes. Seu desempenho é bastante surpreendente na nova geração de consoles, atingindo quase sempre os almejados 120fps. É preciso lembrar, porém, que a versão de PS5 só está disponível nos dois pacotes mais caros e completos da PlayStation Store.
No que diz respeito ao design de som, eu realmente sinto que esse é o título mais impressionantes que já joguei desse gênero — especialmente se um headset com funcionalidades 7.1 ou 3D estiver a sua disposição. Por último, queria deixar registrado meus sinceros elogios à trilha sonora do compositor Bear McCreary (que trabalhou mais recentemente em God of War), capaz de encapsular e intensificar de forma primorosa sensações tão diferentes, especialmente ao longo da campanha.
Mesmo garantindo há muitos anos uma rotatividade entre Treyarch, Sledgehammer e Infinity Ward — apoiadas por terceiros e subsidiárias —, sinto que a Activision não acerta há muito tempo por completo em uma entrada da franquia. Quando o multiplayer brilha, a campanha fracassa (ou simplesmente não está lá), e vice-versa.
Enquanto o battle royale de sucesso, Call of Duty: Warzone, nada de braçadas ao lado de Fortnite como os mais populares do gênero, o multiplayer foi a porção mais divulgada e promovida de Call of Duty: Vanguard durante seu pré-lançamento. Infelizmente, um dos seus grandes atrativos deixou muito a desejar — no caso, o modo Zombies.
Há uma quantidade considerável de mapas disponíveis no lançamento para os modos tradicionais da série — no caso, estamos falando de Team Deathmatch, Free for All, Domination, Search and Destroy, Kill Confirmed, Patrol e Hardpoint. Além disso, há a novidade Champion Hill, modalidade na qual oito duplas ou trios se digladiam em um mapa menor, porém sempre de duas em duas formações. Nesse caso, é preciso garantir perks e melhorias às armas com dinheiro obtido no cenário e advindo das baixas.
Apesar de estrear uma opção de personalização de partida chamado Rhythm of Combat, sinto que o matchmaking falha com jogadores recém-apresentados ao modo multiplayer da série. As partidas parecem não levar em conta o K/D e o nível de quem está sendo colocado numa mesma sessão. Se por um lado isso é bom para treinar aqueles que desejam ser ainda melhores, por outro afasta quem está começando ou tentando entender quais os modos que mais agradam.
Já o famigerado Zombies, modo que se tornou especialmente popular na subsérie Black Ops, não entrega nem mesmo o mínimo esperado. Para ser sincero, eu nunca fui um assíduo fã deste modo, mas realmente me dediquei a experimentá-lo (sem muito sucesso). Para começar, a escassez de conteúdo é notável: apenas o mapa Der Anfang está disponível. Outra questão é a poluição visual da interface: em certos momentos, há uma quantidade exorbitante de ícones e opções pouco intuitivos. Por fim, os eventos narrativos aparentemente têm relação com o mesmo modo em Call of Duty: Black Ops Cold War, mas não senti uma boa contextualização por ali.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm