Análise: Call of Duty: Black Ops Cold War - Neo Fusion
Análise
Call of Duty:
Black Ops Cold War
18 de dezembro de 2020
Cópia digital da versão para PC cedida pela Activision Brasil.

Todos os anos temos um novo Call Of Duty. Recebemos novos mapas de multiplayer, algumas (poucas) mecânicas novas, modo Zombies, uma nova história de campanha (exceto por Call of Duty: Blacks Ops 4) e, recentemente, fomos surpreendidos com o incrível battle royale grátis Call of Duty: Warzone.

Call of Duty: Black Ops Cold War não é diferente. A temática Guerra Fria me agrada muito, a integração com o Warzone finalmente chegou no dia 16 de Dezembro de 2020 e a jogabilidade e os visuais do jogo entregam o que a gente espera da franquia.

Fogo nos comunistas? De novo?

Nessa nova entrada, estamos jogando como soldado da Black Ops durante o período da Guerra Fria e em busca de Perseus, um soviético com uma arma poderosa que matará milhões de pessoas e os EUA serão os culpados. Temos aqui então o grande cenário EUA x União Soviética, mas é claro, contado tudo pelo lado dos estadunidenses — e é aqui que, para mim, reside o maior problema com as campanhas do Call of Duty: o inimigo é sempre um idiota.

Eu entendo que estamos vendo a história pelo lado dos Estados Unidos. Também entendo que é assim que eles veem o lado da história. Porém, lançar um jogo que retrata qualquer inimigo como um incapaz ainda em 2020 é um feito intragável.

A jogabilidade do modo campanha é muito gostosa. Eu emendei várias missões seguidas sem perceber; tentava (e falhava) as seções de furtividade  ia atrás de coletar todas as evidências para liberar as side quests e me divertia muito jogando com múltiplas armas, inclusive uma besta. A quantidade e controle dos veículos que tomamos posse também impressiona. Mesmo com tantas qualidades técnicas, fiquei totalmente indignada com a forma como os soviéticos são retratados no jogo. Será mesmo que os soviéticos, lutando contra os Estados Unidos e colocando tudo em jogo para se estabelecerem como maior nação do mundo, colocariam a senha de seu mainframe contendo dados importantes em um post-it ao lado do monitor? 

Há muitas inovações em Black Ops Cold War no que diz respeito à experiência trazida por uma campanha de Call of Duty. A possibilidade de múltiplos finais, ter que usar stealth para não ser pego quando infiltrado e poder escolher falas que podem afetar o que acontece na história (levando a algum dos 3 diferentes finais) são algumas adições que me fizeram jogar por horas seguidas (e quase zerar a campanha de uma vez). Sinto que essa tentativa real de mudança nas características já calejadas da série é bem-vinda, mas, para mim, essa constante retratação do “inimigo dos Estados Unidos” acaba ficando menos tolerável e até mesmo enjoativa. Existem muitas formas de criar uma narrativa onde os EUA são vencedores, mas que não desrespeitem o outro lado. Eu realmente espero que os próximos jogos mudem isso e, pelo que foi mostrado aqui, creio que é o que o futuro nos aguarda.

Na onda do multiplayer

Não temos muitas novidades aqui: mapas novos, armas novas para adquirir/melhorar skins e tentar sempre manter um KDA bom — o que é praticamente impossível, já que o Skill Based Matchmaking (SBMM) é bastante quebrado. Eu fui jogar o multiplayer alguns dias após o lançamento de Black Ops Cold War, e fui colocada numa partida na qual todos os outros jogadores já tinham armas fortes com muitas camuflagens. Eu achei que era uma coisa minha, que eu precisava melhorar, mas uma rápida olhada no próprio Reddit do Black Ops Cold War confirmou minhas suspeitas.

Isso, entretanto, deixa de ser um problema à medida que jogamos mais e mais, alcançando níveis e recompensas mais altas. Eu adoro Call of Duty (é minha franquia favorita) e todo ano eu arrisco algumas dezenas de horas no novo jogo da série, tentando “dourar” todas as armas. E nesse aspecto o jogo te incentiva bastante a continuar com ele por bastante tempo — especialmente com uma jogabilidade tão agradável e mapas tão ricos em detalhes. Sempre me pego jogando algumas partidas rápidas para tentar fazer esse ou aquele achievement com uma arma, sem muitas preocupações, só pela diversão mesmo.

Aqui vai uma confissão: Zombies é meu modo favorito! Acho muito legal descobrir easter eggs, sobreviver o máximo de tempo possível, entender qual build funciona e viver o caos que é jogar isso em uma party na qual ninguém sabe o que esperar (e, mesmo quando sabe, continua caótico). Em Cold War, o modo Zombies trouxe algumas mudanças que tornaram a experiência bem mais legal, como por exemplo colocar no mapa onde ficam os Pack-a-Punch, caixas de munição e locais de update. Como costumo ser muito perdida, fiquei muito agradecida por esse recurso que torna navegar pelo mapa uma tarefa bem menos frustrante. 

Eu acho uma pena que o modo Zombies seja sempre tão renegado por falta de atualizações. Mapas e funcionalidades novas demoram a chegas, e isso tem sido uma constante na série. De qualquer forma, revisitar esse modo em COD: Black Ops Cold War foi uma das partes que mais valeram a experiência.

No geral, Call of Duty: Black Ops Cold War entrega justamente o que esperamos de um jogo da franquia. Os sons do jogo são muito agradáveis, o modo zombies é super divertido, o multiplayer é um pouco quebrado (assim como em qualquer outro Call of Duty também), mas não falha em divertir também em sua envolvente campanha. Eu ainda quero pegar todas as camuflagens das armas, e estou torcendo para mais mapas serem lançados para o modo Zombies (já foram anunciadas nove novas localidades, todas de graça). Assim como Warzone, minha diversão diária, o novo jogo tem de tudo para se manter firmar por muito tempo.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm