Lista: O que jogamos no Xbox Game Pass? Janeiro/2022 - Neo Fusion
Lista
O que jogamos no Xbox Game Pass?
Janeiro/2022
31 de janeiro de 2022
Na primeira edição desta vindoura série recorrente de textos, comentaremos mês a mês os jogos que experimentamos, gostamos, não recomendamos ou nos apaixonamos disponíveis no serviço Xbox Game Pass.

O mês de janeiro quase sempre é lembrado pelos poucos lançamento de games em seu período inicial, mas felizmente os assinantes do Xbox Game Pass tiveram novidades em poucos dias. Logo na primeira semana, Mass Effect Legendary Edition entrou para o catálogo do serviço na modalidade Ultimate (via EA Play) para dar as boas-vindas tanto a novatos quanto a veteranos da icônica série de RPGs sci-fi. Em seguida, tivemos a inclusão de Hitman Trilogy e Tom Clancy’s Rainbow Six Extraction para engrossar ainda mais esse caldo de jogos oferecidos.

Além das novidades, deixaremos neste texto alguns pequenos relatos sobre o que alguns de nossos membros jogaram durante o mês de janeiro de 2022 explicando por que vocês devem jogar ou evitar alguns dos jogos oferecidos no serviço. Vamos lá?

Arthur Pieri

Dirigido pelo artista Ben Esposito e publicado pela Annapurna Interactive, Donut County é um jogo com uma premissa simples: controlar um buraco no chão e engolir tudo que estiver a seu alcance. É preciso se atentar ao tamanho e à natureza dos objetos ao seu redor para determinar qual será o próximo e se terão alguma consequências quando caírem pela fenda circular. À medida que nos aproximamos das últimas fases (cerca de duas horas de jogo), interagimos de formas diferentes com os cenários e objetivos.

E não é somente durante a seção de “fagocitar” tudo a seu redor que o jogo se destaca: há uma motivação narrativa por trás do que está acontecendo naquele mundo, com diálogos engraçados e personagens carismáticos. O design de som e a direção de arte também funcionam muito bem na hora de dar esse tom mais cômico e surpreendente. O jogo pode ser baixado no Game Pass de PC, Xbox One e via Cloud — bem como está disponível para compra no PS4, Nintendo Switch, iOS, Windows e macOS.

Por outro lado, se você já teve que mudar de casa ou de apartamento alguma vez na vida, deve saber como é difícil remanejar e reposicionar tudo aquilo que estava na residência antiga para o novo lar. Não é somente sobre arranjar espaço, mas também sobre lidar com objetos que trazem consigo histórias — que, por muitas vezes, escolhemos lembrá-las ou deixá-las escondidas. Unpacking, como o próprio título em inglês sugere, é um jogo sobre abrir as caixas de mudança e organizar os itens nelas contidas de acordo com o cômodo, posição e uso de cada um.

O jogo é feito com uma pixel art detalhada e encantadora à primeira vista, mas essa escolha acaba levando ao único defeito que encontrei no jogo: a distinção das coisas. Em fóruns da internet, foi relatado que outras pessoas também se confundiram com alguns objetos, tentando entender o que eram e onde deveriam ser colocados. Porém, com excesso desse pequeno deslize, o jogo prende nossa atenção com uma trilha sonora calma e um loop de gameplay relaxante — além de contar sua histórias sem quaisquer falas de personagens, apenas com os ambientes e o posicionamento dos objetos. Recomendo fortemente para assinantes do Game Pass (PC, Xbox One ou via Cloud) ou para compra no Switch, Windows, macOS e Linux.

O ano de 2021 foi excelente para os jogos brasileiros e Dodgeball Academia foi um dos expoentes da cena indie nacional no período. Desenvolvido pela Pocket Trap e publicado pela Humble Games, o jogo se trata de um RPG de queimada ambientado em um colégio especializado nessa modalidade esportiva. O protagonista, Otto, é um garoto bastante corajoso e amigável, mas que precisa conquistar a confiança dos professores e alunos se quiser se destacar entre os outros esportistas. Além disso, para continuar praticando e estudando o esporte, ele precisa provar sua paixão e aptidão para seus pais — que o desencorajam de seguir essa carreira.

Apesar de boa parte do tempo ser dedicada a partidas de queimada — que se tornam mais divertidas e dinâmicas à medida que desbloqueamos mais membros para nossa equipe —, é na escrita que o jogo brilha. Por ter sido desenvolvido por brasileiros, há diversas referências à nossa cultura tanto em estética quando nos diálogos. Para quem tem interesse em outros idiomas, há uma opção na qual você pode ativar um modo de aprendizado para comparar o que está sendo dito em várias línguas de forma simples e intuitiva. Uma excelente adição ao catálogo do Xbox Game Pass (PC, Xbox One e via Nuvem), também podendo ser jogado no PS4 e Nintendo Switch.

Outra recomendação para quem gosta de jogos visualmente fofos e com trilhas sonoras acalentadoras é o jogo de plataforma 2D Pikuniku. Na campanha single player, assumimos o papel de Piku, uma bolotinha vermelha com pernas longas capazes de pular e chutar sem muito esforço. Já no modo multiplayer cooperativo, nos juntos a Niku, criaturinha alaranjada de mesma forma e habilidades que o protagonista da campanha.

Durante a jornada, nosso papel é investigar por que alguns recursos estão simplesmente desaparecendo dos arredores da vila e quem é o responsável por isso. Portanto, conversar, explorar e interagir são atividades importantes para poder desbloquear novas habilidades e áreas. O jogo é curto e os desafios tanto lógicos quanto de reflexos não são difíceis, sendo recomendado para todas as idades. Além disso, a conclusão do jogo é divertida e, mesmo sendo tratada de forma mais engraçada, importante de ser levada para a vida. Disponível no PC, Xbox One e Xbox Cloud Gaming via Game Pass Ultimate e para compra no Switch e PCs Windows, macOS e Linux.

Renan Greca

Se você está buscando um jogo zen de poucas horas, basta conferir Exo One. O completei em cerca de duas horas e foi uma experiência bastante meditativa, com cenários belos e intermináveis aliados a uma trilha sonora relaxante. Controlamos uma nave espacial movida a energia gravitacional — pilotá-la é diferente de qualquer jogo que já experimentei antes, mas é extremamente satisfatório atingir os limites de velocidade e altitude.

Cada fase nos leva a um planeta diferente com suas particularidades. A história e os objetivos nem sempre são muito claros, mas foi uma forma agradável de começar o ano e refletir sobre a vida enquanto jogava. Por enquanto, o jogo está disponível apenas para Xbox One, Xbox Series e Windows.

The Forgotten City começou sua vida como um mod de The Elder Scrolls V: Skyrim em 2015, mas recebeu um remake completo na Unreal Engine ano passado. Entramos na pele de uma pessoa que misteriosamente se encontrou numa cidade do império romano com uma característica particular: se qualquer pessoa nela cometer um pecado, todos seus habitantes serão transformados em estátuas de ouro pela eternidade.

Através de diálogos e exploração, ao poucos descobrimos verdades e mais verdades sobre aquele lugar até enfim encontrar uma forma de voltar à nossa realidade. Ao longo de 5 ou 6 horas de jogo, presenciamos traições, discussões filosóficas e reviravoltas surpreendentes. É uma obra-prima dentro do que se propõe. Além da família Xbox, pode ser jogado também no Switch, Windows e nos PlayStations 4 e 5.

Pude satisfazer minha coçeira por metroidvanias este mês com dois jogos da indie japonesa Team Ladybug: Touhou Luna Nights, e (segure o fôlego) Record of Lodoss War: Deedlit in Wonder Labyrinth.

Os dois apresentam muitas similaridades, sendo claramente mais –vania do que –troid e seguindo várias das convenções básicas do gênero. Mas cada um tem uma mecânica que os tornam bem distintos. A protagonista de Luna Nights tem a habilidade de pausar o tempo por alguns instantes, e foca em combate à distância com facas e machados de arremessar. Já Lodoss War tem um combate mais parecido com Symphony of the Night (mas mais fluido!) e devemos alternar entre um espírito de vento e outro de fogo para derrotar inimigos, evitar ataques e resolver quebra-cabeças. Achei os chefes particularmente divertidos em Touhou e a exploração melhor em Lodoss.

Touhou Luna Nights está disponível para Xbox, Switch e Windows; já Record of Lodoss War também pode ser jogado no PlayStation.

Após meio ano de hiato, continuo minha jornada pela Saga Kiryu com Yakuza 4 Remastered. Sinceramente, achei o jogo mais fraco da série até agora — e eu já havia achado o 3 bem esquecível. Claro que não é de todo ruim e alguns personagens introduzidos se destacam, mas não se compara à genialidade que vi em outras iterações da fórmula, tanto em termos de narrativa quanto de jogabilidade. Mês que vem continuo com Yakuza 5 que espero remediar a maioria desses problemas.

Apesar de já ter um remake anunciado, quis experimentar o Dead Space original antes de mais nada: eu me devia isso há anos. Talvez porque meus gostos de jogos amadureceram na 7ª geração, mas senti que o jogo envelheceu incrivelmente bem — fora os 30fps que continuam uma limitação. O level design é uma mistura de Resident Evil com Metroid Prime (por que ninguém nunca me disse isso antes?), porém com uma ordem linear de fases.

Não o achei particularmente horripilante, mas rendeu bons momentos de tensão e fiquei animado para jogar suas continuações e eventual remake. A versão de Xbox 360 está disponível no Game Pass Ultimate através do EA Play — fora isso só é possível jogá-lo no PC, pois não houveram relançamentos do título para PS4 ou Switch.

Back 4 Blood surgiu em um ótimo momento para eu poder jogá-lo com um amigo no Brasil. Graças ao co-op crossplay, pudemos jogar entre um PS5 e Series X sem maiores problemas e foi uma experiência memorável. Imagino que, sozinho, a campanha seja longa e repetitiva, mas com amigos isso tudo muda. É muito legal ter que coordenar recursos entre a equipe e bolar estratégias para sobreviver.

O jogo é extremamente difícil — completamos a campanha na menor dificuldade com muito esforço e suor (e sangue). Mal consigo imaginar como jogadores otimizam estratégias para completá-lo nos modos mais difíceis. No momento, é possível jogá-lo nos consoles Xbox One, Xbox Series, PS4 e PS5, além de PCs Windows. E, claro, qualquer combinação de plataformas pode jogar juntas online.

Graças ao FPS Boost, finalmente tive a iniciativa de jogar a trilogia original de Gears of War. Este mês joguei Gears of War: Ultimate Edition, a modernização do primeiro jogo feita para Xbox One em 2014. É bastante engraçado jogá-lo hoje em dia: parece um jogo extremamente genérico, mas na realidade é o jogo que deu origem a diversas convenções que se tornariam genéricas ao longo da vida do Xbox 360. Fora a direção artística bastante… marrom, a jogabilidade permanece fluida e divertida e recomendo compartilhá-lo com um amigo, próximo ou remoto. Além da Ultimate Edition para Xbox e Windows, a versão de Xbox 360 também é jogável via retrocompatibilidade com FPS Boost.

Kate Schmitt

Lake é um dos jogos disponíveis no catálogo do Xbox Game Pass atualmente e se trata de um jogo de fazer entregas. A narrativa do jogo se passa em 1986, então é bem comum encontrar muitas referências sobre a época no jogo. A trama, porém, é tão fraca e cheia de momentos não explicados que acaba desfazendo toda e qualquer chance de o jogador se interessar por aquele universo.

Em termos de gameplay, o que se deve esperar é basicamente fazer entregas pela cidade, reencontrando rostos conhecidos e tecendo novas histórias. A protagonista Meredith Weiss voltou a sua cidade natal durante suas férias do emprego atual, mas decide que é uma boa hora para levar pacotes e caixas por aí. Ela tem acesso a um mapa da cidade com os endereços, possibilitando que as entregas sejam realizadas uma a uma para vislumbrarmos as paisagens urbanas ouvindo ótimas músicas.

Com o tempo, esse ciclo se torna cansativo justamente por suas mecânicas não serem tão bem trabalhadas e revigorantes. Infelizmente, é um jogo mediano que perde a oportunidade de despertar a curiosidade e interesse do jogador por algo maior e mais relaxante de uma forma melhor construída.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm