Relato: Vampire Survivors é o passatempo perfeito - Neo Fusion
Relato
Vampire Survivors
é o passatempo perfeito
15 de novembro de 2022

A primeira vez que ouvi falar de Vampire Survivors foi por volta de fevereiro deste ano. Estava ouvindo um dos meus podcasts de games preferidos, The Besties, que me agrada justamente pelos participantes frequentemente recomendarem alguns jogos independentes menos conhecidos mas diferentes e interessantes quando comparados ao status quo. Alguns desses jogos no passado ficaram entre meus favoritos então certamente eu presto atenção quando tem um novo indie surgindo na boca do povo.

Na época, Vampire Survivors ainda estava em Early Access e se manteria nessa condição por vários meses. Ao longo do ano, mais e mais podcasts e blogs que acompanho relataram suas experiências com o jogo, culminando na chegada da versão 1.0. Foi o assunto do mês de outubro no Get Played, por exemplo, e James Stephanie Sterling, do Podquisition, acabou se tornando parte da equipe do jogo escrevendo as descrições dos inimigos. Sem dúvida, o jogo causou um impacto na podosfera.

Caso esta seja a sua primeira vez ouvindo falar de Vampire Survivors, trata-se de um jogo em que você controla apenas a movimentação do personagem. Enquanto isso, ondas de inimigos incrementalmente numerosas vêm ao seu ataque e você deve preparar um conjunto de armas e equipamentos, todos automáticos, para se proteger e tentar sobreviver por 30 minutos. Visualmente, é fortemente inspirado em Castlevania, mas a vista é de cima e não há nada de “metroidvania” aqui.

Aprendendo a sobreviver

Por meros seis reais, comprei o título na Steam antes de uma viagem em maio e comecei a jogá-lo no meu laptop, no avião mesmo. De certa forma, é o jogo perfeito para isso, pois não exige um alto nível de concentração, mas ainda é satisfatório de jogar e ajuda a passar o tempo rápido. Mas, nesse primeiro contato, só vi a superfície da superfície do que o jogo tinha para oferecer. Ainda em beta, muito do conteúdo nem existia ainda e o que estava lá, geralmente ficava bem escondido.

Joguei uma vez, e depois de uns dias voltei para outra sessão. Eu ainda estava jogando de forma básica, aos poucos entendendo como funcionam as mecânicas e descobrindo que havia mais para se fazer além de simplesmente tentar sobreviver. No começo, basta jogar mais e sobreviver mais para começar a desbloquear novos personagens e armas. Ao mesmo tempo, as moedas coletadas durante as fases podem ser usadas para comprar melhorias permanentes, no bom estilo roguelite.

Algumas coisas do jogo me agradaram bastante. A temática funciona muito bem, com alguns clichês de história de vampiro reapropriados e as armas excessivamente cristãs — uma bíblia ou uma cruz, por exemplo. O jogo também é inquestionavelmente italiano, com vários nomes de personagens fazendo referência a comidas italianas — Pugnala Provola, Poppea Pecorina — e uma fase brincando com a existência questionável do Molise (pense Acre, mas na Itália). Os tesouros, então, são sempre uma delícia de abrir.

Boa parte da graça está em descobrir sinergias entre armas para garantir uma sobrevivência duradoura. Ao obter certas combinações de armas e itens, as armas podem evoluir para uma forma mais avançada e poderosa — se você conseguir fazer isso com todas as seis armas equipadas, seu personagem chega à beira da indestrutibilidade. Até que, claro, a Morte chegue para te levar aos 30 minutos e 00 segundos.

Para minha surpresa, ao final daquela semana, eu havia acumulado mais de 15 horas de jogo. Desbloqueei alguns personagens e cheguei à terceira fase mas, após várias tentativas, continuei empacado nela e outras coisas da vida real ocuparam mais meu tempo.

Um prazer de revisitar

Alguns meses depois, surgiu a desculpa perfeita para mergulhar novamente no jogo: o Steam Deck. Com a portabilidade, se tornou muito mais prático iniciar uma sessão nas horas vagas, como eu acabei de fazer um pouco antes de começar a escrever este texto.

Praticamente viciado, surgiu um questionamento que eu já tinha ouvido em um daqueles podcasts antes: por que eu estava jogando esse jogo de seis reais obsessivamente, ao invés de investir meu tempo em algo universalmente aclamado como Elden Ring? Em outras palavras, é suficiente eu estar curtindo pra caramba um joguinho independente ao invés de tentar obter uma experiência mais “elevada” com os grandes jogos AAA?

Mais importantemente, será que esse questionamento sequer importa?

Por fim, decidi que não. Até porque eu não estava jogando exclusivamente Vampire Survivors, só bastante dele. E acabou sendo meu jogo preferido para quando meu foco está, na verdade, em algum podcast. Steam Deck 🤝 Vampire Survivors 🤝 Podcasts. Esse foi meu combo em várias noites, na cama antes de dormir. E adorei.

Mas toda aventura deve levar a algum lugar e, com um pouco de ajuda da wiki do jogo, fui desbloqueando mais relíquias e abrindo novas fases, até que finalmente derrotei o boss e vi os créditos do jogo. Ainda tem vários extras para liberar mas, por hora, foi uma satisfatória jornada de 6 meses.

E ainda não encontrei um vampiro.

Vampire Survivors custa R$13 na Steam e também está no Game Pass para Xbox e PC.

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Comentários

[…] No último sábado, 13 de março, completei um ano de isolamento social. Posso contar nos dedos as vezes que saí para resolver alguma pendência obrigatória presencialmente. Pensar que o mundo mudou tanto em 365 dias me causa ansiedade. Mas, pensar como eu mudei, ou deixei de mudar, nesse período me causa mais angústia. Obviamente, não tem sido fácil para ninguém. O que restou, além das adaptações de rotina, foi reaprender a me comunicar de maneira remota. Uma dessas lições foi aprendida por meio de Stardew Valley. […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 18/02/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/previa/valheim/) […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 14/01/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/analise/tell-me-why/) […]

[…] a alternativa não é descartada. Até mesmo tivemos uma história inédita do marsupial em Crash Bandicoot 4: It’s About Time. Poderíamos ter uma nova versão futuramente de Crash Bash – o party game da franquia […]

[…] mas também foi possível prestigiar títulos à parte dos cartunescos, como, por exemplo, o novo Tony Hawk’s Pro Skater 1+2, que resgatou a alma de um dos jogos de esporte mais icônicos de sua geração. Embora a origem […]

[…] não sendo tão inovador e debatível quanto Her Story, o título certamente conquista um espaço importante no (já não tão popular) gênero dos […]

Breath of the Wild carater família?

wishlistei

Você sabe me falar se compensa eu comprar esse ou posso jogar o original também, eu tenho o original mas não. Joguei nenhum você pode me ajudar nessa Dúvida de 259 reais kkkk

Incluindo a fonte de meu comentário.: http://www.vgchartz.com/gamedb/games.php?name=just+dance+2018&keyword=&console=&region=All&developer=&publisher=&goty_year=&genre=&boxart=Both&banner=Both&ownership=Both&results=50&order=Sales&showtotalsales=0&showtotalsales=1&showpublisher=0&showpublisher=1&showvgchartzscore=0&showvgchartzscore=1&shownasales=0&showdeveloper=0&showcriticscore=0&showcriticscore=1&showpalsales=0&showreleasedate=0&showreleasedate=1&showuserscore=0&showuserscore=1&showjapansales=0&showlastupdate=0&showlastupdate=1&showothersales=0

O que mais impressiona é que a versão mais vendida deste jogo foi a do Nintendo Switch, seguida da fucking versão de Wii! TEM GENTE COMPRANDO JUSTA DANCE PRA WII EM 218! E vendeu bem mais que no One... Dificilmente um JD 2019 vai ficar de fora do velho de guerra da Nintendo!

<3

Este jogo é fantástico! Muito bom evoluir todos os personagens. Os personagens da 2ª geração ficam ainda mais fortes. Celice, filho de Sigurd, torna-se quase um Deus, o deixei com 80 de HP, o máximo, como outros status que ficaram no seu máximo, mais os itens: Silver Sword, Silver Blade, Power Ring, Speed Ring, Defence Ring, deixando o Celice muito forte e resistente.

Obrigado! Sobre suas dúvidas: 1) Eu não consegui confirmação concreta de quem é o CEO atual da Game Freak. O pouco que descobri apontava para o Satoshi, mas é possível que ele já tenha saído sim. 2) O texto foi escrito em dezembro, antes do anúncio de Bayonetta 3. Como a ideia é lançar um listão assim a cada seis meses, acho que não vale o trabalho ficar atualizando a cada anúncio. Mas se houver demanda, posso fazer.

Belo compendium dos estúdios da Nintendo e afiliados! Só tenho duas dúvidas: 1- O Satoshi ainda é CEO da Game Freak? Pensei que ele já tinha se afastado. 2- A Platinum não está fazendo Bayonetta 3 agora?

Que bacana, o jogo parece bem legal. Só não compro porque larguei rápido o último jogo do tipo que peguei (Animal Crossing: New Leaf)

O Zelda mais zeldoso de todos

Esse é jogo é O Zelda?

Valeu :)

Realmente é algo incrível, parece até informação secreta kkkkkkk, ótimo post.

Analise justíssima, parabéns Renan! Na minha opinião, por mais que Pocket Camp seja inegávelmente a experiência mobile da Nintendo mais próxima que tivemos da “versão console”, é desnecessariamente repetitivo, incompleto e enjoativo. Além do gameplay lento (como citado na análise), não existem grandes recompensas pela progressão no jogo além de novos personagens e móveis pra construir. No fim, Pocket Camp é apenas (o pior de) New Leaf adaptado para smartphones, com 10% das funcionalidades e mecânicas free-to-play. Talvez uma atualização dê alguma tapeada na repetitividade excessiva, mas teriam que mudar tanto o jogo que nem sei se vale a pena.

Não joguei esse Zelda ainda, por isso não posso fazer comentários sobre o jogo mas sei que a Nintendo sempre capricha nos seus jogos e usa artificios muito elaborados até para as coisas mais simples, certa vez na internet achei um vídeo relacionando o construtivismo de Vygotsky com o jogo super Mario...por fim estou gostando dessa abordagem mais técnica dos jogos, sai um pouco do padrão da internet

É um openworld, no dois vc começa adolescente e vai envelhecendo, as cicatrizes permanecem, vc pode comprar casa e casar nas diferentes cidades... no terceiro muda mas as decisões são fodas, por exemplo vc procura apoio da população de uma vila pra dar o golpe no seu irmão, então vc promete uma ponte pra cidade, depois do golpe vc tem escolher entre construir a ponte e aumentar o exército da sua nação contra o inimigo do jogo ..daí sua escolha muda tudo

Eu ouvi muito de Fable na época pré-lançamento dele, mas não cheguei a jogar. Tinham muitas promessas nesse sentido mesmo, que você ia passar anos na pele do mesmo aventureiro. Ele chega a ser um openworld? E as escolhas geravam caminhos e quests diferentes?

Um jogo bem interessante mas que muita gente não gosta é Fable, vc ter uma vida, fazer escolhas que vão afetar a história é bem interessante, seria bem legal se em Zelda você pudesse desenvolver uma cidade e se tornar herói/prefeito

Rapaz, que texto. A crítica que você fez à premiação do Uncharted bate no ponto certo. As narrativas mais envolventes do universo dos games, pra mim, foram aquelas que exploraram todo o potencial de interatividade que a mídia propõe. Nada contra Uncharted e eu acho que o jogo é brilhante em vários outros aspectos, mas os exemplos citados no texto falam por si só. Enfim, gostei muito. E o site tá lindo, isso aqui é qualidade pura.

Excelente lista! O Switch é uma awesome little indie machine :)

Faltam 2 horas e estou que nem criança imaginando minha reação se eu ganhar.

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm