O cenário indie de jogos brasileiros têm cada vez mais se fortalecido com novos jogos dos mais variados estilos. Muitos estúdios, principalmente indie, vem surgindo com propostas interessantes, como é o caso de Tropicalia, um RPG clássico que se passa em solo brasileiro e tem nosso folclore e cultura como pano de fundo para a aventura.
No jogo temos o índio Guarani, Kaique, que teve sua namorada raptada. O jovem acaba passando um tempo recluso, até que decide ir atrás da moça e enfrentar os perigos que podem surgir pelo caminho. Apesar de ser um RPG de turnos com diversos elementos que reverenciam séries como Pokémon e Final Fantasy, a narrativa segue um um estilo mais voltado para a série Souls, onde pequenos diálogos e descobertas contam mais sobre as motivações de Kaique e o porque de ter acontecido tudo isso em sua vida. O foco acaba ficando mais na exploração e desafios que a gameplay pode te proporcionar por este caminho.
Nós somos largados nas florestas tropicais de nosso país sem muitas informações e precisamos prosseguir e descobrir as possibilidades que o jogo te dá para sobreviver. Não é incomum escolher um caminho que vá te levar a um inimigo mais forte que o da área anterior, obrigando o jogador a saber a hora certa de batalhar e de fugir também, já que muitos desses inimigos podem acabar com você com apenas um hit, caso a diferença de level ainda seja alta. É um jogo com um grau de desafio elevado, assim como os jogos retro que Tropicalia claramente se inspira e homenageia.
A gameplay do jogo é simples e funciona de forma muito parecida com JRPGs de 16 bits, então nesse quesito não há muito segredo caso você esteja acostumado com esse tipo de jogo. É de extrema importância explorar o mapa e conversar com NPCs que vão aparecendo pela aventura, pois estes podem lhe dar armas, equipamentos e itens que vão te ajudar bastante.
É possível inclusive ficar um bom tempo sem um armamento, caso você deixa de conversar com um personagem específico no início do jogo. O que pode te atrapalhar e muito no começo, até se acostumar com a dinâmica de Tropicália, que mesmo trazendo bastante desafio, é interessante e divertido o suficiente para te prender, além de seus belos gráficos em 2D, que caso estivessem em um jogo de Super Nintendo, seria um dos mais bonitos daquele console.
A criatividade dos desenvolvedores é um ponto que destaco bastante, pois a variação de inimigos é bem grande, indo de personagens do nosso folclore, como o Curupira, sereias até os mais diversos animais da nossa flora, como onças. Também enfrentamos nativos de outras etnias. O uso do folclore nacional no jogo é bem interessante, mostrando que o estúdio soube fundamentar muito bem a sua proposta nesse aspecto, entregando de forma divertida ao jogador figuras e histórias que fazem jus às lendas brasileiras e lembra-nos o quanto elas são legais e ricas.
O grande problema pra mim fica no quanto é preciso se dedicar ao jogo. Não é definitivamente um jogo feito para um público que busca uma experiência narrativa e tão pouco casual. É bem comum ter que fazer o famoso grind por horas para poder passar um chefe ou se complicar em alguma situação da qual você não tinha se preparado o suficiente. Morrer e voltar a sua fogueira de salvamento é uma cena da qual você irá se deparar inúmeras vezes enquanto joga e como é um jogo em early access, é bem difícil achar conteúdo na internet para auxilio, o que pode frustrar certos perfis de jogadores.
Outra questão, que ao menos me afetou foi os travamentos que esta versão de teste dava. Diversas vezes ele congelava do nada enquanto eu jogava. Todas as vezes precisei forçar o fechamento do jogo e quando voltava, tinha perdido meu progresso. Claro que deve ser um problema relacionado a otimização de um jogo em acesso antecipado, mas ainda assim, para que ele propõe, acaba sendo frustrante.
Tropicália entrega uma boa ideia de forma simples e singela, mas com qualidade e bastante potencial. Talvez uma narrativa mais tradicional teria feito melhor ao jogo, mas ainda assim, é algo com bastante valor e que me desperta bastante curiosidade para experimentar sua versão final. É definitivamente um jogo para ficar de olho.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm