Existe uma grande intensidade em jogos de luta, principalmente quando você começa a apreciar o aspecto competitivo deles. Não é necessário saber controlar os personagens de maneira precisa ou utilizar combos complexos para aproveitar, só é necessário ter parceiros de combate.
Dragon Ball FighterZ, jogo lançado em 2018 pela Bandai Namco e com desenvolvimento da veterana em jogos de luta Arc System Works, é um desses títulos – utilizando visuais incríveis que se assemelham extremamente ao anime de origem, junto de uma jogabilidade genial, o título é talvez um dos principais destaques do gênero na última geração. Mas para mim, ele só realmente clicou em 2020 – e explico a razão neste pequeno texto feito para falar sobre o game que agora está disponível nas assinaturas PS Plus Extra e Deluxe.
Fã de Dragon Ball desde minha infância, peguei FighterZ no exato dia de seu lançamento para PS4. Joguei por cerca de 30 horas ele até que tentei entrar no online e perceber um abismo de habilidade entre eu e qualquer outro jogador presente naquele ambiente – e em vez de me empolgar com o desafio, como bom deprimido que eu era na época, simplesmente deixei o jogo de lado.
O jogo ficou guardado em minha gaveta por quase dois anos e meio, mas durante o período de isolamento social um personagem de DLC para ele acabou reacendendo minha curiosidade – o Goku Ultra Instinct, forma mais recente do Saiyajin apresentada pela primeira vez nos episódios finais do anime Dragon Ball Super.
Antes dele ser lançado, porém, eu pensei que deveria começar a tentar entender um pouco o jogo, e comecei a narrar a aventura no Twitter. Acabou que por conta disso, comecei a conhecer algumas pessoas que hoje, praticamente três anos depois, posso afirmar com facilidade que mudaram minha vida, são parte importante dela e também me ajudaram a sobreviver durante um período em que, preso sobre quatro paredes brancas tentando não me infectar com um vírus, a sanidade começou a virar uma preocupação.
Tudo começou de maneira simples: sessões noturnas de FighterZ, começando lá pelas 20h e terminando meia-noite. Risadas tímidas ecoavam inicialmente, junto de dicas de batalha e afins. Poucas semanas depois, as crises de riso eram comuns, assim como os xingamentos constantes e as torcidas óbvias quando o melhor de nós aparecia no combate.
E o trio que começou a ficar mais próximo por conta dos gritos japoneses e das técnicas exageradas, postando constantemente as lutas no Twitter, começou a criar um estranho magnetismo, atraindo cada vez mais pessoas que já faziam parte de ciclos de amizade nossos mas que pela primeira vez podíamos realmente nos aproximar. De três membros, o grupo foi aumentando, terminando em doze ou treze hoje em dia.
Durante todo 2020, de maneira incrível, nossas noites foram povoadas pelos embates animalescos, risadas e acima de tudo um companheirismo que só pode ser alcançado por estarmos no caos da Covid-19. Eu nunca venci com facilidade ou frequência nenhum desses meus amigos, mas não importava (embora sim, eu fiquei muito irritado em várias oportunidades) – o que era bom ali é que estávamos nos divertindo e criando laços que poucas coisas poderiam gerar de forma tão intensa.
No fim, essa é a magia de um jogo de luta bom – além de tentar melhorar, é a partilha de informações e a criação de um companheirismo que em um primeiro momento parecia que não existiria. Três anos depois, o grupo consegue ter vidas normais com a diminuição da gravidade da doença – mas todos fazendo parte do dia a dia uns dos outros como se fossem amizades de décadas. Tudo por conta de um Saiyajin criado na Terra, e conta com umas sete versões diferentes jogáveis em FighterZ.
Então se me perguntarem “devo experimentar DBFZ?”, a minha resposta é um pouco fora do campo de crítica de videogames e muito mais inspirada em uma experiência pessoal muito importante – e que eu realmente acredito que pode ocorrer com outras pessoas também.
Jogos de luta são algo incrível, meus amigos. Dê uma chance.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm