O espaço está no imaginário de boa parte da população mundial há muitos anos, já que sua dificuldade de exploração atrai românticos e sonhadores para descobertas enormes em seus territórios.
Partindo de brincadeiras como criar uma espaçonave com as almofadas do sofá até obsessão com Star Wars, este vasto e desconhecido plano existencial torna-se inspiração para as criações dos mais diversos tipos, e Strange Adventures in Infinite Space é só mais um desses exemplos.
Lançado originalmente em 2002 mas até hoje integrando a consciência coletiva tanto de entusiastas de jogos espaciais como também dos desenvolvedores de dos famigerados games roguelike – com Strange Adventures, na verdade, sendo talvez o grande embrião para esta junção.
Eu descobri Strange Adventures in Infinite Space da maneira talvez mais millenial possível: apertando o botão de artigo aleatório no site TV Tropes e lendo tudo sobre aqueles conteúdos que normalmente fogem muito de meu escopo geral de interesses.
Strange Adventures, porém, acabou me chamando a atenção por alguns motivos específicos: a promessa que eu poderia concluir a jornada em pouco mais de 10 minutos; a estética espacial muito mais parecida com o futurismo dos anos 50 e também sua curiosa estrutura como um jogo gratuito.
Uma rápida pesquisa no Google, então, me levou a página oficial do jogo, e o baixei com pouco mais de 80MB. Instalado, logo parti para a aventura, e qual não foi minha surpresa ao ver que o jogo é extremamente simples mas por algum motivo que não consegui identificar direito, bem engajante.
A interação do jogador não passa de cliques na tela para fazer a rota da viagem e também para escolher o que equipar na nave, além de ler diversas caixas de diálogo que vão criando toda a atmosfera da aventura galáctica – mas, por algum motivo, mesmo com a resolução extremamente horrorosa em meu monitor Full HD e com as óbvias limitações de um jogo lançado há 20 anos como algo gratuito, tudo nele parece despertar a atração ao desconhecido e o impulso talvez enraizado na humanidade de querer ser o responsável por ter visto algo novo em sua vida, algo que não tenha sido experienciado por outros.
É algo quase animalesco, uma sensação bizarra que senti em poucos jogos – e, admito, nem mesmo os tão queridos Zeldas recentes me passaram – e extremamente animador. Nos 8 minutos que minha primeira jornada durou em Strange Adventures in Infinite Space, mesmo com gráficos simples ou universos pequenos, me senti vivo, e a morte ao ser puxado por um buraco negro foi satisfatória, somente me fazendo entender que aquela vida havia terminado.
E graças as suas características roguelike, cada jornada que fiz depois foi diferente – algumas obtive o sucesso máximo, retornando para minha casa 10 anos depois da partida e vendendo os espólios, enquanto outras não completaram três meses até toda a minha tripulação ser escravizada por uma raça alienígena desconhecida.
Mas independente disso tudo, com pouco mais de 8 jogatinas totalizando cerca de duas horas, posso afirmar que Strange Adventures in Infinite Space me passou o que talvez eu tanto procure em videogames: a sensação indescritível de ser uma experiência minha, que não se tornará algo que mudará minha existência mas que ficará suficientemente marcada em minha mente enquanto eu tiver condições mentais para lembrar dela.
E, pelo menos para mim, isso basta na maioria das vezes.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm