Com a entrada de Ratchet & Clank: Rift Apart no serviço de assinatura PlayStation Plus, resolvi, como é de praxe na relação com jogos adicionados em serviços do tipo, dar uma chance para algo que eu jamais compraria mesmo em uma boa promoção. Outra coisa de praxe é eu mais comumente estar errado do que certo, e dessa vez a já esperada situação acabou sendo proveitosa pois me diverti bastante com Rift Apart.

Todo esse papinho aí pra deixar claro minha falta de relação com a série e meu não entusiasmo mesmo com os bons trailers lá no começo do ciclo do PlayStation 5. Além de um mostruário visual, o novo jogo do lombax e do robô também é uma espécie de mostruário do DualSense, cuja utilização não têm sido lá das mais empolgantes, tendo aí poucos exemplos mais engajantes do uso do controle.

No caso de Ratchet & Clank o negócio é a utilização do retorno para superfícies, faixas de som e explosões. No geral é tudo bem feito, e eu que geralmente me irrito com a mínima utlização de controles fiquei até satisfeito. O mais importante, porém, é o uso dos gatilhos para a utilização das armas. Pressionar de leve dá um efeito, ao passo que dar a apertada mais forte gera outro. Dessa forma, as mais variadas formas de pistolas, bazucas, garruchas e bombas podem trazer uma relação extra com a mecânica a partir do mesmo botão.

Mas as questões do controle enquanto aparato físico não dariam certo aqui se as armas não fossem legais, no fim das contas. Mesmo quando as funções são parecidas, como por exemplo todo o grupo de automatos e cogumelos e torneiras que soltamos na área tal qual soltaríamos um bulbasauro com uma pokébola, o resultado na tela é distinto tanto em termos de visual quanto na área e forma de ataque. É sempre bom lembrar que uma das coisas que o videogame propicia, e não a única ou mesmo a essencial ou melhor ou etc., é apertar botões ou um grupo deles e ver paradas divertidas acontecerem.

Falando em apertar R2 e ver coisa bacana na tela, armas como a Ryno8 são um destaque em Rift Apart. Não que isso importe, pois o jogo em si felizmente não se importa muito com isso, mas este poderoso armamento ainda se conecta com a trama ao abrir fendas e tudo mais. O legal é ver cair até mesmo um dinossauro na cabeça dos adversários.

Também gosto da aplicação daquela arma de refletir projéteis. Ela funciona num esquema de ir se aproximando enquanto absorve ou reflete, e poder ao fim dar o tirão perto, caso seja o desejado. Por vezes é o caso de mudar de arma mesmo. Aliás, o jogo impele o tempo todo estarmos alternando entre as armas, principalmente pela limitação da munição no meio da ação toda.

O rifle sniper também é bem legal, embora mais convencional o toque completo no gatilho dá aquela diminuida gostosa no tempo para podermos acertar a cabeça dos inimigos. Outras armas legais são as que funcionam a partir de carregar na meia pressão, e soltar na completa.

As bombas e outros equipamentos lançados a partir de um arco funcionam legal tanto manual quanto automaticamente, e no geral a fluidez da batalha é impressionante. Trocar de armas é simples e rapido, e a movimentação de Ratchet e Rivet casa bem com a dinâmica dos confrontos. O dash para desviar, aliado aos pulos, bem como os foguetes nos pés que limitam o ato de atirar, mas propiciam rápido resposicionamento, o que é essencial nas dificuldades mais altas.

Mesmo a melhoria dos armamentos é divertida, alinha-se à exploração por gerar pontos de upgrade a partir da coleção dos raraniums, e é feita através de um grid que destaca novas funcionalidades. A variedade de inimigos não chega a impressionar, mas a variedade de armas se conecta com os bons estágios e boa iteração das hordas hostis e o resultado é essa coisa toda empolgante que tenho falado aqui.

A partir das viagens entre planetas colocando a aventura, da direção de arte e do apelo visual do título, fico com a impressão de Rift Apart ser um ótimo jogo de Star Wars ou coisa do tipo. Não, nem Ratchet nem Rivet nem Clank nem Kit são Jedi, mas vocês entenderam.

Ao fim, Ratchet & Clank: Rift Apart me pegou pelo fato das ações mais corriqueiras (usar armas e atirar) serem bem implementadas, de forma variada e divertida.