Vencedor do The Game Awards, na categoria Games for Impact — que premia jogos que trazem uma mensagem de cunho social, político ou econômico —, As Dusk Falls é um jogo interativo focado em narrativa, desenvolvido e lançado em 2022 pela INTERIOR/NIGHT. Na época, o título foi disponibilizado no Game Pass e PC. Em 2024, desembarcou no PlayStation, console pelo qual o Neo Fusion pôde testar e que se baseia neste texto.
Muitos estúdios são conhecidos pelos seus lançamentos fortes (ou nem tanto) no que diz respeito à qualidade de trama. O que estúdio independente por trás de As Dusk Falls propõe aqui é não só uma história multifacetada, mas também uma experiência visual marcante. O título utiliza a imagem renderizada dos atores em uma espécie de ‘livro vivo’, que facilmente o destaca perante os outros. Além disso, é adepto do famoso “efeito borboleta”, todas as decisões tomadas pelo jogador impactam as consequências no futuro.
Em 1998, uma família viaja de carro para Missouri, nos Estados Unidos, pela Rota 66. Ao se depararem com um problema no carro, se hospedam em um hotel na região de Two Rock, no deserto do Arizona, onde são recebidos por pessoas locais, mas também surpreendidos por um trio de bandidos que invadem o local e fazem todos de reféns. Neste cenário caótico, começa uma sucessão de eventos em que as consequências vão atravessar 30 anos e impactar, em especial, a vida de Zoe, que tinha seis anos e acompanhava os pais na época da viagem.
Em questões de trama, As Dusk Falls aborda como a pequena e a mais severa violência pode afligir aqueles que não tem nada a ver com a situação. O jogo esquematiza um cenário em que cada lado ganha e perde a cada minuto que passa. A dona do hotel, que passa por uma crise e está cansada da repetição dos maus costumes em Two Rock, os assaltantes, que escolhem o hotel para refúgio e salvação de seus crimes, e a família de Zoe, que chegou no momento errado, na hora errada.
E como os personagens vão reagir e suportar determinadas situações depende do jogador, é ele que escolhe como equilibrar todas as resoluções em uma balança. Afinal, nem sempre o certo é o mais justo.
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A INTERIOR/NIGHT consegue criar, em seu primeiro jogo, um sistema de ação e consequência bem interessante. Os grandes momentos de decisão são marcados na tela, mas até os pequenos diálogos vão revelar algum segredo mais adiante. É bom prestar atenção em tudo que acontece, porque isso será usado de alguma forma.
Um dos principais problemas em títulos interativos como este é a irrelevância de decisões para o futuro da trama, como se toda alternativa levasse a um mesmo resultado. Aqui é o contrário. No fim de cada capítulo, uma grande teia de escolhas é exibida e revela a quantidade de caminhos ocultos que é possível seguir. Isso enriquece também o fator replay para desbloquear novos resultados para os personagens.
Jay, personagem de As Dusk Falls.
Em As Dusk Falls, não existe um protagonista claro. É possível assumir a fala de personagens menores e maiores, mas três são o fio condutor dos eventos: Zoe, Jay e Vince (que aparecem na capa do jogo). A narrativa engaja o jogador a saber mais sobre essas figuras e mantém um nível de interesse constante até a subida dos créditos.
A única dificuldade que o jogo encontra é criar um desfecho verossímil com o restante da história. Várias pontas ficam soltas, independente das escolhas tomadas ao longo da jornada, especialmente a última cena, que parece mais um gancho para uma DLC do que uma conclusão aberta. Além disso, é improvável pensar numa sequência para o título, pelo menos não com esses mesmo personagens. Mas nunca se sabe.
No nosso teste no PS4, a performance do jogo foi estável. Em um momento muito específico, a dublagem mudou de idioma para japonês, mas esse bug não se repetiu. Felizmente também não houveram crashs ou perda de saves, algo que tira qualquer gamer do sério. Mesmo os lançamentos custando cada vez mais caros, ter um desempenho liso acabou se tornando uma vitória.
As Dusk Falls entrega uma experiência efetiva e visualmente bonita, que permanece no novo suporte para PlayStation. Quem gosta desse gênero, certamente pode gostar dos rumos que o jogo toma. É recompensador ver que o esforço está sendo colocado para algo se tornar especial.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm