Análise: Super Monkey Ball Banana Rumble - Neo Fusion
Análise
Super Monkey Ball Banana Rumble
19 de julho de 2024
Jogamos Super Monkey Ball Banana Rumble no Nintendo Switch, através de um código fornecido pela Sega

Quando o GameCube foi lançado em 2001, seu line-up inicial de jogos trazia uma variedade curiosa, indo do icônico Luigi’s Mansion e do excelente Star Wars Rogue Squadron II até passar pelo inusitado Super Monkey Ball, jogo publicado pela Sega e desenvolvido pelo time de Toshihiro Nagoshi, que mais tarde se tornaria famoso por nada mais nada menos que a franquia Yakuza/Like a Dragon.

Super Monkey Ball trazia qualidades que eram essencialmente o melhor da Sega nos arcades: gameplay cinético, física divertida e precisa, uma criatividade tão viajada quanto convincente e um excelente level design que te fazia querer rejogar cada fase até atingir os maiores scores e pegar todas as bananas, dominando seu viciante gameplay.

A qualidade da franquia continuou alta ao longo da vida do console cúbico da Nintendo, mas é verdade que depois disso ficou difícil atingir as mesmas alturas de seus títulos originais, já que as sequências vinham sem a mesma inspiração de outrora e pecavam pela imprecisão dos controles, além das fases fraquíssimas e mecânicas esquecíveis.

Com isso em mente, eu tinha baixas expectativas para Banana Rumble, o mais novo título da franquia, porém que sensação boa ver que o Ryu Ga Gotoku Studio me provou completamente errado: Super Monkey Ball está de volta e rolando em direção à glória!

Rolling around at the speed of sound (?)

O gameplay de Super Monkey Ball funciona da seguinte forma: ao longo de cada fase, nós temos 60 segundos para conduzir nosso macaquinho até a linha de chegada nas pistas, ao mesmo tempo que coletamos bananas e descobrimos segredos e atalhos. O detalhe é que nós não controlamos o macaquinho, mas sim a pista toda, fazendo com que a bolinha em que o pobre símio está preso se mova em alta velocidade e com grande precisão.

Cada fase é curta – afinal, precisa ser completada em menos de um minuto – mas Banana Rumble é recheado delas: são 200 pistas divididas em 20 mundos, ou seja, 10 pistas por mundo. O grande mérito do game é que cada uma dessas fases é bastante variada, começando com desafios bem simples e fáceis de superar enquanto pegamos o jeito dos controles até chegarmos aos estágios mais avançados, que são verdadeiros caldeirões do caos, especialmente nas versões “EX” desbloqueadas após completarmos o modo aventura.

fase
As pistas não se resumem a meras linhas retas com alguns obstáculos bobos no caminho: há na verdade uma grande diversidade de desafios, seja no próprio formato de cada pista, seja no tipo de obstáculo empregado. Algumas fases, inclusive, parecem mais verdadeiros puzzles, priorizando o raciocínio rápido do jogador e alguma dose de tentativa e erro.

Uma grande novidade de Banana Rumble é que os desenvolvedores se livraram do botão de pulo presente nos títulos mais recentes e optaram por uma mecânica de spin dash à lá Sonic the Hedgehog. Essa pequena mudança não só é bem-vinda como dá maior profundidade ao jogo, já que permite truques impressionantes na hora de fazer speedrun, por exemplo.

A mecânica, claro, não é mandatória. São poucos os momentos em que você é realmente obrigado a utilizar do dash para cruzar a linha de chegada. Mas caso você realmente queira descobrir todos os atalhos de cada pista, bem como obter todas as bananas e achar todos os segredos, saber a hora certa de utilizar essa habilidade é tão crucial quanto satisfatório.

E, obviamente, nada disso funcionaria se o time da RGG não acertasse um detalhe importantíssimo: o game feel. E nisso, meus amigos, eles deram aula. Banana Rumble é divertidíssimo de se jogar porque os controles são super precisos.


Como cada pista é perfeitamente alinhada ao movimento do analógico, qualquer pequena alteração que fazemos é registrada pela pista, o que faz com que a bolinha se mova de acordo com o ângulo que alteramos e isso permite tanto irmos mais devagar quanto atingirmos uma alta velocidade. Balancear os movimentos é a diferença entre o sucesso e o fracasso em cada um dos 200 estágios.

O jogo também não funcionaria caso sua performance fosse mequetrefe. E, felizmente, não é o caso aqui, já que Banana Rumble consegue atingir 60 frames por segundo com bastante consistência, mesmo no hardware do Switch. No modo multiplayer local, há sim algumas quedas, mas ainda não é o suficiente para minar a experiência e o mesmo vale para o modo online, cuja maior inconveniência é desconectar o jogador após completar cada mundo.

Banana Rumble também traz uma historinha simples (e francamente pouco importante), com cutscenes bem animadas que ajudam a pintar a personalidade de cada um dos macaquinhos jogáveis (AiAi, Meemee, GonGon, Baby e Palette). Também podemos desbloquear cosméticos para estilizarmos os personagens da forma que bem entendermos. Não é nada de outro mundo, mas é algo bacaninha para quem quiser desbloquear tudo do game.

A festa da macacada

Mostrar os macaquinhos no multiplayer

A grande graça de Super Monkey Ball, para mim, está sempre em seu modo aventura. Isso não quer dizer, no entanto, que o jogo não seja divertido de se jogar com amigos. Banana Rumble traz diversos modos multiplayer. Nós podemos jogar todas as fases do modo aventura com até 3 amigos, seja no co-op local, seja através da internet.

Completar o modo aventura dessa maneira corta as cutscenes de história, mas também deixa a progressão mais direta. O jogo também se torna mais estratégico, já que é possível dividir as tarefas: um jogador fica encarregado de cruzar a linha de chegada (o que garante o avanço à fase seguinte) enquanto os outros se preocupam em pegar todas as bananas e completar as missões opcionais – que podem ser bem desafiadoras.

Há também um modo batalha, que é claramente o ponto mais fraco do game. Esse modo traz poucos mapas, é bem raso e cada uma das suas cinco variações de gameplay são pouco inspiradas e genéricas. Além do mais, é aqui que a performance do jogo mais sofre, especialmente no online. É um modo válido como uma pequena distração de poucas horas, mas eu pessoalmente recomendaria que cada um engajasse de verdade no modo história, seja sozinho, seja com os amigos.

 

Super Monkey Ball Banana Rumble é o melhor jogo da franquia desde seu surgimento no GameCube. Embora ainda tenha falhas em seu multiplayer, é inegável como a qualidade de seu modo aventura o coloca muito perto dos dois primeiros jogos da franquia. Suas inúmeras fases são fantásticas, variadas, charmosas e, muitas vezes, extremamente desafiadoras. Combinando isso com personagens super fofos, uma trilha sonora divertida e um gameplay bastante polido, Banana Rumble carrega o legado arcade que fez da Sega uma das gigantes da indústria de games.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm