Análise: CONSCRIPT - Neo Fusion
Análise
CONSCRIPT
14 de agosto de 2024
Código do jogo, na versão de Switch, fornecido pela publisher

Para você, o que torna um jogo divertido? Controles com muitas opções? Evoluir seu personagem? Passar por várias dificuldades e fazer o seu melhor pra triunfar no final? Pela definição de dicionário, diversão é algo que traz alegria, ou faz rir, mas acho que a definição que mais cabe para o mundo dos jogos é “satisfatório” – é algo que satisfaz uma vontade ou necessidade. Os jogos não precisam ser puramente alegres ou seguir um mesmo modelo para serem divertidos, e eu acho que muitas vezes esquecemos disso. Obviamente, opiniões são opiniões, e enquanto uma pessoa pode achar que passar horas lutando contra encontros aleatórios -o famoso grinding – em um RPG para evoluir é divertido, outra pessoa pode discordar, e achar que vale mais a pena passar horas tentando derrotar um chefe no seu soulslike favorito.

O mesmo acontece com survival horror: Um gênero famoso por fazer quem joga administrar seus recursos em um inventário limitado, te pôr em diversas situações complicadas e onde você vai precisar voltar bastante pelos mesmos lugares. Fazendo a conexão, lembro de em alguns anos atrás ouvir um amigo reclamar que Resident Evil 1 era ruim porque o espaço era muito limitado e você tinha que ficar indo e voltando pra reorganizar os itens, ao que eu prontamente respondi “mas é por isso que é bom!” – nós simplesmente tínhamos opiniões diferentes sobre o que era divertido, e tá tudo bem com isso. Mas às vezes um jogo faz aquela “mesma cantilena” que você tanto gosta de um jeito tão bom que até mesmo as pessoas que não curtem aquele gênero podem curtir, e um desses raros casos é o jogo de hoje: Conscript.

 

Os corredores claustrofóbicos de uma trincheira francesa não são nada convidativos.

 

Desenvolvido pelo dev solo Jordan Mochi, Conscript é um jogo de survival horror que se passa durante a Primeira Guerra Mundial, do ponto de vista de um soldado francês lutando nas trincheiras e vivenciando o terror da guerra enquanto a civilização está em colapso. Você pode não estar lutando contra monstros bizarros ou vendo abominações que não parecem humanas enquanto questiona o psicológico de seu personagem, mas a demonstração de algo que legitimamente ocorreu – algo de que nós, seres humanos, somos capazes, e que ocorreu mais de uma vez – merece perfeitamente o título de ‘absolutamente assustador’.

O protagonista, André, é mais um jovem soldado nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial no ano de 1916, durante a Batalha de Verdun – uma das batalhas mais devastadoras da Primeira Guerra – vivenciando as constantes batalhas e a vida tenebrosa dentro dos abrigos subterrâneos malformados, com apenas uma foto de sua mãe e a companhia de seu irmão Pierre para mantê-lo vagamente são. Durante uma invasão do exército alemão, André é separado de seu irmão, e a partir daí precisa procurar traços dele por várias trincheiras e locais adjacentes enquanto recebe ordens de seus comandantes para combater a ameaça alemã, chamados de Boche – termo histórico que caiu em desuso por conotações xenofóbicas.

 

Não tem mais nenhum lugar pra empilhar os corpos.

 

Os exércitos estão caindo aos pedaços e a quantidade de mortos é incontável, algo que com certeza não traz bons presságios sobre o destino de Pierre, mas a lógica é algo que não tem lugar em um período como a guerra, e o ser humano se segura em qualquer tipo de esperança em momentos assim. O que aconteceu com Pierre? Bom, isso é algo que você tem que descobrir por si só, porque você definitivamente devia jogar Conscript, mas estou me adiantando muito – vamos por partes.

Conscript é um jogo em terceira pessoa visto de cima bem pixelizado, algo similar a SIGNALIS, e assim como aquele jogo, pega várias inspirações de survival horrors clássicos como o remake do primeiro Resident Evil ou Silent Hill, mas mistura essas inspirações com sua própria ideia e faz algo novo com isso. Os visuais em geral são bem feitos, mesmo que um pouco difíceis de discernir em alguns pontos – principalmente com coisas pequenas – mas o jogo tem vários jeitos de acomodar para isso. Itens menores que podem ser coletados brilham no mapa, e o jogo tem algumas opções de acessibilidade para ajudar caso isso não seja suficiente. Alguns itens e partes do cenário interagíveis até possuem cenas em primeira pessoa próprias, e alguns dos quebra-cabeças do jogo usam bastante das dicas visuais dessas partes. É um jogo com um visual bem único, a única coisa que consigo comparar é ao anteriormente mencionado Signalis, mas a direção de arte é bem própria de cada um.

 

Não é tão surreal quanto Silent Hill, mas alguns cenários são tão intimidadores quanto a série.

 

Vamos ao principal: A jogabilidade. Conscript é um survival horror em terceira pessoa que usa controles intuitivos, sem os temidos controles de tanque/carro, onde você precisa explorar os cantos irregulares e macabros de uma trincheira durante a Guerra para conseguir itens, equipamentos novos, chaves e itens pertinentes para desbloquear certos caminhos enquanto você luta por sua vida contra o exército alemão usando armas improvisadas como pás e picaretas ou armas de fogo com munição bem limitada. É o tipo de jogabilidade que fãs do gênero (como eu) amam, e como de acordo, o combate do jogo é um tanto não-ortodoxo e com certeza não foi feito para você atacar vários inimigos ao mesmo tempo, e o espaço em seu inventário também é bem limitado, pedindo que você se organize bem e considere o que é realmente essencial a ser levado a cada vez que você vai enfrentar o mundo lá fora. “Sobrevivência” é a palavra chave aqui, e você vai precisar levar em consideração se entrar em combate vale a pena, se você tem munição pra combater aqueles soldados e se você pode fugir sem levar muito dano.

O combate em si funciona da seguinte maneira: Você segura ZL para mirar onde quer atacar e aperta ZR para desferir o golpe, mirando com um dos analógicos. Você pode atacar feito um louco apertando ZR repetidamente, mas isso vai atacar com vários ataques fracos, comendo não só sua staminaque é limitada – como a durabilidade de sua arma, que vai ficar praticamente inutilizável quando chegar a zero. Vale mais a pena tentar “carregar” cada um de seus ataques (algo fácil de distinguir pela animação do personagem) e desviar dos oponentes entre cada golpe, o que pode ser feito correndo ou com o botão de esquiva do jogo, enquanto você administra sua stamina e calcula o momento certo para cada ação.

 

André pronto pra derrubar mais um soldado alemão: Infelizmente para ele, é uma cena corriqueira

 

Não parece fácil, e não é, mas você consegue pegar a manha de como o combate funciona com um pouco de prática. Obviamente, é mais seguro se confiar nas armas de fogo, que dão mais dano e funcionam à distância, mas você vai gastar uma boa quantidade de munição no processo, e até mesmo as armas precisam de um distanciamento entre tiros, já que muitas precisam ser recarregadas a cada tiro como o rifle ou escopeta – é um sistema que o jogo claramente quer que você aprenda, manejar sua stamina e saber os momentos certos para atacar. Funciona muito bem, em minha opinião, e é uma leitura um pouco diferente de apenas mirar e atirar que ainda mantém tensão e habilidade em mente.

Dito isso, não achei muito difícil simplesmente fugir de encontros em Conscript, por alguns fatores. Primeiro, se você sair de um local por uma porta e entrar de volta onde acabou de sair, os inimigos daquele lugar todos voltam às suas posições originais – que nem Resident Evil 1 – e você pode usar isso para se planejar bem para correr para longe de onde os inimigos estão, e se tiver que atravessar um ponto de passagem deles, existem vários esconderijos com cortinas onde você pode entrar para evitá-los e passar despercebido. Segundo, os inimigos tem bastante dificuldade em enxergar e ouvir André – você pode correr à vontade, contanto que não esteja com a lanterna ligada, e se você não estiver diretamente em frente a eles em algo próximo a uma linha reta, é como se você nem estivesse ali. Por fim, se você realmente tiver que combater alguns soldados, você pode tentar usar furtividade, chegando por trás antes de eles te verem e terminando o serviço com um golpe só: Se não tiver ninguém perto o suficiente, ninguém vai perceber.

 

Você ainda vai ter que correr bastante e reconhecer qual soldado merece atenção antes dos outros – esses com a máscara de gás e tacape são os mais rápidos.

 

Explorando os corredores macabros das trincheiras, você encontrará várias portas trancadas e lugares inacessíveis, pedindo que você ache chaves para abrir portas e gavetas ou alguns itens para resolver quebra-cabeças, também bem ao estilo do gênero. Os quebra-cabeças em si são em geral bem básicos, mas não acho que isso tire o mérito de quão divertidos ou criativos alguns são, e você vai precisar usar muita observação dos documentos e cenários que você acha misturados aos itens certos a serem levados ou achados para determinados lugares: Coisas como encontrar um isqueiro e a gasolina para este para queimar algo segurando uma porta, ou descobrir o código para desbloquear um cadeado usando dicas encontradas ao redor de onde você está, tudo tendo em mente o inventário limitado.

Talvez você esteja se perguntando onde ficam os itens que você não pode carregar, ou o que eu quis dizer com “o mundo lá fora” há algumas linhas atrás, e isso tudo se refere às saudosas salas seguras que você encontra, marcadas por sua luz azul. Assim como nos outros jogos do gênero, você tem uma sala usada para salvar o jogo, com um baú para guardar os seus itens (que conectam independente de onde você esteja) e, mais importante de tudo, o homem mascarado – o equivalente de Conscript ao Mercador de Resident Evil 4. Usando cigarros (a moeda do jogo, algo que achei genial), você pode comprar munição, itens de cura, novas armas, melhorias para novas armas, alguns materiais e até mesmo melhorias permanentes à sua barra de vida e stamina. O mercador vai se tornar o seu melhor amigo enquanto você experimenta combinações de materiais diferentes para expandir suas possibilidades, algo que acho que Conscript faz muito bem.

 

Ele te chama de Poilu, um termo “carinhoso” entre os soldados para se referir aos seus camaradas.

 

Com o mercador e os diferentes usos para itens, Conscript traz uma possibilidade para customização muito grande, algo que considero um grande ponto positivo a esse tipo de jogo. Talvez você não esteja muito seguro do combate ainda e prefira ficar na defensiva, então você pode dedicar os panos que acha a fazer itens de cura. Se você acha que o ataque é a melhor defesa ou sente que tem uma cena de combate difícil vindo, você pode usar tais panos pra fazer coquetéis molotov e produtos químicos pra fazer mais munição para suas armas – que nem Resident Evil 3 – e se você acha que não vale a pena usar uma arma específica, você pode vendê-la e focar em melhorar as armas das quais gosta mais. No meu caso, por exemplo, eu me foquei em melhorar o rifle e a escopeta e quase nada mais, porque senti que consegui dominar o combate corpo-a-corpo o suficiente e usava a escopeta apenas para casos extremos. Conscript te dá opções para fazer as coisas do seu jeito, e acho que isso merece elogios.

O seu inventário começa um pouco pequeno – e quanto maior a dificuldade escolhida, menos espaços você tem – e você vai precisar se questionar várias vezes o que é absolutamente essencial. Talvez você não precise daquela munição, só a arma carregada já baste, você ainda vai carregar duas chaves… Será que é melhor levar um item de cura por garantia? São as perguntas constantes que estão com o gênero, e estão aqui a todo vapor. Para ser um pouco crítico, achei que certos itens como a ferramenta para derrubar tábuas de madeira estiveram ali por tempo demais, mas como contrapeso, pelo menos os itens para salvar o jogo não ocupam espaço no inventário. E sim, o tanto de vezes que você salva é limitado – você precisa de tinta para salvar o jogo, mas não achei que era limitado demais, terminei o jogo com mais ou menos 12 de sobra. Você encontra bastante tinta em salas seguras e ainda pode comprar mais do mercador, mas caso você sinta que isso é estressante demais, você pode escolher a opção do jogo te dar checkpoints em locais específicos ou salvamento ser ilimitado, ao custo de você não ter uma classificação muito boa no fim do jogo – falo disso um pouco depois.

 

O que você realmente precisa levar?

 

Bom, se você pode fazer sua própria munição e usar de furtividade, não vale a pena então simplesmente sair matando cada soldado que você vê pela frente? Aí que um dos problemas das trincheiras aparece: Ratos. As trincheiras eram, essencialmente, grandes buracos de terra cavados às pressas – escuros, sujos, cheios de locais para se esconder e com bastante matéria morta, já que os cadáveres eram constantes. Isso quer dizer que ratos se proliferavam bastante, e Conscript vai fazer você odiar esses roedores: Quando você mata um soldado, o corpo dele fica no chão onde ele caiu, e depois de um certo tempo, os ratos vão começar a ser atraídos. Eles são pequenos, rápidos, vêm em ninhadas, são quase impossíveis de atingir com armas de fogo e tem fome de carne fresca. Lutar com eles é quase impossível sem ser atingido, já que você precisa carregar os golpes corpo-a-corpo e eles são vários, então você vai ser mordido, ou pior: infectado.

Certas condições do jogo, como respirar os gases amarelos (que eu não sei se é gás mostarda porque gás mostarda tecnicamente não tem cor) por alguns segundos ou ser mordido pelos ratos vão te deixar em um estado infectado, o que vai cortar sua barra de vida total pela metade (pense no efeito de Curse de Dark Souls), aumentar o consumo de stamina e lentamente reduzir sua vida. Você só pode curar essas infecções com um kit de primeiros socorros (que são raros) ou uma combinação de bandagens com fluido químico (que vão pedir vários recursos), então é importante fazer o possível para que você não seja infectado, e para isso é importante evitar os ratos. Os ratos são como a versão de Conscript dos Crimson Heads de Resident Evil Remake, e assim como naquele jogo, o jeito de prevenir que ratos apareçam em um corpo é ou não matar o inimigo ou queimar o corpo pós-morte, o que pede que você tenha consigo um isqueiro e gasolina, que ocupam dois espaços no seu inventário, e no caso da gasolina, é um recurso finito. Se você achar o buraco onde os ratos se proliferam, você também pode jogar uma granada nele, mas isso só funciona para aquela área.

 

Se você tiver manha suficiente, você consegue juntar todos os corpos em um lugar só pra queimar todos eles só com um gasto de gasolina!

 

Todas essas mecânicas e pontos para serem pensados trazem uma combinação que faz um survival horror tenso e cheio de pequenas decisões, e acho que isso é bem divertido para o gênero. Tive alguns momentos frustrantes quando morri, mas não senti que não foram minha culpa, apesar de questionar alguns obstáculos que te matam em um golpe – mas estes são bem infrequentes – eu senti que estava me virando bem pelo jogo. O maior obstáculo a enfrentar, na realidade, são os problemas técnicos.

Durante minhas 20 ou mais horas com Conscript, tive diversos problemas técnicos. Estive jogando a versão de Switch, e nessas 20 horas tive vários momentos onde o jogo dava uma breve engasgada para carregar um efeito visual e o efeito visual acabava sendo um quadriculado branco e verde ou branco e vermelho, incluindo a vez que fui visualizar uma foto e a foto foi apenas o quadriculado por alguns segundos, e uma vez que o jogo tentou mostrar uma cena dramática onde me mostraram o que aconteceu com um soldado francês, mas no lugar do soldado tinha apenas um quadriculado vermelho. Além dos bugs gráficos, Conscript foi um jogo que travou para mim umas boas quatro ou cinco vezes, me fazendo perder algumas horas de progresso por nenhuma culpa minha. Não entendi direito o motivo, mas me pareceu que quando respondi muito rápido a algumas situações – como mexer no meu inventário ou aceitar uma opção muito rápido – o jogo tinha tendência a travar.

Todos esses momentos frustrantes – principalmente com relação a travamentos – me levaram a jogar Conscript de um jeito bem menos cuidadoso do que eu esperava, usando bem mais dos saves limitados e correndo bem mais do que eu gostaria, porque não queria perder meu progresso por motivos externos a mim. E infelizmente, parece que isso teve um pouco de consequência no fim do jogo, porque peguei um final que simplesmente me pareceu errado. Para manter as coisas com o mínimo de spoilers: em algumas cenas do jogo os comandantes do exército te dão ordens, e você pode tecnicamente desobedecê-las, mas se você fizer isso você vai ser taxado como covarde no fim do jogo. Apenas menciono isso porque não fugi de nenhuma das ordens dos meus comandantes, sempre fiz os objetivos – fui até elogiado por isso, pelos próprios comandantes – e mesmo assim fui taxado de covarde no fim do jogo, o que você pode imaginar que não foi nada satisfatório. Se você usar muitos saves ou muitos itens de cura, seu “rank” no final será ruim, mas não imaginei que o que usei fosse demais – nem acho que isso deve alterar o final.

 

Isso era pra ser uma foto de um desenho que o Pierre fez…

 

Até havia pensado se não tinha sido uma condição que não havia pensado antes: Será porque não matei soldados o suficiente? Mas se for isso, como que 222 soldados não foram o suficiente? E o ponto do survival horror não era evitar combate quando necessário? Talvez fosse por conta das vezes que salvei, salvei demais – mas não preciso lembrar que o jogo travou para mim várias vezes, então salvei mais vezes do que normalmente faço. Até pensei até que poderia ter sido uma tentativa de mensagem: Os soldados fazem o trabalho e são culpados por coisas que não fizeram – mas não parecia que era isso que o jogo estava tentando me dizer. No fim das contas, todas as possibilidades que penso sobre o porquê fui taxado de covarde – fora o descumprimento das ordens, que foi algo que não fiz, já que cumpri essas ordens – não me parece uma justificativa boa. Conscript é um jogo mais sério, e dadas as condições eu não estava esperando um final feliz, mas receber um final que me acusa de algo que não fiz é um sabor diferente de desgosto.

Depois de não me aguentar e pesquisar a respeito para ver se outras pessoas estavam tendo o mesmo problema, me deparei com um fórum da Steam debatendo exatamente isso, e aparentemente, é algo similar a um bug que o desenvolvedor disse que iria consertar nos próximos patches, e é algo que sinceramente espero que seja feito, em conjunto com consertos para os problemas técnicos, porque gostei muito de Conscript, mas esses problemas se juntam e põem uma barreira em recomendar e revisitar o jogo: Senti vontade de re-jogar o jogo nos últimos dias, mas não o fiz por não estar com paciência para lidar com as eventuais travadas.

 

Em vários momentos o jogo vai te dar uns close-ups nas coisas que você acha.

 

Apesar dos pesares, gostei muito do meu tempo com Conscript. O combate é meticuloso, o inventário é limitado, você precisa constantemente pensar se vale a pena enfrentar inimigos, você tem muito espaço pra customização – tudo isso junto a um “palco” original para o gênero que pega suas inspirações e as transforma em algo único seu. Os ratos são uma ideia muito interessante para lidar com a tensão de “devo ou não devo me importar com esse inimigo?”, os quebra-cabeças são criativos e os visuais são muito bonitos. Só não posso recomendar Conscript de total grado no momento: Se você ficou curioso com o jogo, te imploro para que você fique de olho nos perfis de redes sociais de Jordan Mochi ou do jogo em si, e quando os patches forem lançados, dê uma chance ao jogo, mesmo se você não foi muito experiente com o gênero.

Provavelmente vai demorar um pouco para consoles já que updates pra consoles passam por mais algumas barreiras do que para Steam, então se você não se importar em pegar para essa plataforma, diria que ela é a mais segura. Respeito muito que o projeto foi algo essencialmente feito por uma pessoa só, e imagino que Jordan Mochi já esteja a umas três noites sem dormir tentando lançar o jogo – algo que claramente é seu projeto de paixão. Só espero que tudo dê certo em consertar o que precisa ser consertado – e aí posso recomendar Conscript perfeitamente.

Conscript é um ótimo survival horror que mistura quase tudo que funciona bem nos amados clássicos com uma jogabilidade bem autêntica e um cenário pouco explorado para o gênero, resultando em uma experiência tensa, única e envolvente que merece ser experimentada por qualquer pessoa levemente interessada em survival horror, mas não no momento desta análise: Bugs gráficos e de performance se juntam ao jogo fechar por si só e viram uma combinação difícil de engolir, atrapalhando até mesmo o final do jogo. Fique de olho no perfil do desenvolvedor, e quando estiver lançado o patch, fica altamente recomendado!

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Comentários

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[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 14/01/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/analise/tell-me-why/) […]

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Breath of the Wild carater família?

wishlistei

Você sabe me falar se compensa eu comprar esse ou posso jogar o original também, eu tenho o original mas não. Joguei nenhum você pode me ajudar nessa Dúvida de 259 reais kkkk

Incluindo a fonte de meu comentário.: http://www.vgchartz.com/gamedb/games.php?name=just+dance+2018&keyword=&console=&region=All&developer=&publisher=&goty_year=&genre=&boxart=Both&banner=Both&ownership=Both&results=50&order=Sales&showtotalsales=0&showtotalsales=1&showpublisher=0&showpublisher=1&showvgchartzscore=0&showvgchartzscore=1&shownasales=0&showdeveloper=0&showcriticscore=0&showcriticscore=1&showpalsales=0&showreleasedate=0&showreleasedate=1&showuserscore=0&showuserscore=1&showjapansales=0&showlastupdate=0&showlastupdate=1&showothersales=0

O que mais impressiona é que a versão mais vendida deste jogo foi a do Nintendo Switch, seguida da fucking versão de Wii! TEM GENTE COMPRANDO JUSTA DANCE PRA WII EM 218! E vendeu bem mais que no One... Dificilmente um JD 2019 vai ficar de fora do velho de guerra da Nintendo!

<3

Este jogo é fantástico! Muito bom evoluir todos os personagens. Os personagens da 2ª geração ficam ainda mais fortes. Celice, filho de Sigurd, torna-se quase um Deus, o deixei com 80 de HP, o máximo, como outros status que ficaram no seu máximo, mais os itens: Silver Sword, Silver Blade, Power Ring, Speed Ring, Defence Ring, deixando o Celice muito forte e resistente.

Obrigado! Sobre suas dúvidas: 1) Eu não consegui confirmação concreta de quem é o CEO atual da Game Freak. O pouco que descobri apontava para o Satoshi, mas é possível que ele já tenha saído sim. 2) O texto foi escrito em dezembro, antes do anúncio de Bayonetta 3. Como a ideia é lançar um listão assim a cada seis meses, acho que não vale o trabalho ficar atualizando a cada anúncio. Mas se houver demanda, posso fazer.

Belo compendium dos estúdios da Nintendo e afiliados! Só tenho duas dúvidas: 1- O Satoshi ainda é CEO da Game Freak? Pensei que ele já tinha se afastado. 2- A Platinum não está fazendo Bayonetta 3 agora?

Que bacana, o jogo parece bem legal. Só não compro porque larguei rápido o último jogo do tipo que peguei (Animal Crossing: New Leaf)

O Zelda mais zeldoso de todos

Esse é jogo é O Zelda?

Valeu :)

Realmente é algo incrível, parece até informação secreta kkkkkkk, ótimo post.

Analise justíssima, parabéns Renan! Na minha opinião, por mais que Pocket Camp seja inegávelmente a experiência mobile da Nintendo mais próxima que tivemos da “versão console”, é desnecessariamente repetitivo, incompleto e enjoativo. Além do gameplay lento (como citado na análise), não existem grandes recompensas pela progressão no jogo além de novos personagens e móveis pra construir. No fim, Pocket Camp é apenas (o pior de) New Leaf adaptado para smartphones, com 10% das funcionalidades e mecânicas free-to-play. Talvez uma atualização dê alguma tapeada na repetitividade excessiva, mas teriam que mudar tanto o jogo que nem sei se vale a pena.

Não joguei esse Zelda ainda, por isso não posso fazer comentários sobre o jogo mas sei que a Nintendo sempre capricha nos seus jogos e usa artificios muito elaborados até para as coisas mais simples, certa vez na internet achei um vídeo relacionando o construtivismo de Vygotsky com o jogo super Mario...por fim estou gostando dessa abordagem mais técnica dos jogos, sai um pouco do padrão da internet

É um openworld, no dois vc começa adolescente e vai envelhecendo, as cicatrizes permanecem, vc pode comprar casa e casar nas diferentes cidades... no terceiro muda mas as decisões são fodas, por exemplo vc procura apoio da população de uma vila pra dar o golpe no seu irmão, então vc promete uma ponte pra cidade, depois do golpe vc tem escolher entre construir a ponte e aumentar o exército da sua nação contra o inimigo do jogo ..daí sua escolha muda tudo

Eu ouvi muito de Fable na época pré-lançamento dele, mas não cheguei a jogar. Tinham muitas promessas nesse sentido mesmo, que você ia passar anos na pele do mesmo aventureiro. Ele chega a ser um openworld? E as escolhas geravam caminhos e quests diferentes?

Um jogo bem interessante mas que muita gente não gosta é Fable, vc ter uma vida, fazer escolhas que vão afetar a história é bem interessante, seria bem legal se em Zelda você pudesse desenvolver uma cidade e se tornar herói/prefeito

Rapaz, que texto. A crítica que você fez à premiação do Uncharted bate no ponto certo. As narrativas mais envolventes do universo dos games, pra mim, foram aquelas que exploraram todo o potencial de interatividade que a mídia propõe. Nada contra Uncharted e eu acho que o jogo é brilhante em vários outros aspectos, mas os exemplos citados no texto falam por si só. Enfim, gostei muito. E o site tá lindo, isso aqui é qualidade pura.

Excelente lista! O Switch é uma awesome little indie machine :)

Faltam 2 horas e estou que nem criança imaginando minha reação se eu ganhar.

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm