Análise: Diablo IV: Vessel of Hatred - Neo Fusion
Análise
Diablo IV: Vessel of Hatred
16 de outubro de 2024
Jogamos Diablo IV: Vessel of Hatred no PC com um código de review fornecido pela Blizzard Entertainment

Pouco mais de um ano após o lançamento de Diablo IV, Vessel of Hatred chega como a primeira grande expansão de sua história principal. No entanto, a natureza do game como uma experiência “como serviço” faz com que o novo conteúdo não seja tão “revolucionário” quanto o que a Blizzard fez no passado com Reaper of Souls ou Lords of Destruction.

Isso porque, em vez de ficar trabalhando “silenciosamente” nas melhorias que chegaram agora, a desenvolvedora foi bastante transparente sobre o caminho que o título iria seguir com as várias temporadas já lançadas até agora. No entanto, isso não muda o fato de que o lançamento traz várias qualidades e faz desse o melhor momento de entrar em sua aventura.

https://www.youtube.com/watch?v=wYa51CcvyD8

Começando logo em seguida ao fim de Diablo IV, Vessel of Hatred nos leva à nova região de Nahantu, que se encaixa na parte sul do mapa original. Nossa missão é encontrar Neyrelle, que fugiu com a Soulstone contendo a essência de Mefisto, que aos poucos está corrompendo a jovem, que pode acabar morrendo antes de conseguir destruí-lo.

Diablo IV: Vessel of Hatred tem nova classe como destaque

A novidade que se destaca na expansão é a nova classe conhecida como Natispírito, que é inédita para a franquia. Presando pelos ataques físicos, a opção se destaca por trazer builds baseadas em diferentes criaturas, como gorilas, centopeias, um jaguar e uma águia, cada uma com característica única.

Diablo IV: Vessel of Hatred
Divulgação/Blizzard

A centopeia, por exemplo, destrava habilidades que não causam tanto dano direto, mas podem fazer seus inimigos ficarem envenenados ou recuperar a vida do personagem. Já o Gorila é o mais “porradeiro”, fazendo com que adversários fiquem atordoados e recebam vários golpes sem ter como responder.

Em nossa experiência com o game, ficou evidente que a Blizzard criou uma classe que, ao menos no momento atual, funciona melhor quando nos especializamos em uma única criatura. No entanto, a classe ainda dá certo espaço para o experimentalismo, permitindo que você brinque um pouco com algumas de suas características.

A melhor coisa que se pode dizer sobre o Natispirito de Diablo IV: Vessel of Hatred é o fato de que é divertido jogar com ela, que não depende de semelhanças com o passado para funcionar. Sim, há algumas habilidades que lembram os monges de Diablo III ou o paladino de Diablo II, mas seria exagero dizer que a nova opção é somente um “reboot” delas.

Trama que decepciona um pouco

Enquanto a nova classe e os novos desafios da expansão são bastante interessantes — especialmente devido a seu sistema de level up e de loot remodelados, que se tornaram mais recompensadores —, o mesmo não pode ser dito de sua história. Infelizmente, Vessel of Hatred chega prometendo muito, mas entrega pouco no que diz respeito a seu objetivo principal.

Diablo IV: Vessel of Hatred
Divulgação/Blizzard

Durante toda a duração da campanha, somos prometidos a um grande conflito com Mefisto que simplesmente não chega. Quando pensamos que finalmente vamos enfrentar o vilão, acontece uma reviravolta que parece forçada (já que o personagem responsável por ela sempre se mostrou fiel até aquele momento) e ficamos com a promessa de que o confronto esperado “vai ficar para a frente”.

Infelizmente, esse parece ser somente a consequência mais recente do fato de que a “nova Blizzard” não parece saber como aproveitar seu universo. Enquanto o Diablo IV base foi positivo por colocar o foco em Inarius e em Lilith, ele também pecou por não abrir mão dos três demônios que fizeram muito sucesso com os fãs: Diablo, Mefisto e Baal.

Assim, a história faz questão de que eles estejam presentes e sejam uma ameaça imediata, por mais que os eventos dos jogos anteriores contradigam essa possibilidade. A maneira como isso é tratado em Vessel of Hatred não é as melhores, e muitos fãs vão ficar decepcionados com o cliffhanger que encerra sua trama.

Diablo IV: Vessel of Hatred traz mais para um jogo já robusto

Outra novidade da expansão que merece nota é seu sistema de mercenários, que são destravados aos poucos conforme cumprimos algumas missões relacionadas a eles. Todos possuem história de fundo interessantes, se não plenamente desenvolvidas, e características que ajudam a complementar o estilo de cada classe.

https://www.youtube.com/watch?v=o4b5CDUGGEk

Algo que os materiais de divulgação não explicam, mas é muito importante, é que, na prática, podemos contar sempre com dois companheiros. Enquanto um sempre está ativo e usa as habilidades que escolhemos conforme ele sobe de nível, outro surge de forma auxiliar e está ligado ao uso de uma habilidade específica do herói controlado.

Isso não somente abre estratégias de combate mais interessantes, como também recompensa quem se dá ao trabalho de conhecer bem cada uma das opções disponíveis. No entanto, vale notar que o novo sistema é útil somente para quem joga no single player: no multiplayer, os mercenários simplesmente desaparecem.

Entre erros e acertos

Infelizmente, nem tudo são acertos dentro de Diablo IV: Vessel of Hatred. De maneira pouco habitual para a Blizzard, a nova expansão chegou com uma quantidade de bugs que é bastante notável e que afetam principalmente o ritmo da aventura principal.

Diablo IV: Vessel of Hatred
Divulgação/Blizzard

Mais de uma vez, me vi forçado a reiniciar o jogo porque um checkpoint não ativou corretamente ou houve algum obstáculo que não foi retirado corretamente do caminho. Isso se tornou particularmente frustrante porque o sistema de saves automáticos do game não é exatamente generoso.

Em mais de uma vez, fui forçado a revisitar os mesmos dungeons (que podem durar até 20 minutos) simplesmente para conseguir progredir para o passo seguinte de uma missão. Isso não é exatamente algo que quebra a experiência, mas pode ser frustrante, especialmente quando há um espaço de tempo limitado para jogar a cada dia.

Também sinto que a atividade de endgame conhecida como A Cidadela Sombria ainda precisa de alguns ajustes para revelar seu verdadeiro potencial. Embora a ideia de trazer uma raid para grupos grandes seja interessante (e já tenha sido explorada em Diablo Immortal), a maneira como o desafio foi executado faz com que ele não seja tão diferente assim do resto do jogo, com exceção de um ou outro puzzle mais pontual.

Diablo IV: Vessel of Hatred é uma experiência mista. Ao mesmo tempo em que a nova classe é muito divertida de jogar, sua história decepciona e ele traz uma quantidade de bugs muito grande para um trabalho da Blizzard. Mas, como o gameplay é que conta, é possível dizer que a expansão é uma adição bastante positiva ao jogo, embora ainda precise de alguns patches para revelar seu verdadeiro potencial, especialmente no que diz respeito a seu endgame.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm