Análise: Final Fantasy VII Rebirth (PC) - Neo Fusion
Análise
Final Fantasy VII Rebirth (PC)
22 de janeiro de 2025

Final Fantasy VII é aquele caso de jogo que podemos chamar de verdadeiro divisor de águas. Quando saiu em 1997, ele não só ajudou a solidificar o PlayStation 1 como líder na quinta geração de consoles, como também foi um marco importantíssimo para popularizar os JRPGs no ocidente. Há um antes e um depois de FFVII e toda a aclamação que o título recebeu é merecidíssima.

Com tamanha fama e qualidade, por anos os fãs clamavam por um remake do clássico da Squaresoft, o que foi finalmente atendido em 2020, com Final Fantasy VII Remake, lançado originalmente para o PlayStation 4 e em 2021 para PS5 e PC, com o subtítulo de Intergrade.

A versão de PC de FFVII Remake, no entanto, era consideravelmente problemática em seu lançamento. Com configurações um tanto limitadas para um jogo AAA do calibre da franquia, Remake não trazia opção para refresh rate variável, escala para motion blur, opções distintas para anti-aliasing ou botão para o VSync e, pior ainda, sofria com engasgos durante a travessia, especialmente dentro de Midgar e regiões muito povoadas. Mesmo assim, é inegável que Remake seja uma grande conquista como jogo.

E agora em 2025 chega a vez da segunda parte dessa trilogia de remakes fazer melhor no PC em todos os aspectos. Com vocês, Final Fantasy VII Rebirth

UM GRANDE RENASCIMENTO

Final Fantasy VII Rebirth começa de maneira lenta, mas certamente eficaz. Logo no começo, depois de escapar de Midgar no fim do primeiro jogo, acompanhamos Cloud enquanto ele narra suas memórias para seus companheiros, contando sobre uma visita que fez a Nibelheim, sua cidade natal, junto de Sephiroth – grande vilão do game – e antes dos dois romperem e se tornarem inimigos.

Toda a introdução de Rebirth ainda segue muito dos moldes do jogo anterior, sendo mais linear e guiada. Mas isso não quer dizer que seja menos interessante. Explorar Nibelheim, poder visitar a casa em que Cloud cresceu, ver as interações dele com a Tifa (que é sua amiga de infância) ao mesmo tempo que ouvimos uma brilhante releitura das músicas do jogo de 1997, são coisas que vão tocar qualquer um que tenha apreço pelo clássico, mas também é o bastante para instigar aqueles que estejam conhecendo a jornada pela primeira vez.

Ao longo do primeiro capítulo, somos apresentados ao excelente e viciante sistema de combate do game. Ele já era maravilhoso no jogo anterior e, num primeiro momento, pode até parecer não se diferenciar tanto em Rebirth, mas no devido tempo muitas novas adições são mostradas. Se você quiser aprender bem como dominá-lo, sugiro que use nosso guia básico de batalha, onde explicamos não só as nuances de cada personagem, como também todo o robusto sistema de materias e equipamentos (além de como conquistar os troféus necessários para platinar).

Chocobo
Daí em diante, quando chegamos no capítulo 2, Rebirth realmente começa e, felizmente, se abre de fato. Diferentemente da primeira parte da trilogia, Rebirth faz um trabalho competente de mesclar partes mais lineares com partes mais mundo aberto. E esse aspecto do jogo traz muitos prós e alguns contras.

A primeira coisa que temos que dizer é que Rebirth não tem medo algum de se expandir em todos os aspectos. Ele é um jogo visualmente mais bonito que o primeiro, tem um mapa muito mais rico e variado e traz muitos segredos espalhados pelas diversas regiões, que vão desde baús com itens até verdadeiras lutas contra chefes inesperados – e muito recompensadoras.

Essa expansividade nem sempre quer dizer que os objetivos dados ao jogador durante a exploração e quests secundárias serão de primeiro calibre, mas eles certamente vêm em quantidade suficiente para entreter até os mais complecionistas e há uma boa quantidade de momentos memoráveis, especialmente quando ajudam a desenvolver as relações entre os personagens.

Seguir uma estrutura de mundo aberto tem seu “cansaço” inerente ao gênero, no entanto, já que aqui também é utilizado o batido sistema de “torres” que precisam ser ativadas para abrir mais regiões do mapa e mostrar pontos de interesse. Ter que fazer isso de novo e de novo a cada nova área tem seu preço ao fim das mais de 60 horas de gameplay (e isso sem fazer 100% do game logo de cara). De toda forma, a abordagem de mundo aberto de Rebirth é feita com bastante cuidado, trazendo um bem-vindo frescor e o game também utiliza as regiões abertas de maneira muito mais diversa e interessante do que em Final Fantasy XVI, por exemplo, que se beneficiaria de ser um jogo totalmente fechado.

Queen's Blood Final Fantasy VII Rebirth

A expansividade de Rebirth também vai além da exploração, trazendo uma enorme quantidade de minigames com qualidades variáveis, mas muito bem-vindos. Inclusive, o jogo de cartas, Queen’s Blood, é tão bom, mas TÃO BOM, que até eu – um cara que raramente curte jogo de baralho – passou uma boa parte da jogatina brincando nas partidas. Assim como com o sistema de combate, também sugiro que você dê uma olhada no nosso guia sobre esses minigames, que tem o mesmo intuito: apresentar cada um e ajudar aqueles que buscarem 100% do jogo.

Agora, se eu fosse resumir o maior ponto positivo de Final Fantasy VII Rebirth, eu diria que  é a forma como ele melhora e aprofunda o desenvolvimento de cada um dos personagens da party, bem como as relações entre eles.

Final Fantasy VII sempre teve um dos meus grupos favoritos de personagens. Acho todos eles memoráveis e distintos e digo para valer que Rebirth me abriu inúmeros sorrisos enquanto jogava e via como os personagens interagiam tanto em momentos mais sutis quanto nos mais bombásticos. Poder acompanhar a jornada de Cloud, os medos de Tifa, explorar o passado doloroso de Barret e Red XIII e conhecer o destino de Aerith são coisas que eu já sabia que me marcariam justamente pelo meu apego com o título de 97, mas ainda assim eu tiro o chapéu para a forma como a Square-Enix conseguiu transformar essas relações e backstories de uma maneira coerente e emocionante. E isso tudo compensa demais todas as partes mais controversas que aparecem durante o arco completo do jogo, incluindo o seu final (se você jogou Remake, já sabe mais ou menos o que esperar nesse sentido).

TÁ, MAS O QUE IMPORTA NESSA ANÁLISE É O PORT DE PC!!!

Travessia

Pois bem… No começo dessa análise eu mencionei que o port de PC do FF VII Remake chegou com inúmeros problemas e muito abaixo do que poderia ter sido. A boa notícia é que a Square-Enix parece ter ouvido as críticas e caprichado bem mais na hora de trazer a sequência para os computadores.

Diferentemente do que acontecia com Remake, Rebirth felizmente não apresentou os mesmos engasgos irritantes durante a travessia e muito menos durante as cenas mais intensas de combate na minha máquina. Eu encontrei sim algumas quedinhas aqui e ali, especialmente durante cutscenes com muitos detalhes e na transição de cutscene para gameplay, mas todos esses casos foram fáceis de resolver mexendo um pouco nas configurações e alterando alguns valores. Além do mais, o jogo recebeu um suporte bom de DLSS e há logo de cara opções para VSync, resoluções até 4K e suporte a 120hz (que eu infelizmente não pude testar por estar sem um monitor compatível).

Quando o jogo saiu para PS5, muito se falou sobre seu modo performance, que, apesar de sustentar 60 fps decentemente, fazia isso ao custo de resolução, fazendo com que o jogo ficasse extremamente borrado, quase como um míope enxergando sem óculos. Pode não ser um incômodo para alguns, já que o frame rate era estável, mas certamente foi um incômodo para a maioria, tanto é que Rebirth serviu de exemplo para o “poder do PS5 Pro”, mostrando justamente como foram capazes de corrigir isso

Fica óbvio, então, que a versão de PC consegue ir além e combinar tanto um frame rate estável quanto uma resolução e qualidades de texturas bem mais bonitas do que a versão de console, desde que você tenha uma máquina que respeite os requisitos. Iluminação melhorada, controle de densidade de NPCs, excelente suporte ao DualSense (eu joguei o game originalmente no PS5 e achei que a implementação no PC ficou impecável) e presets bem montados (eu nem precisei mexer em nada quando testei o game num primeiro momento) mostram que a Square está no caminho certo.

É claro, o jogo ainda assim é ENORME, ocupando mais de 150 GBs no SSD e também não é como se não exigisse peças robustas para rodar em todo o seu potencial, e, além do mais, ainda acho que o menu de configuração poderia ir além e mostrar imagens precisas do que muda quando mexemos nos diversos elementos da renderização, mas ainda assim fica bem claro que o port foi manejado com muito mais cuidado dessa vez e a versão de PC é, felizmente, a melhor forma de se jogar Rebirth hoje: totalmente escalável, flexível e, claro, também é bem-vinda no SteamDeck.

Minigame

Final Fantasy VII Rebirth é uma belíssima sequência para um jogo que já era ótimo. Em praticamente todos os aspectos, Rebirth supera seu antecessor e vai além, trazendo incontáveis horas de conteúdo, um excelente combate e um desenvolvimento formidável de personagens consagrados. Ainda que existam controvérsias em relação à sua narrativa, Rebirth tem muito mais acertos do que erros e o mesmo pode ser dito desse port de PC, que também veio com mais capricho do que o de Remake. FFVII Rebirth já era um dos melhores jogos de 2024 e agora repete o feito, abrindo 2025 em grande estilo no PC.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm