Em um futuro distante, a Terra foi totalmente transformada graças a uma chuva radioativa que matou 95% de sua população. Os sobreviventes do universo de SYNDUALITY Echo of Ada se abrigaram no interior do planeta, mas continuam fazendo excursões pontuais à superfície em busca de recursos.

No entanto, elas são dificultadas por novas criaturas conhecidas como Enders, que passaram a habitar cidades e estruturas destruídas. No jogo, assumimos o papel de um Drifter, um piloto freelancer dos grandes robôs que têm como principal objetivo manter ativo o fluxo de recursos.

Embora a ideia de controlar robôs gigantes personalizados seja boa, não demora muito tempo até que o título prove ter problemas de execução notáveis. Ainda dá para encontrar alguns conceitos bons nele, mas vai ser preciso mais do que um patch de correções para que ele mostre seu verdadeiro potencial.

SYNDUALITY Echo of Ada é um jogo sobre rotina

Logo no começo da experiência, fica evidente o ciclo que os jogadores vão encarar durante a maior parte do tempo. Como um piloto de mecha, cabe a você ir até a superfície em excursões com limite de tempo restrito para encontrar recursos e destruir diferentes criaturas.

Além do contador sempre presente, é preciso lidar com outras limitações relativamente fáceis de gerenciar. Em intervalos frequentes, a chuva tóxica que tomou conta do planeta vai danificar as proteções de seu mecha — o que não é exatamente um problema caso você consiga se proteger ou tenha os recursos para recuperá-la.

No entanto, os itens de recuperação não são generosos, e seu inventário também vai ter que ser preenchido por munições para suas armas e outros itens de cura. Em outras palavras: o jogo vai forçar você a planejar bem seus recursos, e inevitavelmente vai chegar a hora de voltar a uma das bases subterrâneas via os portais espalhados pelas fases.

Não demora muito tempo, SYNDUALITY Echo of Ada vira um jogo com uma rotina bastante evidente. Você vai voltar até sua base para pegar novas missões e fazer upgrades, depois vai retornar ao campo para cumprir objetivos e pegar os recursos necessários para novas melhorias e então reiniciar novamente o ciclo.

Monstros não são os principais inimigos

Embora esse loop de gameplay seja interessante no início, ele é prejudicado porque o game não é exatamente bom de jogar. Os controles até funcionam bem, mas o level design é um tanto preguiçoso e são poucos os conflitos com inimigos realmente memoráveis — você só vai lembrar da maioria porque eles batem muito forte.

Também não ajuda muito o fato de que o título é marcado por problemas técnicos, provavelmente ligados à Unreal Engine 5. O motor gráfico é famoso pelos stutters de desempenho quando é usado em experiências de mundo aberto, e o trabalho feito pela Game Studio não é exceção.

O problema se torna mais grave devido ao fato de que acontece pelo menos uma vez por fase, o que torna impossível se esquecer de sua presença. Mais de uma vez, me vi quase perdendo um combate simplesmente porque o game congelou e, quando retomei o controle, meu mecha estava quase destruído.

Isso é especialmente frustrante porque, em SYNDUALITY Echo of Ada, morrer é bastante punitivo — você perde tudo o que havia coletado até o momento. Dado que uma sessão de exploração passa facilmente de meia hora, é bastante chato ver seu tempo desperdiçado por problemas técnicos inerentes ao game.

O título tenta quebrar um pouco sua rotina básica com a presença de drones inimigos e com a possibilidade de que outro humano esteja em sua sessão. Essa última situação cria alguns dos momentos mais tensos do jogo, já que você nunca sabe ao certo quem é inimigo ou não. No entanto, nem mesmo isso permanece: dado que o restante do título é fraco em suas mecânicas, a base de jogadores ativa já caiu consideravelmente.

Mas nem tudo é fraco

Apesar de o jogo ter problemas técnicos notáveis e um loop de gameplay que fica velho em pouco tempo, nem tudo nele é negativo. A seu favor, ele tem uma grande variedade de designs de mecha com status variados, bem como uma seleção generosa de itens cosméticos — cuja parte chata é somente bloquear algumas das opções mais interessantes atrás de um passe de batalha pago.

Também vale destacar o sistema de Magus, que são androides que atuam como verdadeiros assistentes durante as fases. Eles podem ajudar a encontrar cristais e recursos valiosos, bem como fornecer dicas sobre a aproximação de inimigos e algumas táticas de combate. Só gostaria de ter uma opção para fazer com que eles repetissem um pouco menos algumas de suas frases.

Vale a pena?

Apesar de não considerar SYNDUALITY Echo of Ada um jogo marcante, ele também não entra na categoria do famoso “jogo ruim”. Considerando o que ele oferece, a conclusão é que essa é uma experiência com algum potencial, mas que não consegue se desenvolver além de um loop básico superficial.