Exit the Gungeon é um game sobre recomeços. Porque você vai morrer um monte de vezes antes do final, e só vai conseguir vencer depois de tentar várias vezes e aprimorar suas habilidades. Desenvolvido pela Dodge Roll, o game é um belo exemplo daquele velho princípio de “simples de aprender, mas difícil de dominar”, forçando você a repetir várias vezes tarefas semelhantes antes de alcançar seu objetivo: sair do Gungeon que dá título à experiência.
A história — que em nenhum ponto é essencial acompanhar — é uma sequência direta de Enter the Gungeon. Agora que você explorou o local e descobriu seus segredos e chefes, tem um novo problema em mãos: está tudo desabando e é preciso escapar. Tarefa simples, não fosse o fato de que os elevadores que levam para fora estão cheios de criaturas, incluindo uma bela seleção de chefes desafiantes.
Essa premissa serve de base para um game que mistura plataformas e tiros com alguns momentos dignos de bons shmups. Sabe aqueles “jogos de navinha” dos quais a tela é preenchida totalmente de tiros e só dá para escapar por uma fresta? Exit the Gungeon é recheado de momentos assim, mas dá uma ajudinha para as coisas não serem tão desafiadoras — mas não se engane, aqui não há nenhuma colher de chá.
Um aspecto que chama atenção logo de cara é que você não tem muito controle sobre como vai atacar seus inimigos. Em intervalos regulares, suas armas vão se transformar de forma aleatória e é preciso saber lidar com o que o jogo te entrega até a próxima mudança. Isso faz com que seja necessário desenvolver habilidades reais de sobrevivência, especialmente quando o armamento ofertado não é dos melhores.
Ao mesmo tempo, o posicionamento dos inimigos e até mesmo a ordem na qual os chefes surgem não são pré-definidos. Você sabe que em determinado nível do elevador sempre há algumas opções limitadas desses adversários, mas nunca está totalmente certo de qual vai aparecer. Somando isso com a aleatoriedade das armas, você tem em mãos um jogo em que pode dar muito azar e a dificuldade acabar ficando bem intensa.
Para balancear isso um pouco, a aventura oferece duas opções de esquiva — uma delas aérea e com direito a pulo duplo — que garantem uma bela janela de invencibilidade. Enquanto você joga, também dá para descolar alguns upgrades temporários (com certa dose de aleatoriedade) e juntar dinheiro para abrir novas possibilidades de transformações para a sua arma. Quanto mais opções abertas, mais chances de pegar algo bom e garantir que as probabilidades não vão destruir seu avanço.
Também dá para libertar uma série de NPCs que ajudam de alguma forma, nem que seja dando conselhos para seu personagem. Nesse ponto surge uma das reclamações do jogo: enquanto a adaptação para o português está bem completa e ótima, no geral, parece que houve um “esquecimento” na hora de traduzir diálogos, que permanecem em português. Jogando tanto no Switch quanto no PC, um bom tempo após o lançamento, o problema permanece.
Outro aspecto interessante de Exit the Gungeon e que convida a mais de uma jogatina são seus personagens. Enquanto em termos de jogabilidade são todos essencialmente idênticos, cada um traz um caminho próprio a seguir a partir do segundo nível do elevador. Junto a eles surgem mecânicas próprias que podem passar batidas para quem se focar em somente um deles.
Enquanto o soldado tem uma fase na qual é preciso explorar e vencer várias salas, a garota traz estágios com progressão lateral nos quais se deve fugir de um chefe imortal (só para citar alguns exemplos). Isso ajuda a garantir que o jogo permaneça fresco quando você se vê travado em um desafio, também permitindo que você “treine” usando o tipo de experiência que mais combina com suas habilidades.
E, mesmo depois de finalmente sair do Gungeon, ainda há motivos para voltar e continuar jogando. Fazer isso pela primeira vez abre a seleção de caminhos, destrava novos personagens e mecânicas que tornam tudo ainda mais interessante. Seguir esse caminho da repetição é estimulado pelo fato de que, em essência, esse é um jogo bastante curto.
Cada run completa dura pouco mais de 20 minutos, o que ajuda a deixar os desafios frescos mesmo depois de vê-los repetidas vezes. A já mencionada aleatoriedade, somada ao fato de que a cada vez você chega mais longe, também ajuda o game a não cair naquele caminho de “mais do mesmo” que outros jogos que prezam pela repetição de tarefas costumam cair.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm