Alvo de experimentos desconhecidos, a criatura rompe sua cela de proteção e consegue escapar. Se esgueirando por dutos de ar, ela começa a se alimentar dos funcionários do complexo subterrâneo a crescer. Quanto mais forte ela fica, mais cruéis são seus métodos — encontrar com ela significa ter uma morte rápida e sanguinária.
As forças de segurança estão alertas e equipadas com pistolas, metralhadoras e lança-chamas. Até mesmo os drones foram ligados e as unidades robóticas estão a postos. Mesmo assim, a criatura avança. Em Carrion, essa criatura digna de um filme de terror não é seu inimigo, mas quem você incorpora como jogador.
Desenvolvido pela Phobia Game Studio, o jogo é uma “experiência de terror reversa” na qual você deve escapar de uma instalação subterrânea. Não há exatamente uma grande história aqui, o que não é um problema: com uma premissa sólida, traz uma dose suficiente de explicações e mistérios para levar você por uma envolvente experiência com duração de 5 a 6 horas.
Oferecendo uma estrutura de exploração um tanto linear, Carrion tem um objetivo bastante simples: sair da instalação em que você está preso. Para isso, desde o começo o jogador conta com uma movimentação bastante livre — toda baseada nos tentáculos “extensores” da criatura controlada — e a capacidade de agarrar uma coisa por vez (que pode ser expandida para mais objetos através de upgrades opcionais escondidos).
Apesar de fisicamente forte, o monstro não é muito resistente a ataques. Se no começo alimentar-se de cientistas (que recuperam vida) é fácil, não é uma boa ideia atacar guardas muito de frente. É isso que dá ao game uma dose de “terror” e um timing muito próprio: escondido nos cantos e usando corredores laterais, o jogador deve sempre tentar pegar seus alvos distraídos — os gritos assustadores de suas vítimas dão o toque final ao clima de aflição.
Conforme você progride, novas habilidades que servem tanto como ferramentas de ataque e defesa quanto de exploração são encontradas. Em uma lógica semelhante aos títulos da série Metroid, Carrion traz ferramentas novas em ritmo constante que ajudam a atingir novos locais e a lidar com novas variedades de inimigos.
Aqui não há um mapa a seguir, mas o level design é tão bom que somente em raras ocasiões me senti perdido. O jogo consegue ir “fechando” o cenário a seu redor a ponto de, embora seja possível retroceder um pouco, nunca haver a sensação de não saber para onde é preciso ir. Após poucos minutos experimentando possibilidades em ambientes claustrofóbicos, você sempre achar qual é o objetivo a alcançar.
Carrion não é exatamente difícil: tem checkpoints generosos espalhados pelo caminho. No entanto, ele pode ser um tanto frustrante pela questão dos controles. Jogando no Xbox One X, o direcional analógico direito é responsável por mirar o tentáculo que a criatura usa para o ataque. Tudo funciona bem, a não ser quando há mais de um inimigo ou objeto interativo em área próxima — diversas vezes me vi agarrando o que não queria e sendo vítima de um ataque fulminante que acabou com minha vida.
Enquanto essa dor de cabeça não é grande e diminui um pouco após conseguir alguns upgrades, a falta de precisão se faz evidente em mais de um momento. Sem entrar em grandes spoilers, os momentos em que você controla um humano também não são particularmente inspirados em matéria de gameplay, mas compensam isso ao trazer momentos que enriquecem muito a história.
Experiência perfeita para preencher uma tarde, Carrion é um game que acerta muito bem tanto em suas mecânicas quanto em sua ambientação. Com cenários que misturam bem elementos orgânicos e artificiais, o game apresenta uma boa frequência de melhorias e desafios que nunca superam o tempo durante o qual são bem-vindos.
Se há algum pecado está no fato de que a estrutura básica de cada cenário não varia muito, podendo se tornar um pouco cansativa próximo aos trechos finais. Também sinto que poderia haver mais espaço para a exploração: embora novos caminhos se abram conforme o jogador desbloqueia novas habilidades, há poucos estímulos — fora um ou outro achievement — para voltar a áreas anteriores ou jogar mais de uma vez.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm