Jogos para smartphones geralmente têm um formato diferente daqueles lançados para plataformas mais tradicionais (como PCs e consoles), o que explica a predileção de parte do público por esse tipo de jogo. Quando eu falo formato, quero dizer tanto sobre a maneira como o jogo é orientado na tela e suas opções de controle quanto em termos de game design, que por muitas vezes abusam de práticas predatórias ao consumidor (como microtransações, excessos de notificação, sobrecarregamento de recompensas, entre outros). Logo, quando um jogo mobile é anunciado para o Switch, eu fico mais com os pés atrás do que o curupira (desculpa pela piada, foi impossível não citá-la). Pode ser uma resistência de minha parte e talvez até um preconceito bobo (que se provou errado em jogos como What The Golf? e Horizon Chase), mas confesso que é algo que me assombra.
Ao saber da existência de Starlit Adventures no Switch, logo procurei saber como ele funcionava na plataforma. Cheguei a uma simples conclusão: você paga uma vez e joga em paz, sem ser importunado pela falta de vidas extras ou sem ser tentado uma dúzia de vezes a comprar novas “roupinhas” para os caricatos personagens que jogamos. Isso me deu um certo alivio e me motivou a explorar seus oitos mundos repletos de segredos e verticalidade.
Desenvolvido pelo estúdio brasileiro Rockhead Games, Starlit Adventures é um jogo de plataforma com um pitada de exploração na medida certa para não se tornar algo que exija demais de nossas cabeças adultas exauridas pelas preocupações de um cenário atual de pandemia. Na pele de Kikki e Bo, seu trabalho é cavar e atravessar cenários repletos de perigos, tesouros, obstáculos, quebra-cabeças e outras surpresas.
Antes de iniciar a fase, o jogador deve escolher como irão se vestir os personagens jogáveis. Os trajes, bem mais do que apenas distinções estéticas, promovem o uso de habilidades exclusivas de ataque e locomoção — um sistema análogo a builds em RPGs e afins. Como nosso objetivo é sempre ir descendo e chegando mais fundo nos cenários, subir ou retornar a plataformas mais altas só é possível, por exemplo, quando utilizamos uma roupa que nos permite realizar essa ação — seja por meio de pulos ou voo livre.
As fases são sempre temáticas e isso reflete também nos elementos impeditivos e inimigos em nosso caminho. Alguns podem ser derrotados quando pulamos sobre eles, outros podem ser esmagados por rochas ou blocos projetados contra eles. Há seções submersas nas quais devemos usar uma roupa de mergulho para evitar que nosso fôlego acabe na hora errada. Outras fases requerem o uso de congelamento para derrotar certos oponentes, logo devemos nos vestir apropriadamente para a ocasião. Essa variedade de formas de jogo, porém, pode fazer com que algumas fases sejam extremamente triviais e fáceis de serem concluídas quando equipamos certos trajes. O único fator que nos impede de utilizar essas opções super-poderosas a nosso favor é o sistema de conquistas dentro do próprio jogo, que “regula” a dificuldade experienciada por meio de uma extensa lista de mini-tarefas.
As animações são bem claras e o visual do jogo bem agradável aos olhos, com cores e indicações que destacam bem os perigos durante a descida desenfreada. A direção de arte tem uma pegada mais infantil, mas isso não é problema porque esse é definitivamente o tipo de jogo para jogar em seu tempo livre, sem qualquer necessidade de internalizar mecânicas arrojadas e compreender uma narrativa obtusa. Com carregamentos bem ágeis após falharmos e um número ilimitado de tentativas (nas versões de console) caso você seja um novato ou novata com controle na mão, Starlit Adventures é divertido por ser descomplicado, barato e fofo.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm