Atualmente com 37 horas de jogo em Assassin’s Creed Valhalla, ainda estou longe de sequer chegar na metade da aventura. Segundo o contador do Ubisoft Connect, completei somente 27% do que a experiência tem a oferecer — o que, confesso, não é nada surpreendente depois do tempo que dedique a Assassin’s Creed Origins e Assassin’s Creed Odyssey, capítulos anteriores mais recentes dessa franquia de sucesso de público.
Muito desse relativo pouco avanço em relação ao tempo conquistado se deve à maneira como estou jogando Valhalla. Até estou progredindo com a história, mas ela tem tomado ares cada vez mais secundários. Isso porque o imenso mapa do jogo está recheado de pontos de interesse, e eu me sinto na obrigação de coletar cada um deles assim que possível.
Eu sei, essa está longe de ser a maneira mais inteligente ou otimizada de aproveitar um game que, essencialmente, tem a história como seu bastião central. Eu sei, não faz nenhum sentido ter um personagem no nível 138 para explorar uma área que recomenda um nível próximo a 55. Mas eu não consigo evitar esse comportamento. Muito disso porque sei que, ignorando esses pontos, nunca voltaria a caçá-los assim que finalizasse a história. Há também outro motivo, porém: essa estrutura de pequenos desafios seguidos de recompensas palpáveis é deliciosamente viciante.
Sei que, na prática, estou simplesmente fazendo pequenas corridas em direções a tesouras cujo valor nutritivo deixou de importar há um bom tempo. As cenouras em si até ficaram um pouco sem gosto, mas adicionar uma nova à coleção ainda dá aquele senso de satisfação. É quase como completar um álbum de figurinha, mesmo sabendo que ele depois vai ficar guardado na gaveta. O prazer vem do processo, não do objetivo final.
Como recompensa por esse esforço (que não é tão grande assim), tenho uma dose bem generosa de elementos para upgrades de equipamentos e uma seleção bem generosa de habilidades destravadas. De certa forma, estar tão avançado em Assassin’s Creed Valhalla me permitiu transcender sua dificuldade (já baixa) para transformá-lo em um grande playground de destruição: minha versão de Eivor é uma semideusa que mata qualquer um com 3 machadadas e que dedica seu tempo livre a jogos de dados e competições de quem bebe mais (sempre ela).
No escopo geral, o que me mantém jogando é a necessidade de fazer minha (já não tão) pequena vila crescer. De certa forma, é quase como jogar Animal Crossing novamente — só que, em vez de lidar com um guaxinim claramente ligado à Máfia, meu desafio (muito mais suave) é invadir, queimar e saquear pontos-chave do mapa.
Dito tudo isso, você pode perguntar: Assassin’s Creed Valhalla é bom? E eu respondo: se você não gostou de Origins ou Odyssey, não há muito o que ver por aqui. E eu sinto muita, mas muita saudade de Kassandra (Eivor é meio chato/chata, independentemente do gênero). No entanto, se você curtiu os capítulos anteriores, logo deve se ver como eu: capaz de ver todos os mecanismos de recompensa estabelecidos pela Ubisoft e, ainda assim, se perceber incapaz de escapar deles.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm