Toda a premissa de Alba: A Wildlife Adventure pode indicar que o jogo é voltado para o público infantil. Acredito que ele cumpre uma função pedagógica ao ensinar as crianças o valor na preservação do meio ambiente. O quanto de desenhos que trabalhavam esse tema formaram um pouco da cabeça dos adultos de hoje, e isso foi algo que o jogo me fez refletir. O enredo do jogo possui algumas nuances que costumamos ver em matérias jornalísticas sérias, de situações abjetas contra a vida e que nos sentimos tão apáticos em pensar em qualquer solução.
Alba é uma garotinha que passa as férias em uma ilha no Mar Mediterrâneo visitando seus avós. Ela encontra uma amiga de infância e, após resgatar um animal em perigo, decidem criar uma organização para cuidar da natureza da ilha. No início tudo parece uma simples brincadeira das meninas, mas a premissa do jogo é impedir a construção de um hotel de luxo em uma área de preservação — o acordo do prefeito com uma empresa privada com a desculpa de que atrairia mais turistas para o lugar, gerando mais empregos.
O cerne da jornada de Alba nesses poucos dias na ilha, antes da viagem de volta, é recolher assinaturas dos habitantes locais para impedir essa construção. No cumprimento dessa meta geral é que A Wildlife Adventure oferece as tarefas do jogo. Em paralelo a isso, Alba possui um guia da vida selvagem e, com um aplicativo em seu celular, o jogador tira fotos de todos os animais da ilha, dos comuns aos mais raros, para completar um guia, podendo o jogador pode se guiar pelo som (no próprio início há uma mensagem recomendando para se jogar com o áudio ligado).
O tempo de jogo é dividido nos dias que Alba fica na ilha. No início, você se depara com lixo no chão, algumas casas de pássaros quebradas e lugares inacessíveis. Ao longo dos dias, a garota adquire itens como uma sacola para coletar esses objetos espalhados, material de carpintaria para consertar essas casas e até pontes de madeira. A Wildlife Adventure consegue alimentar uma expectativa nessas pequenas atividades, em especial quando o jogador se depara com a oportunidade de ver animais raros em eventos-chave do enredo.
“Mesmo a menor pessoa pode fazer a diferença” é o lema do jogo, que consiste em uma trama bastante simples: o jogo mostra que há uma pequena desavença da vó de Alba, que a apoia, com o avô, que a incentiva mais pelo carinho que tem com a neta enquanto diz que o hotel pode ser algo bom. Apesar de algumas situações do tipo, elas são resolvidas de forma simples, com a personalidade de Alba fazendo as pessoas acreditarem no bem da preservação.
O tom é infantil, mas a mensagem não é boba. Alba: A Wildlife Adventure acerta num ponto frágil da vida adulta. A acomodação diante das situações devido à rotina, o jeito irresponsável e otimista da garota de resolver as coisas fazem parecer que os problemas são mais simples do que realmente são. A carpinteira uma hora diz que Alba consertou a ponte tão facilmente que a faz questionar por que foi que ela não fez nada durante todo esse tempo. A mesma coisa pode ser dita do lixo espalhado e dos animais em situação de risco. Além de ser divertido registrar a vida selvagem com uma câmera, essa é mais uma obra que reforça a ideia de que nossa criança interior está longe de ser algo ruim e que deva ser escondido.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm