Sinto que The Last Blade: Beyond the Destiny é um game que teria aproveitado muito mais se o tivesse jogado em seu formato original do que em sua adaptação para o Switch. Embora tecnicamente a conversão para o console da Nintendo traga muitas vantagens em matéria de carregamentos, desempenho e até opções de controle, esse é um daqueles jogos em que o peso do tempo e o contexto em que ele foi criado são decisivos para as impressões que deixa.
O game chegou às lojas japonesas em março de 2001 para o Neo Geo Pocket, console que não era exatamente acessível na época, especialmente para os brasileiros. Desenvolvido pela SNK, o dispositivo se aproveitava do extenso catálogo de jogos de luta da companhia para se diferenciar de rivais como o GameBoy Color e o WonderSan — mediante algumas adaptações necessárias a seu hardware e opções de controles limitadas.
The Last Blade: Beyond the Destiny segue essa linha, adaptando os dois jogos da série principal em um formato mais simplificado. Como o portátil da SNK oferecia somente dois botões, isso resultou em diversas adaptações do gameplay que afetaram principalmente o moveset dos personagens.
Isso não quer dizer que o resultado final é ruim: levando em consideração o contexto da época e as limitações do hardware do Neo Geo Pocket, não dá para dizer que o trabalho realizado foi ruim. No entanto, é inegável que a experiência em si, tanto do ponto de vista da jogabilidade quanto da apresentação e narrativa, teve que ser bastante compactada para caber no formato desejado.
Assim, se em 2001 o título sem dúvidas seria um que não sairia de minha biblioteca durante um bom tempo — bem, é um The Last Blade portátil, não importam as concessões —, em 2021 é complicado vê-lo como algo mais do que uma curiosidade histórica na qual não desejo me aprofundar mais. Especialmente diante do fato de que o Switch, com seu hardware anos-luz à frente do NG Pocket, tem em sua biblioteca jogos de luta que preservam melhor a intenção original dos desenvolvedores, incluindo o mais recente capítulo de Samurai Shodown, franquia “irmã” de The Last Blade.
Contexto histórico à parte, The Last Blade: Beyond the Destiny traz alguns conceitos bastante interessantes e que ajudam a prolongar sua experiência, especialmente para quem joga mais no single player. Conforme você vai finalizando o modo história, pergaminhos podem ser comprados para revelar a história que começa a se revelar de maneira gradual.
Depois de certo ponto, a trama e o contexto do jogo mudam do cenário do título original para a de sua sequência, incluindo a liberação de novos personagens. Isso traz uma sensação clara de evolução e mostra o cuidado que a SNK teve em recompensar os jogadores pela dedicação de enfrentar a inteligência artificial — que traz os famosos “chefes apelões” pelos quais o estúdio é bem conhecido.
No entanto, se a estrutura narrativa é interessante, o gameplay me incomodou pela extrema simplicidade. Não sou nenhum ás em jogos de luta (e sim, estou na lista dos que apanhariam fácil para o Dácio, colega autor do site), mas ainda assim fiquei frustrado pela simplicidade excessiva de Beyond the Destiny. No fim das contas, preferi simplesmente ficar repetindo golpes especiais e combos simples do que tentar tirar mais profundidade do jogo, especialmente diante do fato de que tal esforço não me pareceu muito proveitoso.
Assim, a já citada curiosidade histórica foi o que acabou guiando minha jogatina. Não posso afirmar que o tempo dedicado não foi prazeroso, mas, assim como a curiosidade acaba assim que você entende um assunto novo, minha vontade de continuar jogando foi diminuindo conforme percebia as limitações e intenções de Beyond the Destiny.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm