O que define se um RPG será bom ou não em 2021? O gênero, que explodiu em popularidade no fim dos anos 90, já passou por períodos onde foi considerado “saturado” ou “sem novas ideias” pela grande mídia, fazendo com que os lançamentos, aos poucos, fossem diminuindo.
Existem os medalhões Final Fantasy, Dragon Quest e Persona que, independentemente de em qual momento são lançados, serão recebidos com louros de glória — como cada vitória do Vasco da Gama enquanto escapa da zona de rebaixamento. Mas também existem aqueles que, embora conhecidos, não são olhados com tanto carinho pelo público, sendo mais nichados — como a série Tales of.
Em setembro de 2021, Tales of Arise, primeiro jogo da franquia para a atual geração de consoles (embora também disponível para a passada), foi lançado. Passei cerca de 40 horas com ele, aproveitando sua história e seu combate, e tenho alguns pontos bem curiosos a comentar, em especial sobre a recepção geral do público ao jogo.
Muito se comentou sobre como Arise parece um Tales of para agradar todos os públicos. Eu entendo esse tipo de comentário como a franquia perdendo parte de seus elementos mais, digamos, “japoneses”, para uma ocidentalização maior. A estética anime, embora popular no mundo após a explosão de séries como Dragon Ball e Naruto, pode afastar algumas pessoas, dependendo de como for aplicada.
Quando comecei Arise, então, esperava uma mudança gigantesca em relação aos dois outros títulos da série que eu joguei: Tales of Abyss e Tales of Berseria. Não foi minha surpresa quando, na verdade, o jogo mantém a estética, o pacing e várias outras características da franquia.
Tales of Arise é um jogo típico da série Tales, com talvez um orçamento maior. O mundo continua dividido em mapas que se conectam, mas que necessitam de carregamentos entre eles. As batalhas, em tempo real, têm seus sistemas próprios e rápidos, ao mesmo tempo que muitos dos personagens possuem técnicas clássicas da franquia, como Demon Fang ou, no caso de um chefe, a famosa Indignation.
Cada personagem tem seu papel próprio no sistema de combate, com as suas “Focus Action” tendo efeitos especiais contra certos tipos de inimigo — como a de Law, pugilista da equipe que, em sua ação única, pode quebrar o escudo dos adversários. É um fluxo interessante de combate que mantém a tradição da franquia e que muito me surpreende que tenha deixado tanta gente impressionada.
A história de Arise também segue os moldes conhecidos da série, no qual uma narrativa em um primeiro momento clichê vai ganhando tantas reviravoltas e quebras de expectativas que se torna algo mais único. A luta dos Dahnan contra a opressão dos Renan conta com momentos fortes e muitas vezes tristes, que levam o jogador a entender o que está em jogo ali.
Acho que o único ponto que talvez pareça ter um certo distanciamento do resto da franquia em Arise é a quase inexistente necessidade de “grindar” seus personagens. Por mais que uma ou outra luta necessite que você volte para o mapa e fique matando inimigos para subir de nível, em geral o jogo te deixa com a força certa para enfrentar os desafios principais da narrativa. Isso, sim, para mim, parece ter sido feito para atrair um novo público.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm