Análise: Guardiões da Galáxia da Marvel - Neo Fusion
Análise
Guardiões da Galáxia
da Marvel
25 de outubro de 2021
Cópia digital da versão de PS5 do jogo cedida pela Square Enix.

Há alguns anos o mundo vive uma “mania Marvel”, por conta da grande popularidade dos filmes da marca. Heróis antes relegados a trívias de aficionados de gibis — os famosos NERDS — agora constituem o imaginário infantil e são responsáveis pelas vendas de milhares de unidades de bonecos e outros artigos. 

Os Guardiões da Galáxia talvez sejam os mais beneficiados com isso. Antes considerados personagens nível C dos quadrinhos, eles foram alçados ao status de estrelas da Marvel graças à popularidade de seus filmes, ao ponto de ganharem um jogo próprio pelas mãos da Square Enix, mesma publicadora responsável pelo divisivo Marvel’s Avengers de 2020.

E por mais que compartilhem, além da publicadora, uma óbvia estética visual semelhante, é com uma enorme felicidade que eu falo que Guardiões da Galáxia da Marvel (ou simplesmente Guardiões) é um jogo bem superior ao seu antecessor, parecendo preparado para agradar uma nova era de fãs, sejam eles do cinema, dos quadrinhos ou dos videogames.

O jogo licenciado

Ao passo que Batman, da DC Comics, e Homem-Aranha, da Marvel, ganharam nos últimos anos jogos espetaculares considerados como possíveis “melhores do ano”, eu afirmo que Guardiões, mesmo também sendo uma produção cara — padrão triplo A — não vai chegar nem perto dessas premiações. E isso é bom demais.

Particularmente, sou crítico dessa mania de tudo ter que ser o próximo grande passo da indústria, onde cada vez mais jogos que fazem o básico bem não tem mais espaço, sendo sempre relegados a figuração contra títulos genéricos, mas que se vendem como um avanço gráfico ou narrativo.

Guardiões, contando com uma trilha sonora espetacular e uma jogabilidade simples, passa longe disso. A todo momento, em cada uma de suas histórias, dividida em capítulos, ele me lembra os jogos licenciados dos anos 90/2000. Aqueles jogos que muitos de nós, quando crianças, após ver um episódio do desenho, encontrávamos em fichários de camelôs repletos de papéis A4 com capas de jogos impressas.

Guardiões sempre me passa a sensação de algo simples — feito não para ser o próximo passo da indústria, mas sim para agradar os fãs da franquia. Combinando o visual do cinema com uma história bem mais próxima do universo dos quadrinhos, ele me soa como um produto feito com carinho, mas sem o objetivo de ser a última bolacha do pacote de discussões de jogos. 

A arma do Senhor das Estrelas dispara tiros elementais! Groot pode prender inimigos! Drax é um idiota musculoso! A Gamora é estilosa e fatal! Rocket manda vários mísseis! Combinando tudo isso, você tem o jogo dos Guardiões, onde uma efetiva jornada é experimentada a partir de algo empolgante, que ao mesmo tempo é um tanto esquecível. Não vou estar falando desse jogo daqui quatro meses, mas que bom! Nem tudo precisa ser algo que tente ressignificar os videogames e suas discussões, sabe? As vezes ser simples e efetivo para o momento já é o suficiente. 

Ano passado eu avaliei aqui no Neo Fusion o jogo dos Vingadores. Na época, o descrevi como dois títulos em um: uma campanha cheia de coração, emocionante, e um modo multiplayer sem vida e completamente entediante.  Olhando para Marvel's Guardians of the Galaxy, o resultado volta a ter a palavra coração. O jogo é sim, pura emoção, pura diversão, mas é algo do momento, passageiro e que funciona, entretém. Sem necessidade de se tornar o próximo God of War na discussão de videogames, o novo título de heróis se destaca por ser, na verdade, um grande lembrete do que jogos licenciados podem ser. Diversão pura, simples, e sem ambição, um simples produto feito para saciar a fome dos fãs.  E, em 2021, isso é um grande elogio. 

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm