Análise: Super Robot Wars 30 - Neo Fusion
Análise
Super Robot Wars 30
2 de dezembro de 2021
Cópia digital do jogo cedida pela Bandai Namco.

Enquanto alguns ficam empolgados com o rebaixamento do Grêmio ou de outros times rivais no Campeonato Brasileiro, a minha força motriz sempre foram os mechas, que moram há anos de graça na minha cabeça — seja pela transmissão de Gundam Wing no Cartoon em 2003, pelos episódios baixados ilegalmente de Code Geass em 2007 ou pelas maratonas de jogos e animes feitas após meu ensino médio.

Este meu amor é algo também existem em uma nação inteira: o Japão. Seja por meio de model kits ou mesmo em jogos de arcade, os habitantes da ilha asiática respiram mechas. E é por isso que uma das mais famosas franquias de videogame de lá, mas que quase nunca tinha chegado ao ocidente, é um expansivo crossover das várias IPs de robôs gigantes: Super Robot Wars.

https://youtu.be/93Eb3ULMpvQ

A série reúne centenas de franquias de robôs gigantes, das mais nostálgicas às mais recentes, e coloca os personagens e máquinas para lutarem em batalhas de RPG tático. O mais recente título, Super Robot Wars 30, foi lançado para Steam no ocidente e eu tive a oportunidade de jogar ele por um bom tempo para dar meus dois centavos a seguir.

Sangue borbulhando

Para quem jogou outros RPGs táticos, como os jogos da série Fire Emblem ou Final Fantasy Tactics, estará relativamente confortável em Super Robot Wars 30. Talvez fique confuso com o que cada mecha faz, afinal, embora um Gundam seja conhecido, o Combattler V e seus ioiôs mortais sem dúvidas serão algo estranho.

Ao mesmo tempo, basta o robô entrar em combate para que a pessoa mais anti-otaku do mundo se anime. É uma sensação absurda ver os dubladores japoneses gritando ataques e falando frases como “você não vai machucar mais nenhum dos meus amigos” enquanto músicas como Sleeping Beast tocam ao fundo. É absurdo, empolgante e faz com que as batalhas normalmente calmas de RPG táticos se tornem gritos de adrenalina.

O visual SD (super-deformed) muitas vezes pode levar pessoas a terem preconceito com o jogo, mas aí entra novamente a apresentação do título: mesmo que um Gundam cabeçudo pareça ridículo, ouvir Amuro Rey gritando que irá vencer ao passo que a música principal de Char’s Counterattack toca ao fundo elimina qualquer dúvida ou asco. Meu próprio irmão, desacostumado com esse estilo de jogo, tinha todas as dúvidas possíveis sobre sua qualidade. Bastou mostrar uma única batalha pra ele se tornar fã da franquia.

Batalhas longas demais

Porém, toda essa positividade começa a escapar quando o jogador percebe que o jogo talvez seja um pouco mais longo que o esperado. E, por um pouco mais longo, eu digo umas 20 a 30 horas além do que eu consideraria o ideal.

Veja, RPGs táticos são longos, não há como escapar. E a franquia Super Robot Wars também é conhecida por jogos com durações absurdas. O jogo comemorativo dos 30 anos da série, porém, só apresenta conteúdos de algumas IPs de robôs gigantes, infelizmente fazendo com que, após um certo ponto (que nas minhas anotações é citado como 16 horas de jogo), as novidades e unidades inéditas parem de aparecer.

Isso coopera para tornar o restante do game maçante, o que não é legal para os fãs, como eu, e imagino que deva ser muito pior para quem tem este título como o primeiro da franquia.

Além disso, toda missão pode durar mais de uma hora, com mais e mais inimigos chegando no campo de batalha. No começo você se empolga, mas quando se repete toda santa vez não há vídeo do Casemiro no fundo que possa tornar o processo menos entediante.

As 16 primeiras horas de Super Robot Wars 30 foram das mais divertidas que eu já passei com um RPG tático, convertendo até meu irmão e talvez abrindo uma oportunidade para popularizar mechas fora do meio otaku. As 30 restantes, porém, foram das mais entediantes. É com essa dualidade e com uma mistura de sensações que o jogo será eternizado em minha memória. Por isso, não sei se o recomendo para todo mundo. No final, deixo a decisão de jogá-lo ou não a seu critério. E, caso opte pelo sim, espero que goste.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm