Análise: The Legend of Heroes: Trails from Zero - Neo Fusion
Análise
The Legend of Heroes: Trails from Zero
10 de novembro de 2022
Trails from Zero foi analisado no PlayStation 5 a partir de um código cedido pela NIS America

Desenvolvida pela empresa japonesa Nihon Falcom, a série The Legend of Heroes ganhou bastante fama na última década por oferecer um estilo de RPG clássico que muitas empresas grandes deixaram de fazer. No entanto, enquanto as subséries Trails in the Sky e Trails from Cold Steel eram bem representadas no Ocidente, foi somente em 2022 que os jogadores fora do Japão finalmente puderam conferir Trails from Zero.

Lançado originalmente em 2010 no PlayStation Portable, o game traz um grupo de personagens e um arco narrativo próprio que se conectam de diversas formas ao demais jogos da série. Enquanto ele não é essencial para compreender a narrativa geral, a falta dele (e de sua sequência) é um buraco que só foi devidamente tapado com o lançamento de uma remasterização.

Trails from Zero conta a história de Lloyd Bannings, um detetive recém-formado na academia que retorna a Crossbell, cidade de seu nascimento. Lá, ele se une à Special Support Section (SSS), divisão da polícia que tem como objetivo promover uma união mais próxima com a comunidade local, que considera as forças da lei (justificadamente) submissas e interessadas somente em propagar seu próprio poder.

Trails from Zero é um RPG denso

O primeiro aspecto que fica claro ao jogar Trails from Zero é que esse é um RPG denso e que não tem muitas preocupações com as sensibilidades mais modernas do gênero. Isso significa que, em vez de colocar o jogador em meio a uma batalha grandiosa e só depois explicar as coisas, o game tem um começo mais cadenciado que, aos poucos, vai desenvolvendo uma trama maior.

Enquanto no começo eu desgostei dessa opção e senti que o game era lento demais, um pouco de insistência provou que isso funciona a favor da experiência em geral. Ao forçar o jogador a acompanhar a criação da SSS, conhecer um pouco de seus companheiros e da cidade de Crossbell, o título é eficiente em fazer com que você se importe com o que está acontecendo e entenda aos poucos a amplitude de sua missão.

Trails from Zero

Felizmente, após essa introdução em marcha lenta, Trails from Zero logo engata um ritmo mais rápido e você vai se ver jogado de maneira bem dinâmica entre diferentes pontos da trama. Enquanto há missões secundárias que trazem um ritmo mais lento, elas não prejudicam a fluidez geral da trama — que tem uma quantidade generosa de diálogos que, felizmente, são muito bem construídos e ajudam a manter o interesse na história.

Outro aspecto que chama atenção no jogo é o fato de que ele teve suas origens no PSP. Enquanto o game recebeu um belo upscale e menus de alta qualidade, os modelos dos personagens ainda sofrem com algumas limitações e certos pontos dos cenários são marcados por texturas em baixa resolução.

Em minha visão, isso não prejudica o game, dando a ele um certo charme e estilo único que lembra muito as boas experiências que tive durante as eras dos 16 e 32 bits. No entanto, quem não tem essa nostalgia pode achar o jogo um pouco feio, mas vale a pena superar essa barreira dada a grande qualidade de seus demais elementos.

Game traz batalhas estratégicas e divertidas

Assim como acontece com o roteiro, o sistema de combate de Trails from Zero também demora um pouco a engatar e a revelar suas qualidades. Cada personagem possui ataques básicos e especiais e pode equipar algumas gemas elementais que garantem diferentes tipos de poderes de ataque e defesa.

Trails from Zero

Enquanto no começo as opções disponíveis são bastante limitadas, o sistema revela sua complexidade conforme novos upgrades e tipos de gemas são desbloqueados. Ao mesmo tempo em que isso acontece, cresce a complexidade dos monstros, e saber explorar as fraquezas de cada um deles se torna chave para vencer algumas das batalhas mais difíceis do game.

Assim como acontece em outros RPGs, Trails from Zero pode ser completado na base da “força bruta”, mas isso resulta em uma experiência mais frustrante. No entanto, quem estiver disposto a explorar o que o game tem a oferecer — o que inclui ataques em conjuntos e poderes especiais para personagens de suporte — vai encontrar um jogo bastante rico e que estimula a experimentação.

Trails from Zero

Além dos poderes de cada herói, também é importante ficar atento ao posicionamento de cada um em campo de batalha — se o inimigo estiver muito longe, o comando escolhido não vai ser finalizado corretamente. Também é preciso prestar atenção à linha do tempo de ações e manipulá-la de forma a otimizar os ataques de seu grupo e a “jogar para trás” inimigos mais poderosos.

Isso se torna especialmente importante nos confrontos contra chefes, que batem bastante forte e exigem estratégias especiais para serem vencidos. Assim, vale a pena investir não somente nas partes físicas e nos equipamentos do grupo, mas também em habilidades que causam status que garantem mais defesa ou a capacidade de “desarmar” os golpes dos adversários.

Trails from Zero é um ótimo ponto de entrada para a série

Além de ser um RPG clássico de alta qualidade, Trails from Zero traz como principal qualidade ser um ótimo ponto de entrada para a série. Enquanto geralmente Trails in the Sky é apontado como a ponto de início atual, a saga de Crossbell também cumpre bem esse papel ao apresentar uma trama concisa e não exigir um grande conhecimento do resto do universo da Nihon Falcom — embora fãs das antigas vão curtir algumas participações especiais e referências.

Trails from Zero

E o melhor de tudo é saber que, além de a subsérie possui uma única sequência — Trails to Azure, que chega ao Ocidente em questão de poucos meses. Assim, o comprometimento necessário para ter uma história completa é consideravelmente menor do que o visto nas demais subséries da desenvolvedora.

Trails from Zero começa lento, mas não demora a revelar suas qualidades e a provar que é um RPG denso e com personagens muito bem desenvolvidos. Enquanto a apresentação gráfica envelheceu um pouco, o game mantém seu charme e se prova uma experiência capaz de fornecer dezenas de horas de diversão para os fãs do gênero.

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Comentários

[…] No último sábado, 13 de março, completei um ano de isolamento social. Posso contar nos dedos as vezes que saí para resolver alguma pendência obrigatória presencialmente. Pensar que o mundo mudou tanto em 365 dias me causa ansiedade. Mas, pensar como eu mudei, ou deixei de mudar, nesse período me causa mais angústia. Obviamente, não tem sido fácil para ninguém. O que restou, além das adaptações de rotina, foi reaprender a me comunicar de maneira remota. Uma dessas lições foi aprendida por meio de Stardew Valley. […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 18/02/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/previa/valheim/) […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 14/01/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/analise/tell-me-why/) […]

[…] a alternativa não é descartada. Até mesmo tivemos uma história inédita do marsupial em Crash Bandicoot 4: It’s About Time. Poderíamos ter uma nova versão futuramente de Crash Bash – o party game da franquia […]

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[…] não sendo tão inovador e debatível quanto Her Story, o título certamente conquista um espaço importante no (já não tão popular) gênero dos […]

Breath of the Wild carater família?

wishlistei

Você sabe me falar se compensa eu comprar esse ou posso jogar o original também, eu tenho o original mas não. Joguei nenhum você pode me ajudar nessa Dúvida de 259 reais kkkk

Incluindo a fonte de meu comentário.: http://www.vgchartz.com/gamedb/games.php?name=just+dance+2018&keyword=&console=&region=All&developer=&publisher=&goty_year=&genre=&boxart=Both&banner=Both&ownership=Both&results=50&order=Sales&showtotalsales=0&showtotalsales=1&showpublisher=0&showpublisher=1&showvgchartzscore=0&showvgchartzscore=1&shownasales=0&showdeveloper=0&showcriticscore=0&showcriticscore=1&showpalsales=0&showreleasedate=0&showreleasedate=1&showuserscore=0&showuserscore=1&showjapansales=0&showlastupdate=0&showlastupdate=1&showothersales=0

O que mais impressiona é que a versão mais vendida deste jogo foi a do Nintendo Switch, seguida da fucking versão de Wii! TEM GENTE COMPRANDO JUSTA DANCE PRA WII EM 218! E vendeu bem mais que no One... Dificilmente um JD 2019 vai ficar de fora do velho de guerra da Nintendo!

<3

Este jogo é fantástico! Muito bom evoluir todos os personagens. Os personagens da 2ª geração ficam ainda mais fortes. Celice, filho de Sigurd, torna-se quase um Deus, o deixei com 80 de HP, o máximo, como outros status que ficaram no seu máximo, mais os itens: Silver Sword, Silver Blade, Power Ring, Speed Ring, Defence Ring, deixando o Celice muito forte e resistente.

Obrigado! Sobre suas dúvidas: 1) Eu não consegui confirmação concreta de quem é o CEO atual da Game Freak. O pouco que descobri apontava para o Satoshi, mas é possível que ele já tenha saído sim. 2) O texto foi escrito em dezembro, antes do anúncio de Bayonetta 3. Como a ideia é lançar um listão assim a cada seis meses, acho que não vale o trabalho ficar atualizando a cada anúncio. Mas se houver demanda, posso fazer.

Belo compendium dos estúdios da Nintendo e afiliados! Só tenho duas dúvidas: 1- O Satoshi ainda é CEO da Game Freak? Pensei que ele já tinha se afastado. 2- A Platinum não está fazendo Bayonetta 3 agora?

Que bacana, o jogo parece bem legal. Só não compro porque larguei rápido o último jogo do tipo que peguei (Animal Crossing: New Leaf)

O Zelda mais zeldoso de todos

Esse é jogo é O Zelda?

Valeu :)

Realmente é algo incrível, parece até informação secreta kkkkkkk, ótimo post.

Analise justíssima, parabéns Renan! Na minha opinião, por mais que Pocket Camp seja inegávelmente a experiência mobile da Nintendo mais próxima que tivemos da “versão console”, é desnecessariamente repetitivo, incompleto e enjoativo. Além do gameplay lento (como citado na análise), não existem grandes recompensas pela progressão no jogo além de novos personagens e móveis pra construir. No fim, Pocket Camp é apenas (o pior de) New Leaf adaptado para smartphones, com 10% das funcionalidades e mecânicas free-to-play. Talvez uma atualização dê alguma tapeada na repetitividade excessiva, mas teriam que mudar tanto o jogo que nem sei se vale a pena.

Não joguei esse Zelda ainda, por isso não posso fazer comentários sobre o jogo mas sei que a Nintendo sempre capricha nos seus jogos e usa artificios muito elaborados até para as coisas mais simples, certa vez na internet achei um vídeo relacionando o construtivismo de Vygotsky com o jogo super Mario...por fim estou gostando dessa abordagem mais técnica dos jogos, sai um pouco do padrão da internet

É um openworld, no dois vc começa adolescente e vai envelhecendo, as cicatrizes permanecem, vc pode comprar casa e casar nas diferentes cidades... no terceiro muda mas as decisões são fodas, por exemplo vc procura apoio da população de uma vila pra dar o golpe no seu irmão, então vc promete uma ponte pra cidade, depois do golpe vc tem escolher entre construir a ponte e aumentar o exército da sua nação contra o inimigo do jogo ..daí sua escolha muda tudo

Eu ouvi muito de Fable na época pré-lançamento dele, mas não cheguei a jogar. Tinham muitas promessas nesse sentido mesmo, que você ia passar anos na pele do mesmo aventureiro. Ele chega a ser um openworld? E as escolhas geravam caminhos e quests diferentes?

Um jogo bem interessante mas que muita gente não gosta é Fable, vc ter uma vida, fazer escolhas que vão afetar a história é bem interessante, seria bem legal se em Zelda você pudesse desenvolver uma cidade e se tornar herói/prefeito

Rapaz, que texto. A crítica que você fez à premiação do Uncharted bate no ponto certo. As narrativas mais envolventes do universo dos games, pra mim, foram aquelas que exploraram todo o potencial de interatividade que a mídia propõe. Nada contra Uncharted e eu acho que o jogo é brilhante em vários outros aspectos, mas os exemplos citados no texto falam por si só. Enfim, gostei muito. E o site tá lindo, isso aqui é qualidade pura.

Excelente lista! O Switch é uma awesome little indie machine :)

Faltam 2 horas e estou que nem criança imaginando minha reação se eu ganhar.

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm