Relato: Caindo de paraquedas em Call of Duty: Warzone 2.0 - Neo Fusion
Relato
Caindo de paraquedas em
Call of Duty: Warzone 2.0
13 de dezembro de 2022

Já fazia um tempo desde quando eu decidi abandonar de uma vez por todas as minhas jogatinas de Call of Duty: Warzone. Há muitos motivos pelos quais tomei essa decisão: o tamanho exagerado que o jogo ocupava no armazenamento do meu console, as mudanças que transformaram o mapa de Verdansk em um local muito menos intuitivo, o rodízio de modos online e as constantes atualizações que removiam armamentos por mim utilizados.

Há uma razão, porém, muito maior que qualquer outra: meus amigos perderam o interesse ao longo do tempo. E essa sempre foi a minha principal motivação para ainda querer me associar com um produto tão militarista quanto Call of Duty: ter velhos amigos por perto mesmo quando afastados, dar um tempo de nossas responsabilidades e decisões para bater aquele papo gostoso e dar uns tiros sem muita pretensão.

Não pretendo abordar neste texto todas as mudanças presentes nessa nova versão do sucesso multiplayer gratuito da Activision e nem mesmo esmiuçar detalhes sobre o metagame atual. Minha intenção é tentar explicar por que Call of Duty: Warzone 2.0 é um jogo agradável quando há pessoas queridas do outro lado da tela ofuscando a toxicidade inerente às comunidades de jogos online. Em poucas palavras, bom demais ter amigos e jogar de graça!

Warzone 2.0: mais Call of Duty do que nunca

Quem jogou o primeiro Warzone deve saber que o modo battle royale, estilo de jogo ainda popular em 2022, se afastava do gameplay proposto ao longo dos anos pela multiplayer da franquia. A nova versão abraça muitas características que considero divertidas e competitivas de forma equilibrada — a começar com a adição de mais modos de jogo.

Apesar de se relacionar com o recente Call of Duty: Modern Warfare II, há uma quantidade razoável de modos que podem ser acessados sem que haja necessidade de adquirir o jogo completo, incluindo BR em trios com perspectiva em terceira pessoa para quem está migrando de jogos como Fortnite. Não gosto tanto desse modo e também me incomodei com o fato de terem removido o BR em primeira pessoa para trios nessa primeira temporada — espero que mudem para que eu não precise sempre jogar com um quarto jogador aleatório quando estiver apenas com mais dois amigos em party —, mas sei que muita gente apreciou a mudança.

Sobre o realismo pelo qual Call of Duty tem se proposto nos últimos anos, as coisas estão ficando ainda mais parecidas com a série concorrente Battlefield (vide o aumento na quantidade de veículos disponíveis na nova versão), ainda priorizando a agilidade de jogo em sua proposta. Para escalar muros, agora você não somente sobe até alcançar o nível mais alto de forma automática: há um passo a mais no qual precisamos pressionar o botão de pulo mais uma vez a fim de exercer força suficiente para a ação ser completada. Taticamente pode até ser um problema, mas isso acaba agregando para torná-lo ainda mais crível.

As armas tiveram mudanças significativas de modelos, mas parecem mais atualizações estéticas do que de estilos de jogo. Há uma quantidade bastante razoável de armas que ainda carregam o mesmo nome e as mesmas características, mas não é necessário muito esforço para equiparar exemplares de armamentos atuais com os da versão anterior sem discrepâncias significativas. Em poucas palavras, tem arma e equipamento para todo mundo — havendo até a possibilidade de comprá-los durante a partida nas lojas agora que as caixas de loadout não mais são obtidas dessa forma.

Nova geração em peso

Se uma das maiores reclamações referentes ao primeiro Warzone era o fato de ainda não usar o poder da nova geração de consoles, o novo coloca esse problema por água abaixo. Começando desde o dia 1 com o recurso crossplay podendo ser ativado para permitir jogatinas entre plataformas diferentes, WZ2 também presenteia quem possui uma tela com HDMI 2.1 e plataformas mais poderosas, como Xbox Series X e PlayStation 5.

Com essa combinação de alto investimento, é possível se esbanjar com modos 4K60 ou 1080p120 sem que a performance caia consideravelmente a partir de resolução dinâmica e técnicas avançadas de antisserrilhamento. Ah, é importante lembrar: estamos falando de um jogo que coloca, em seu modo mais jogado, 150 jogadores em um único mapa confrontando entre si.

Por outro lado, o jogo ainda engasga em alguns momentos — e são detalhes como estes que acabaram me fazendo ter que reconectar em algumas partidas novamente com meus amigos para poder aproveitar melhor a jogatina. Portas sem texturas carregadas durante o jogo, atrasos nos comandos a cada 2-3 segundos e problemas com o chat nativo de voz do jogo foram os principais e mais recorrentes, mas sinto que ainda há mais o que corrigir em atualizações futuras. Bem, pelo menos o jogo ocupa menos de 80 GB agora (risos).

Sinto que, mais uma vez, estou investido em jogar um multiplayer online para valer. Provavelmente, assim como em todas as outras vezes, não vou me tornar um assíduo e habilidoso jogador competitivo, mas irei dedicar algumas horas da minha semana para treinar em partidas solo a fim de impressionar (ou pelo menos não decepcionar) meus amigos na hora de mostrar para valer na hora da guerra do Oriente Médio.

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Comentários

[…] No último sábado, 13 de março, completei um ano de isolamento social. Posso contar nos dedos as vezes que saí para resolver alguma pendência obrigatória presencialmente. Pensar que o mundo mudou tanto em 365 dias me causa ansiedade. Mas, pensar como eu mudei, ou deixei de mudar, nesse período me causa mais angústia. Obviamente, não tem sido fácil para ninguém. O que restou, além das adaptações de rotina, foi reaprender a me comunicar de maneira remota. Uma dessas lições foi aprendida por meio de Stardew Valley. […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 18/02/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/previa/valheim/) […]

[…] (Texto publicado no Neo Fusion, em 14/01/2021, disponível no link: http://54.237.89.239/materia/analise/tell-me-why/) […]

[…] a alternativa não é descartada. Até mesmo tivemos uma história inédita do marsupial em Crash Bandicoot 4: It’s About Time. Poderíamos ter uma nova versão futuramente de Crash Bash – o party game da franquia […]

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[…] não sendo tão inovador e debatível quanto Her Story, o título certamente conquista um espaço importante no (já não tão popular) gênero dos […]

Breath of the Wild carater família?

wishlistei

Você sabe me falar se compensa eu comprar esse ou posso jogar o original também, eu tenho o original mas não. Joguei nenhum você pode me ajudar nessa Dúvida de 259 reais kkkk

Incluindo a fonte de meu comentário.: http://www.vgchartz.com/gamedb/games.php?name=just+dance+2018&keyword=&console=&region=All&developer=&publisher=&goty_year=&genre=&boxart=Both&banner=Both&ownership=Both&results=50&order=Sales&showtotalsales=0&showtotalsales=1&showpublisher=0&showpublisher=1&showvgchartzscore=0&showvgchartzscore=1&shownasales=0&showdeveloper=0&showcriticscore=0&showcriticscore=1&showpalsales=0&showreleasedate=0&showreleasedate=1&showuserscore=0&showuserscore=1&showjapansales=0&showlastupdate=0&showlastupdate=1&showothersales=0

O que mais impressiona é que a versão mais vendida deste jogo foi a do Nintendo Switch, seguida da fucking versão de Wii! TEM GENTE COMPRANDO JUSTA DANCE PRA WII EM 218! E vendeu bem mais que no One... Dificilmente um JD 2019 vai ficar de fora do velho de guerra da Nintendo!

<3

Este jogo é fantástico! Muito bom evoluir todos os personagens. Os personagens da 2ª geração ficam ainda mais fortes. Celice, filho de Sigurd, torna-se quase um Deus, o deixei com 80 de HP, o máximo, como outros status que ficaram no seu máximo, mais os itens: Silver Sword, Silver Blade, Power Ring, Speed Ring, Defence Ring, deixando o Celice muito forte e resistente.

Obrigado! Sobre suas dúvidas: 1) Eu não consegui confirmação concreta de quem é o CEO atual da Game Freak. O pouco que descobri apontava para o Satoshi, mas é possível que ele já tenha saído sim. 2) O texto foi escrito em dezembro, antes do anúncio de Bayonetta 3. Como a ideia é lançar um listão assim a cada seis meses, acho que não vale o trabalho ficar atualizando a cada anúncio. Mas se houver demanda, posso fazer.

Belo compendium dos estúdios da Nintendo e afiliados! Só tenho duas dúvidas: 1- O Satoshi ainda é CEO da Game Freak? Pensei que ele já tinha se afastado. 2- A Platinum não está fazendo Bayonetta 3 agora?

Que bacana, o jogo parece bem legal. Só não compro porque larguei rápido o último jogo do tipo que peguei (Animal Crossing: New Leaf)

O Zelda mais zeldoso de todos

Esse é jogo é O Zelda?

Valeu :)

Realmente é algo incrível, parece até informação secreta kkkkkkk, ótimo post.

Analise justíssima, parabéns Renan! Na minha opinião, por mais que Pocket Camp seja inegávelmente a experiência mobile da Nintendo mais próxima que tivemos da “versão console”, é desnecessariamente repetitivo, incompleto e enjoativo. Além do gameplay lento (como citado na análise), não existem grandes recompensas pela progressão no jogo além de novos personagens e móveis pra construir. No fim, Pocket Camp é apenas (o pior de) New Leaf adaptado para smartphones, com 10% das funcionalidades e mecânicas free-to-play. Talvez uma atualização dê alguma tapeada na repetitividade excessiva, mas teriam que mudar tanto o jogo que nem sei se vale a pena.

Não joguei esse Zelda ainda, por isso não posso fazer comentários sobre o jogo mas sei que a Nintendo sempre capricha nos seus jogos e usa artificios muito elaborados até para as coisas mais simples, certa vez na internet achei um vídeo relacionando o construtivismo de Vygotsky com o jogo super Mario...por fim estou gostando dessa abordagem mais técnica dos jogos, sai um pouco do padrão da internet

É um openworld, no dois vc começa adolescente e vai envelhecendo, as cicatrizes permanecem, vc pode comprar casa e casar nas diferentes cidades... no terceiro muda mas as decisões são fodas, por exemplo vc procura apoio da população de uma vila pra dar o golpe no seu irmão, então vc promete uma ponte pra cidade, depois do golpe vc tem escolher entre construir a ponte e aumentar o exército da sua nação contra o inimigo do jogo ..daí sua escolha muda tudo

Eu ouvi muito de Fable na época pré-lançamento dele, mas não cheguei a jogar. Tinham muitas promessas nesse sentido mesmo, que você ia passar anos na pele do mesmo aventureiro. Ele chega a ser um openworld? E as escolhas geravam caminhos e quests diferentes?

Um jogo bem interessante mas que muita gente não gosta é Fable, vc ter uma vida, fazer escolhas que vão afetar a história é bem interessante, seria bem legal se em Zelda você pudesse desenvolver uma cidade e se tornar herói/prefeito

Rapaz, que texto. A crítica que você fez à premiação do Uncharted bate no ponto certo. As narrativas mais envolventes do universo dos games, pra mim, foram aquelas que exploraram todo o potencial de interatividade que a mídia propõe. Nada contra Uncharted e eu acho que o jogo é brilhante em vários outros aspectos, mas os exemplos citados no texto falam por si só. Enfim, gostei muito. E o site tá lindo, isso aqui é qualidade pura.

Excelente lista! O Switch é uma awesome little indie machine :)

Faltam 2 horas e estou que nem criança imaginando minha reação se eu ganhar.

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm