Síntese: Crash Bandicoot 4: It's About Time - Neo Fusion

Crash Bandicoot 4: It's About Time

25 de março de 2021
Cópia digital da versão de Switch do jogo cedida pela Activision Brasil.

Se nos tempos áureos do PlayStation original Crash Bandicoot foi um mascote (quase) oficial da marca, atualmente a franquia do marsupial é, como diz o ditado, “arroz de festa”. A série de jogos de plataforma (incluindo spin-offs e aventuras paralelas) felizmente alcançou diversas plataformas ao longo de seus altos e baixos de qualidade, oferecendo inclusive updates gratuitos às versões já lançadas de Crash Bandicoot 4: It’s About Time que beneficiam o poder da nova geração. Na toada de discutir DLSS, HDR, supersampling e outros jargões técnicos que mais soam elitistas do que efetivamente indispensáveis para minha experiência, agarrei a portabilidade da versão de Switch como motivo principal para me afundar (e morrer centenas de vezes) nessa aventura atemporal.

Apesar de já termos uma análise completa publicada, acho válido pontuar alguns detalhes que me surpreenderam (positiva e negativamente) durante minha experiência. Para começar, suas referências à trilogia clássica em diferentes níveis e camadas são bem executadas. Coco e Crash são jogáveis como em Crash Bandicoot: Warped, mas agora podem ser escolhidos sem qualquer especificidade de estágios e customizados com roupas desbloqueáveis durante a progressão. Vilões da velha guarda, como N. Gin e N. Tropy, voltam com sede de poder enquanto Neo Cortex e Dingodile são apresentados como personagens jogáveis, cada um deles diferentes elementos de jogabilidade associados a sua arma.

Crash passou por entradas divisíveis ao longo da sua história — tentando mudar sua fórmula para se adaptar, inclusive, ao sucesso de Mario em três dimensões —, mas o bom e velho estilo de fases presente em Crash Bandicoot N. Sane Trilogy é, na maioria das vezes, replicado em Crash Bandicoot 4. Ainda se trata de um tipo de jogo bastante desafiador em questão de timing e de precisão de pulos (isso cresce exponencialmente à medida que cumprimos mais fases), mas oferece uma opção para quem não quer se frustrar excessivamente: o modo moderno.

A quantidade de mortes continua sendo relevante — garantindo, inclusive, uma gema extra ao jogador habilidoso —, mas o jogador não mais precisa reiniciar o estágio quando chegar a zero vidas. Pessoalmente, cheguei até a metade do jogo seguindo a linha retrô, mas a dificuldade me lembrou que assistências em jogos estão lá para serem usadas. Os modos N. Verted e as fitas secretas garantem que, ao finalizar o jogo cumprindo o básico, sua jornada pode ter sido apenas a ponta de um iceberg de desafios.

No que diz respeito ao desempenho da versão do Switch, Crash Bandicoot 4 roda a fixos 30 quadros por segundo tanto no modo docked quanto no portátil. A resolução dinâmica acaba sendo o que mais pode desagradar, especialmente quando atinge 540p na telinha de Switch e 720p nas TVs e monitores. Acabei jogando aproximadamente 80% da campanha principal em minha TV, mas não diria que foi por conta de dificuldades para compreender o que se passava no modo portátil. Alguns efeitos de pós-processamento — como iluminação motion blur e sombras —, foram diminuídos ou desligados nessa versão, permitindo que o jogo mantenha uma estabilidade bastante agradável para as limitações do hardware.

No fim das contas, a campanha de marketing bastante engraçada aqui no Brasil não foi só para rir da cara do brasileiro pagando cara em lançamento: Crash Bandicoot 4 foi localizado tanto em dublagem quanto em texto para português brasileiro, adaptando piadas e nomes de estágios para nossa cultura de uma forma bastante criativa. Confesso que, mesmo tendo sofrido bastante com algumas fases e seus controles desengonçados, vou sentir saudade da turma do marsupial maluco.

Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm