Síntese: Disc Room - Neo Fusion

Disc Room

29 de outubro de 2020
Cópia digital da versão de Nintendo Switch do jogo cedida pela Devolver Digital.

Um dos aspectos mais elogiáveis em títulos independentes é a consistência em suas experiências. Por apresentarem menos condições de se equipararem a grandes produções, tendem a ser mais focados enquanto proposta de jogo. Alguns casos, infelizmente, fazem com que uma experiência se restrinja a uma mecânica que é desenvolvida a exaustão e, caso a parte narrativa e outras nuances subjetivas não cubram essa parte formal, tudo soa como uma série de tarefas sem nenhum propósito maior. Assim como desviar por um triz de uma serra, Disc Room tinha tudo para ser esse único tom.

O jogo é tão direto ao ponto quanto diz o seu nome diz: salas com discos. O objetivo do jogador é sobreviver às serras circulares dentro de áreas quadradas que, ao encostar no personagem, destroçam o seu corpo. Disc Room se divide em várias salas, e as passagens entre elas são desbloqueadas quando uma meta é cumprida: o mais comum é sobreviver por 10 segundos. Há seções com mais de um objetivo que consistem em mais portas a se abrir.

O enredo consiste em explorar uma nave na órbita de Júpiter e descobrir o que está havendo, a narrativa em pontos-chave se apresenta como histórias em quadrinhos. Essa nave que o jogador explora se divide em regiões, cada uma com seus tipos de perigos particulares. Apesar da simplicidade visual, existe um conjunto de serras com diferentes comportamentos. Disc Room conta, inclusive, com chefes no fim de cada região, consistindo em embates mais complexos, um pouco do conjunto dos desafios que o jogador enfrentou nas proximidades. Há um menu onde as serras são registradas e adicionadas quando o personagem morre para elas.

Há algumas passagens que se abrem devido ao acúmulo do que o jogador fez em um conjunto de salas, seja morrer para um número específico de serras ou sobreviver por um tempo mínimo em uma região. Ao longo da progressão, o jogo brinca com a própria noção de tempo, pois na primeira região os segundos passam normalmente, enquanto em outra o tempo conta apenas quando o personagem encosta em pontos dourados que surgem na sala.

Seu personagem ganha habilidades especiais como desviar, deixar o tempo mais devagar, criar clones, etc. Elas não só auxiliam para sobreviver, mas para cumprir algumas metas: em uma sala, por exemplo, você precisa que as serras te matem 4 vezes, e os clones aqui garantem esse objetivo. Disc Room, apesar de bem simples como experiência, consegue acrescentar conteúdo para dinamizar o comportamento do jogador, além de subverter o entendimento que possuía até então.

A equipe que desenvolveu é a mesma de Minit, outro jogo simples tanto em visual quanto em gameplay, que consegue manter o engajamento do jogador, favorecido por ambos serem curtos em duração. Disc Room, além de sua campanha, conta com outros desafios. Graças à fluidez do personagem, combinada com as habilidades adquiridas, há formas de se aproveitar ainda mais o título, inclusive melhorando sua performance nas salas, desafiando o tempo registrado dos desenvolvedores e de outros jogadores.

Mas caso você se sinta intimidado ao ver vídeos, ou assim que começar a jogar, Disc Room possui um sistema de acessibilidade muito competente. Os ajustes são feitos de forma gradual: redução da meta estabelecida na sala, velocidade da serra e aparição de ameaças. Nenhuma dessas mudanças faz o jogador sentir que está perdendo o que o jogo quer passar: são facilitadores para a progressão, mas o esforço nos controles continua sendo exigido. Disc Room aparenta ser um jogo repetitivo, no entanto, apresenta-se como um dos títulos de proposta simples mais divertidos e desafiadores desse ano.

Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm