Síntese: Doom Eternal: The Ancient Gods Part Two - Neo Fusion

Doom Eternal: The Ancient Gods Part Two

30 de março de 2021
DLC disponível como parte de Doom Eternal Deluxe Edition, cuja cópia digital para Xbox One foi cedida pela Bethesda Brasil em março de 2020.

Não sou uma pessoa que joga muitos DLCs. Na maioria das vezes, ver os créditos rolarem é meu sinal para deixar um jogo na memória e partir para uma nova aventura. E, por mais que eu goste bastante de um jogo, é raro eu ver um DLC que pareça adicionar tanto conteúdo quanto mecânicas de modo a afetar notavelmente a jogabilidade estabelecida na campanha principal. Dito isso, Doom Eternal: The Ancient Gods Part Two é um ótimo DLC, que parece colocar a prova várias das decisões de design tomadas pela id Software.

A expansão final de Doom Eternal foi lançada exatamente 363 dias depois do jogo original. Comentei no meu texto sobre a parte 1 que Doom Eternal não foi tão memorável quanto Doom (2016) para mim mas, curiosamente, depois de jogar a primeira DLC, acabei pensando bastante sobre o jogo e a expansão.

Eternal não é um jogo simples de discutir, porque toma muitas decisões de design que o distinguem de seu antecessor e, naturalmente, isso gerou bastante polêmica entre a comunidade. Porém, eu também acho que isso torna discussões sobre o jogo muito divertidas, porque há um respeito pelo outro ponto de vista que raramente vejo entre jogadores de videogame. Conheço várias pessoas que preferem Doom sobre Eternal e vice-versa, mas no fim do dia todos concordam que ambos são jogos de tiro incríveis.

A discussão é complexa, mas a essência dela é simples de explicar, em duas partes. A primeira é que Doom Eternal utiliza um gameplay loop muito mais fechado que seu antecessor, o que nos obriga a usar habilidades como a motosserra e o lança-chamas com bastante frequência durante as lutas. A segunda são os novos inimigos, alguns dos quais são vulneráveis a apenas um ou dois tipos de ataque. Ou seja, um campo de jogadores se sente restrito por não poder abordar toda situação da forma que prefere, enquanto outros consideram isso uma oportunidade para aproveitar a variedade do arsenal do Doomslayer.

Durante a campanha base, eu estava em cima do muro. Por um lado, eu realmente estava jogando de forma mais variada do que em Doom 2016 por ter que abordar alguns inimigos de formas específicas, mas em diversos motivos isso parecia ser demais, em particular quando dois inimigos que exigem abordagens diferentes aparecem simultaneamente na tela. Jogando a primeira parte do DLC, comecei a gostar menos dessa jogabilidade, principalmente porque vários dos inimigos novos (e em especial o boss final) estavam criando situações cada vez mais específicas e, de fato, senti que eu não estava conseguindo jogar de forma tão natural.

Foi nessa última adição ao jogo que eu senti essas mecânicas finalmente clicarem. De novo, mais demônios são adicionados à loucura, mas desta vez eles têm pontos fracos para rapidamente nos livrarmos deles, mas não é a única forma de derrotá-los, enquanto os membros mais irritantes da campanha base e da parte 1 aparecem menos frequentemente. Os inimigos novos satisfazem o objetivo de chamar a atenção do jogador e criar uma óbvia prioridade no combate, mas não ao ponto de precisar interromper a matança das outras criaturas infernais.

Além disso, a nova arma suprema (um martelo que daria inveja a Thor) é mais divertida de usar do que a espada anterior. Cada golpe causa um bom tanto de dano, gera munição e, combinado com a granada de gelo ou o lança-chamas, também recupera vida ou escudo. Bastam dois glory kills ou acertos de pontos fracos para recuperar o golpe, então podemos usá-lo mais abundantemente e se encaixa muito melhor no loop central do jogo. A melhor parte é que ele também ajuda a lidar com os mesmos inimigos que eram tão irritantes, pois extende o período em que eles ficam paralizados e vulneráveis.

O chefe final da expansão é, para melhor ou para pior, a culminação das mecânicas introduzidas em Doom Eternal, mas no formato de um combate 1-contra-1. Eu não achei particularmente difícil, e certamente gostei mais dela do que dos chefes anteriores de Eternal, mas é uma luta que pode se tornar muito longa e repetitiva se o jogador não entender bem a maioria dos sistemas do jogo.

Por fim, pequenas observações técnicas. O jogo ainda não é otimizado para os consoles de nova geração, mas isso não importa muito considerando o desempenho estelar que já tinha no PS4 e Xbox One. Curiosamente, eu percebi algumas raras quedas de framerate no Series X, mas nunca de forma que incomodasse. Já as telas de loading, que já eram rápidas antes, são quase inexistentes agora, especialmente após mortes.

Doom Eternal chega ao fim com uma expansão que traz o melhor do jogo de forma sucinta. Ao longo das três campanhas é possível observar o progresso que a equipe fez com o design central do jogo, e o resultado final é realmente excepcional. Não há outro FPS como Doom Eternal.

Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm