Síntese: Flynn: Son of Crimson - Neo Fusion

Flynn: Son of Crimson

5 de outubro de 2021

Sou da opinião de que um bom jogo faz uma de duas coisas bem: ou introduz conceitos novos que avançam a mídia de alguma forma, mesmo que tais conceitos não sejam perfeitamente executados; ou incorporam elementos de jogos anteriores de forma polida e sensata, fornecendo uma experiência familiar porém robusta. Raramente, existe um jogo que satisfaz ambos critérios, mas não acho que deve ser algo almejado sempre, especialmente se tratando de equipes menores ou estreantes. Flynn: Son of Crimson se encaixa bem na segunda categoria. É um action-platformer bastante convencional, mas que executa muito bem cada um de seus elementos e, ao combiná-los, resulta em uma aventura agradável, divertida e difícil de largar.

A história acompanha o garoto Flynn após uma entidade misteriosa capturar os poderes de Dex, a entidade guardiã da ilha (encarnada em um cachorrão muito fofo). Até aí, típica jornada do herói. Jogamos as primeiras fases com uma espadinha de madeira, mas, em pouco tempo, os poderes de Flynn são despertados e suas habilidades começam a melhorar. Ao longo do jogo, desbloqueamos armas de curto e longo alcance, uma árvore de habilidades e uns poucos poderes de mobilidade.

Curiosamente, a estrutura do jogo me lembrou um tanto de Alex Kidd, mas sem os problemas de design dos anos ’80. As fases são distintas e acessíveis por um mapa, mais ou menos como o de Super Mario World, que inclusive indica se uma fase tem múltiplas saídas e se o jogador já obteve os colecionáveis disponíveis nela. É na estrutura de cada fase que o jogo mais brilha. Cada uma foca em um ou dois elementos de jogabilidade e passa pelo processo de apresentar, evoluir e concluir cada conceito. Apesar de ser o primeiro jogo do estúdio Thunderhorse, Flynn demonstra uma aptidão para level design melhor do que já vi em jogos de séries e equipes estabelecidas.

Outros aspectos, como a arte, os desenhos dos personagens, a trilha sonora e os diálogos, são todos bons ou ótimos. A estética é um pixel art bastante típico entre jogos indie, mas as animações são muito bem feitas e os elementos são sempre bem claros e distintos na tela. O combate também é simples, mas evolui com o progresso do jogador e, para mim, estava num patamar praticamente ideal de dificuldade. Alguns bosses me deram algum trabalho, mas nunca pareceram lutas injustas e bastou um pouco de atenção e experiência para superá-las.

Mas realmente é o level design que mais me instigou aqui. Gostei tanto que inclusive voltei e peguei todos os colecionáveis e desbloqueei todos os desafios do jogo, simplesmente porque os segredos são geralmente escondidos de forma criativa. Não são obtusos o suficiente para precisar de um guia, mas também são cautelosos o suficiente para às vezes “passarmos batido” da primeira vez. Numa segunda corrida pela fase, prestando mais atenção a pistas do ambiente, vem aquele pensamento “ahhh espertinho, te peguei!” que adoro em jogos assim.

Flynn: Son of Crimson é o primeiro jogo da Humble Games já lançado no Xbox Game Pass, fruto de uma parceria entre as empresas, mas também já está disponível para PC, PlayStation e Switch. Perfeito para quem busca um jogo bastante tradicional, mas carismático e bem-feito.

Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm