Síntese: Gears 5 + Hivebusters - Neo Fusion

Gears 5 + Hivebusters

8 de janeiro de 2021

Com poucos jogos verdadeiramente next-gen disponíveis, eu tenho aproveitado a velocidade do Xbox Series X e a ampla biblioteca do Xbox Game Pass para experimentar uma grande variedade de jogos de gêneros distintos. Um jogo que não poderia faltar é Gears 5, que foi atualizado e otimizado para os novos consoles e que, em dezembro, recebeu o DLC Hivebusters gratuitamente para assinantes da versão Ultimate do serviço da Microsoft. Neste texto, falarei tanto da campanha principal de Gears 5, que joguei sozinho, quanto da expansão, cuja experiência foi compartilhada com dois amigos.

Curiosamente, o pensamento que prevaleceu durante meu tempo na campanha foi que este é o “Sony Game do Xbox” — com perspectiva over-the-shoulder, diálogos frequentes com companheiros de equipe e uma certa ênfase no desenvolvimento narrativo dos personagens, o jogo vai além do que a estética indica. O valor de produção aqui também é excepcional. As animações faciais não são tão impressionantes quanto em The Last of Us Part II, mas certamente são de alta qualidade, assim como as texturas, a iluminação e a direção artística. Esta última se destaca por ter evoluído tanto desde a era cinza-e-marrom do Xbox 360. Isso tudo está presente com uma imagem muito nítida e rodando a 60 fps (em todos os modelos de Xbox menos o One S), tornando tudo muito agradável de ver e controlar. Independentemente dos detalhes técnicos, saí do jogo com a impressão de que a The Coalition é um estúdio muito proficiente com a Unreal Engine e, além disso, que soube carregar a tocha de Gears deixada pela Epic Games.

Em contrapartida, eu também acho que talvez seja hora de aposentar a franquia Gears, ao menos por algum tempo. Por mais polida que seja a jogabilidade, é óbvio que há um esforço para tentar diferenciar o jogo de seus múltiplos antecessores, algo que nem sempre funciona. O maior diferencial nesta iteração são os segmentos de mundo aberto, em que podemos controlar um trenó e explorar diversos locais para completar missões primárias e secundárias. A ideia é legal a princípio, porém rapidamente se torna óbvio que, fora de locais pré-determinados (alguns óbvios e outros menos), não há nada de interessante para fazer durante a locomoção. Fica a impressão de que são apenas algumas fases menores isoladas, todas lineares, e a única coisa que podemos fazer é escolher a ordem na qual abordá-las.

Da mesma forma, o combate se sustenta principalmente porque as armas são divertidas e satisfatórias de usar, mas durante a campanha toda vemos os mesmos inimigos em combinações diferentes. O destaque fica com Jack, nosso companheiro robô, que tem várias habilidades para ajudar a equipe ou atrapalhar os inimigos, e que adiciona um bom tempero aos tiroteios. Em termos de ambientes, em certo momento podemos atirar no piso ou nas paredes para fazer inimigos caírem ou serem congelados, que é bem divertido, mas isso é apenas em um trecho do jogo.

Apesar da curta duração, a expansão Hivebusters consegue adicionar uma grande variedade de cenários e situações de combate bastante diferentes do que vimos na campanha principal. Os focos aqui são em combates estilo horda, em que devemos nos defender de uma enorme onda de inimigos, ou em situações que estamos “sobre trilhos” e inimigos atacam de todas as direções. Hivebusters é certamente melhor jogado com amigos, pois cada membro da equipe tem habilidades únicas e um bom uso dela é essencial para sobreviver aos encontros. Apesar da dificuldade um pouco elevada, eu diria que esta é uma ótima forma de experimentar o que Gears 5 tem para oferecer, para aqueles que não querem encarar a campanha inteira. Além disso, Hivebusters tem uma história contida e um elenco de personagens novos, ajudando a evitar o problema que eu tive na campanha — não saber o que diabos está acontecendo e demorar a me importar com os personagens.

Gears 5 está longe de ser ruim. O jogo é tecnicamente excelente e, depois de tantas iterações, o combate é polido e satisfatório. Porém, por mais que o jogo tente, ele sempre cai em uma previsibilidade que é quase inevitável depois de 15 anos ininterruptos da série. Termino todo o seu conteúdo extremamente impressionado com a The Coalition, mas com a impressão de que talvez seja hora de pendurar as metralhadoras-motosserra por um tempo.

Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm