É sempre interessante quando um jogo foca em culturas e locais pouco abordados pela mídia. Mesoamérica é a região que engloba a América Central e o sul do México e é o cenário de Itorah, jogo metroidvania desenvolvido pelo Grimbart Tales e publicado pela Assemble Entertainment lançado em 2021 e que chegou ao Nintendo Switch em 2023.
Para quem não sabe, jogos metroidvania são jogos, geralmente de plataforma 2D, que possuem mapas enormes cujo jogador é obrigado a explorar e encontrar novos itens e habilidades para conseguir progredir. Podemos dizer então que jogos desse tipo tem como essência um vai e volta pelo mapa e isso é um ponto importante para essa análise de Itorah.
O jogo conta a história de uma humana, Itorah, que acordou sem nenhuma lembrança e precisa descobrir porque ela é a única humana do mundo. Acompanhada de um martelo falante e de Aholi, uma coalinha ou bicho preguiça – um bicho fofinho – Itorah vai desbravar a selva e uma perigosa praga para encontrar respostas.
Quando tentei jogar Hollow Knight, meu primeiro metroidvania, fiquei completamente perdida. Claro que o intuito do jogo é exploração, mas eu não sabia o que fazer por não ter familiaridade com esse tipo de jogo e acabei sofrendo muito para conseguir jogar. Não existe esse problema em Itorah, pois o jogo te fala para qual direção você tem que ir.
Não sei se isso desclassifica o jogo como metroidvania para um fã assíduo do gênero, mas para quem nunca jogou pode ser um bom início. O título não exige muita exploração para progredir, raramente eu chegava ao destino e precisava voltar para encontrar uma chave ou habilidade que me permitisse progredir (vale ressaltar que não acho isso um ponto negativo, pessoalmente funcionou bem para mim).
Outro ponto é que a mecânica do jogo é extremamente simples. Correr e desviar de ataques consome stamina, o ataque é super simples – praticamente só apertar um botão – que evolui para alguns possíveis combos mais pra frente mas nada significativo. O gerenciamento da stamina não chega a ser um problema também, ainda mais sendo possível aumentá-la.
Ouso dizer que Itorah é um jogo fácil e, talvez, tedioso. Apesar dos cenários serem lindos (é bonito demais quando estamos contra o sol), o combate é extremamente repetitivo e não temos variedade de inimigos. Como a personagem nunca fica mais forte, não dá para aumentar ataque ou melhorar o martelo, os inimigos também nunca ficam mais fortes. Uma ou outra habilidade liberada (como pular e atacar para baixo) podem alterar a forma de matar alguns bichos mas nada relevante. Se eu quiser ficar o jogo todo apertando Y, eu consigo. O que vai exigir um pouco mais do jogador são os chefes. Cada um tem uma mecânica diferente mas não é nada que exija muitas tentativas para entender como derrotá-los.
Um grande problema que tive com o jogo na versão do Switch foi a queda de frame absurda. Em alguns momentos do jogo, a velocidade e o tempo de resposta é crucial. Quando a tela se mexia rápido demais, o jogo ficava travando e isso levou a falha da missão diversas vezes. Como muitas tarefas envolvem correr e pular, fiquei constantemente frustrada pelo travamento.
A história não possui uma grande trama que vai nos impressionar. Ela é agradável mesmo que um pouco lenta no começo. Consigo ver algumas pessoas desistindo do jogo porque se envolver demora mesmo. O que pode fazer um jogador persistir é o gráfico e a trilha sonora. Esse jogo é muito bonito. Os mapas, os jogos de luzes, o estilo de arte, tudo é muito lindo. A trilha sonora é muito gostosa também, ajudava a se concentrar no jogo e engajar nas batalhas com os chefões.
Acredito que para quem nunca jogou metroidvania, Itorah pode ser uma boa pedida para começar no gênero (mas vale lembrar que ele tem um começo lento). Se você já é jogador assíduo, e gosta de um grande desafio, talvez não seja a melhor opção por todas as facilidades que o jogo entrega.
Itorah está disponível para Playstation 4, Xbox One, PC, Mac e Nintendo Switch.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm