Síntese: Kingdoms of Amalur: Re-Reckoning - Neo Fusion

Kingdoms of Amalur: Re-Reckoning

24 de setembro de 2020
Cópia digital da versão de PC do jogo gentilmente cedida pela THQ Nordic.

Lançado originalmente em 2012, Kingdoms of Amalur: Reckoning é uma das maiores provas de como a má administração pode arruinar um estúdio e destruir até mesmo o trabalho de um “time dos sonhos”. Contando com a ajuda de talentos como o desenhista Todd McFarlane e o escritor R.A. Salvatore — nome bem conhecido do mundo de Dungeons & Dragons —, o game chegou às lojas surfando na onda do sucesso de The Elder Scrolls V: Skyrim e com pretensões bem expansivas.

Enquanto Reckoning cumpria um papel introdutório a esse novo universo de fantasia, a 38 Studios já planejava um MMO para torná-lo mais complexo e duradouro. No entanto, nem a parceria de publicação pela Electronic Arts nem o sucesso moderado de vendas fizeram com que o estúdio conseguisse pagar seus empréstimos ao governo de Rhode Island. O resultado foi a falência da empresa e o fim dos planos da série.

Eis que entra nessa história da THQ Nordic, empresa cuja filosofia de negócios é reviver séries antigas com uma fanbase dedicada, dar aquele “tapa no visual” e relançá-las em plataformas atuais. Se isso deu bons resultados na remasterização de Destroy All Humans e na sequência Desperados III, em Kingdoms of Amalur: Re-Reckoning as coisas são um tantinho mais complicadas. Esse relançamento pode ser o trabalho mais “básico” de atualização que vemos em tempos recentes. Aqui, parece que a THQ Nordic tinha orçamento somente para atualizar um pouco o jogo, sem se aprofundar em corrigir alguns problemas ou trabalhar em aspectos problemáticos da versão original. A seguir, serei o mais breve possível na hora de dividir as mudanças em três categorias.

Positivas:

  • mais ajustes de câmera e um campo de visão maior;
  • texturas em qualidade maior adaptadas até o 4K;
  • não é preciso mais fazer o login nos sistemas da Electronic Arts para o game funcionar direito;
  • interface adaptada a resoluções acima de 1080p (os textos não ficam mais pequenos em 1440p em diante);
  • alguns elementos de jogabilidade parecem ter sido corrigidos (como o sistema de influências) e passam a fazer mais sentido com o momento da história.

Mistas:

  • o novo sistema de iluminação muda completamente o “clima” do jogo. Pessoalmente gostei da caracterização mais sombria, mas isso acaba descaracterizando um pouco o universo original.

Negativas:

  • os menus originais permanecem e beiram o disfuncional (o sistema de conversas, por exemplo, é uma única bizarra entre Skyrim e Mass Effect);
  • não traz boas opções de ajuste de resolução, especialmente se você estiver usando um monitor 1440p e quiser jogar em 1080p;
  • O tempo de carregamento entre áreas se tornou notavelmente maior, mesmo usando SSD como forma de armazenamento do jogo.

Em geral, ao menos jogando no PC, Kingdoms of Amalur Re-Reckoning não parece um grande avanço. A interface adaptada a resoluções maiores é muito bem-vinda mas, caso você tenha um monitor Full HD, esse não é um aspecto que traz uma diferença realmente notável. Da mesma forma, pequenas comodidades (como não ter mais que fazer login nos servidores da Electronic Arts) não justificam ter que “dar douple-dip”, mesmo com o desconto oferecido pela THQ Nordic.

No entanto, se essa é a sua primeira experiência com a série, sem dúvida faz mais sentido começar por Re-Reckoning — que reúne todos os DLCs lançados até agora — do que pelo original. Não somente isso deixa você pronto para os conteúdos adicionais futuros, como há a garantia de maior compatibilidade com futuros upgrades em seu setup.

Kingdoms of Amalur: Re-Reckoning deve ser mais encarado como uma forma mais fácil de jogar um bom game de 2012 — que envelheceu bastante em alguns aspectos — do que uma remasterização no nível da que vimos em Destroy All Humans. Isso não é necessariamente negativo, mas é algo a se levar em conta se você ainda tem pendências com títulos mais consagrados do mundo dos RPGs.

Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm