Desenvolvido pela Variable State (mesmo estúdio de Virginia) e publicado pela Annapurna Interactive, Last Stop é um jogo de aventura narrativa no qual o que determinará os rumos da história apresentada serão suas escolhas durante os diálogos, e já adianto aqui que o jogo tem mais de um final possível que pode ser feito sem ter de repetir o jogo inteiro.
Diferentemente de Virginia, esse é um jogo em terceira pessoa onde, em alguns pontos, é possível controlar os personagens da narrativa. Os personagens têm extrema importância, portanto gostaria de falar um pouco mais sobre cada um deles. Donna, por exemplo, é uma estudante vivendo o auge da adolescência. Sendo assim, ela busca por um pouco mais de liberdade, mas sua irmã mais velha e muito protetora acaba sufocando os planos da jovem. Acompanhada de seus amigos Becky e Vivek, acabam acidentalmente sequestrando uma pessoa misteriosa, resultando em uma investigação um pouco desastrosa.
John é um pai solteiro de meia idade que aparenta estar cansado o tempo todo, não só fisicamente como também psicologicamente — afinal, ele precisa criar sua filha e se encontra afogado em dívidas. Seu caminho acaba cruzando-se com o de Jack, seu vizinho, que é um jovem empregado por uma desenvolvedora de jogos. Um acontecimento bem inesperado força os dois a trabalharem em conjunto pelo mesmo objetivo. Meena, por outro lado, trabalha em uma organização que aparenta ser um serviço secreto. Ambiciosa, sempre coloca seu trabalho em primeiro lugar, deixando de lado sua família — principalmente porque no momento ela precisa competir com uma colega de trabalho por uma promoção, o que ocasionará em decisões questionáveis.
Toda essa narrativa tem como cenário a Inglaterra atual, e o jogo é dividido em episódios, sendo que durante cada um deles é necessário jogar a linha narrativa de cada um dos personagens, não importando a sequência de escolha de cada um dos três. É obrigatório, porém, jogar com todos eles para dar continuidade à história. O menu de escolhas de cada um deles é bem criativo e bonito, o que de certa forma traz um charme a mais no jogo.
Em certo ponto do jogo. esses três caminhos se cruzam de alguma forma, explicando como e por que a importância de cada um na narrativa. Isso acontece de uma maneira até que natural sem elementos forçados — além de que, durante a história, alguns pontos de discussão são interessantes e até mesmo atuais, como a cultura de crunch durante o desenvolvimento de algum jogo. Mesmo que o jogo siga de maneira simples e consistente para contar a aventura, o final pode deixar algumas amarras soltas e até mesmo gerar muitas dúvidas ao jogador. Se isso é proposital para que se crie interpretações diversas ou não, cabe a cada jogador chegar a essa conclusão ou até mesmo dar margem para uma possível continuação. Eu particularmente como jogadora senti que o desfecho deixou muito a desejar.
O jogo segue uma linha bem simples de jogabilidade, não se destaca com elemento algum de puzzle e tem como seu maior foco narrar três cotidianos de pessoas com personalidades e comportamentos totalmente diferentes. Os mistérios que compõem o jogo também entram como seu maior foco, afinal o jogador ficará inclinado pela curiosidade em descobrir como terminará a história de cada um. Em suma, o jogo é bem curto, levando de 6 a 7 horas para ser concluído (ou até mesmo menos que isso dependendo do ritmo de cada jogador). O que também anima muito é que o jogo está totalmente traduzido para PT-BR, com uma localização impecável. É um prato cheio aos amantes de jogos narrativos, sendo o mistério o maior motivador para se deixar levar.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm