Um dos conceitos da Física mais difundidos em nosso linguajar cotidiano é a Relatividade. De uma forma bem simplista e intencionalmente ingênua, Albert Einstein a explicava dando exemplos sobre como o tempo parece passar de formas diferentes para cada um de nós. Em Superliminal, porém, é o espaço que assume esse caráter relativo e associado a pontos de vista.
Preso dentro de um emaranhado de sonhos e controlando um personagem em primeira pessoa, seu objetivo é sair desse tratamento que se torna cada vez menos terapêutico e cada vez mais bizarro. Isento de super-poderes, você deve estar sempre atento a sua volta e cultivar a experimentação, fazendo uso correto dos objetos realçados a sua volta.
No início de suas aproximadas cinco horas de campanha, Superliminal me remeteu bastante às sensações evocadas em obras como The Stanley Parable e Antichamber. Entretanto, à medida que fui entendendo a mensagem da corporação Somnasculpt (e seus experimentos oníricos manifestados em forma de puzzles), essas primeiras impressões foram se afastando. Apesar de bons desafios e da constante presença de um narrador-observador, o jogo passa longe de ser um primor nos âmbitos metalinguístico e estrutural.
A cópia da cópia de uma cópia. Entendeu a referência?
Entre as operações que podem ser realizadas estão a projeção de elementos sobre superfícies, alinhamento de figuras, replicação, encaixe de padrões e, é claro, reposicionamento de objetos. Coloridos por tons que escurecem gradativamente rumo à conclusão narrativa, os cenários apresentam uma quantidade limitada de recursos — o que também limita o escopo das soluções. Para mim, esse também é o maior defeito do jogo: impedir certo nível de imprevisibilidade e criatividade por meio de ferramentas já apresentadas e (supostamente) internalizadas pelo jogador — por mais que eu entenda que o mundo que se desdobra é controlado por forças externas.
A trilha sonora é bem sutil e se destaca nos intervalos mais contemplativos. A sonoplastia, assim como a sinalização de cores e formas, auxilia o jogador a entender se está no caminho certo por meio de um feedback agradável. Outro ponto importante são os idiomas (que incluem português brasileiro) e a opção de desligar o balanço de câmera, um elemento que pode incomodar pessoas mais sensíveis a movimentos suavemente repetitivos. A versão de Switch, porém, tem seus problemas de desempenho referentes a framerate e carregamentos excessivamente longos.
Não deixe que seus olhos te enganem: mude sua perspectiva para resolver os enigmas.
No fim, Superliminal não se trata de uma obra-prima do gênero, mas encanta em alguns momentos com quebras-cabeças inteligentes e uma mensagem final bem positiva. Resta-nos saber se você quer viver para sempre esse sonho ou acordar para a triste realidade que vivemos atualmente.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm