Síntese: Tape: Unveil the Memories - Neo Fusion

Tape: Unveil the Memories

18 de novembro de 2022
Testamos Tape a partir da versão PS5 cedida pela publicadora via Jaleo PR. Tape possui um aviso de conteúdo sensível e possível gatilho.

Como um grande entusiasta de cinema e apreciador de histórias e filmes de terror, posso dizer que a ideia por trás de Tape: Unveil the Memories é, no mínimo, interessante. Neste debut do estúdio indie espanhol BlackChilliGoat Studio, assumimos o papel da jovem Iria, residente da cidadezinha de Antumbria, parte de uma comunidade galega ao noroeste da Espanha, em idos de 1997.

Certo dia, após despertar de um cochilo noturno pelo telefone tocando, Iria encontra uma fita VHS endereçada a ela por seu pai, um renomado diretor de filmes de terror que sumira anos antes. Ao assistir à tal fita, com uma mensagem de seu velho, a jovem é transportada para um hospital numa cena que transpira ares meio Twin Peaks, meio P.T, e se vê diante de um grande mistério que envolve segredos obscuros e cruéis de sua própria família e o desaparecimento de seu pai.


Obviamente, Tape se trata de um jogo com uma gigantesca ênfase em seu mistério principal e sua narrativa como um todo. Por conta disso, não elaborarei muito para evitar spoilers, mas não posso deixar de citar que é justamente essa história a maior força dele.

Quase tudo em Tape gira em torno do universo de Iria e sua relação com seu pai. Nos primeiros momentos do jogo, antes de encontrarmos a fita, é possível explorar a pequena casa da garota e notar como o pai exerceu forte influência sobre a filha. De pôsteres a caixas de filmes de terror até coleções de revistas sobre cinema, vemos que a jovem é tão entusiasta quanto seu velho e é aí que o jogo também brinca com referências a clássicos do cinema, citando filmes como Noite dos Mortos-Vivos, O Iluminado e O Bebê de Rosemary. É um toque divertido, para não dizer fofo.

O grosso do gameplay se desenrola naquela realidade distorcida para a qual Iria é transportada após assistir à fita de seu pai. No primeiro estágio, encontramos uma câmera Super 8 que se torna a principal ferramenta do jogador. Dotada de uma função de avançar o tempo, rebobinar, voltando alguns segundos, ou simplesmente pausar o tempo em determinado instante, é com essa câmera que resolvemos os inúmeros puzzles espalhados pela jornada de mais ou menos 3 horas que o jogo propõe.


Os puzzles começam simples, não mais do que o ato de rearranjar móveis espalhados pelo cenário (e com espalhados eu quero dizer flutuando ou bloqueando passagens), mas logo se tornam mais elaborados, apesar de não serem tão difíceis ou variados. Também somos apresentados a um monstro que nos persegue durante toda a jornada e, por algum motivo, me lembra um Big Daddy do Bioshock, mas com um design literalmente mais fílmico.

É com esses elementos que Tape começa a me perder um pouco. A ideia do jogo, embora sólida e instigante, ainda me pareceu um pouco crua em sua execução. Talvez seja questão da variedade de puzzles não ter me animado; talvez seja por eu achar que a presença desse monstro perseguidor é meio cansativa, mas a conclusão factual é que esses pontos ficaram um pouco enfadonhos pra mim.

O que não ficou chato, no entanto, é que Tape se esforça bastante para entregar uma trama genuinamente legal de acompanhar – o que parece ter sido realmente a maior ênfase do projeto. É impossível ignorar toda a atenção dada aos elementos mais “terror” da aventura, bem como pequenos toques como certos sons que tocam ao interagirmos com documentos ou itens do cenário. Talvez, até por isso, o jogo tenha recebido um modo “narrativo”, no qual o jogador pode se preocupar apenas com a história e os quebra-cabeças, ignorando o monstrão.



Enfim, para um título inicial de um estúdio pequeno e novo (o BCG Studio foi fundado em 2018), Tape se mostra um experimento interessante e é notório que seus desenvolvedores estão de olho na recepção do título para que possam melhorar em seus futuros projetos. A ver.

Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm