Você é um viajador espacial que encontra-se em um planeta misterioso. Ao seu redor, tudo parece ser construído para gigantes, mas a população que habita o local são pequenos insetos. Por algum motivo, a humanidade sumiu do planeta Terra e agora precisamos construir uma nave espacial usando objetos domésticos para voltar para o nosso planeta de origem.
A premissa de Tinykin é… quase a mesma de Pikmin, lá de 2001. E, assim como o jogo de título similar da Nintendo, usamos um exército de bichinhos para nos ajudar a navegar essas fases monumentais e conquistar nossos objetivos. Porém, enquanto Pikmin é um jogo de estratégia e gerenciamento de recursos, Tinykin é estruturalmente mais parecido com os jogos de plataforma collectathon dos anos 1990. Muitas vezes me lembrei do clássico Toy Story 2: Buzz Lightyear to the Rescue, com a transformação de ambientes quotidianos em divertidas fases para explorar.
O curioso é que Tinykin é completamente isento de combate. Até mesmo o aspecto de plataforma não impõe muitos desafios, então eu diria que este é um jogo que evita conflitos e atritos. Com umas seis horas de jogo, senti o tempo voar, pois estava constantemente entretido com os cantinhos para explorar de cada fase. Por essa mesma ausência de atrito, é até bom que o jogo não seja muito longo, pois provavelmente começaria a se tornar repetitivo. A equipe fez um ótimo trabalho de dosar o número de fases e os tamanhos delas.
Os próprios tinykins, porém, acabam não tendo um papel tão fundamental no desenrolar do jogo, me parece. Sim, estamos constantemente os usando para carregar objetos, destruir caixas e escalar alturas, mas também me parece que essas atividades poderiam ser cumpridas por itens. Não há aqui um gerenciamento do bem-estar dos bichinhos (como há em Pikmin e até mesmo The Wild at Heart, outro Pikmin-like). Pelo contrário, os tinykin vermelhos, que são explosivos, são realmente usados como munição e morrem com o uso. Também não é muito claro narrativamente como que eles se encaixam neste mundo — fora o professor que serve de guia, outros personagens sequer citam a existência das criaturas.
As fases passam entre sala de estar, quarto, banheiro, cozinha, sala de estudos e sala de jogos. Pensamos nesses ambientes de forma inusitada, devido à escala monumental de tudo, mas é justamente esse aspecto de familiaridade distorcida que parece me intrigar tanto. Minha missão favorita foi assar um bolo na cozinha, que exigiu navegar pela fase toda em busca de ingredientes. É divertido pensar como a ação de buscar manteiga na geladeira pode se tornar uma atividade num videogame.
Tinykin é um jogo sem nenhum combate e sem puzzles particularmente desafiadores, mas que mantém o jogador engajado pela pura curiosidade. Há um aspecto nostálgico para aqueles que cresceram jogando collectathons, mas também é um jogo excelente para introduzir uma nova geração de jogadores a alguns conceitos antigos.
Adiciono aqui uma síntese dentro da síntese: poucos dias antes do lançamento de Tinykin, joguei o jogo anterior da mesma equipe, Splasher. Este é um jogo de plataforma meio Super Meat Boy com Super Mario Sunshine, usando três tipos de fluido para se locomover. É um jogo energético e divertido, mesmo que por horas difícil e um pouco frustrante. Recomendo conferi-lo também — os dois jogos são completamente diferentes mas visivelmente compartilham um DNA de alta qualidade.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm