Desenvolvido pela Mega Cat Studios, Wrestlequest é um RPG que é tanto sobre o mundo da luta-livre quanto é sobre a experiência de brincar “de bonecos” que muitas pessoas tiveram. Isso porque ele é um jogo essencialmente estrelado por brinquedos que se levam muito a sério e que querem se sagrar como verdadeiros heróis dentro dos ringues.
Isso significa que as figuras de lutadores como Randy “Macho Man” Savage aparecem não como os lutadores reais que eram, mas sim como suas representações na forma de brinquedo. Isso abriu espaço para que os desenvolvedores do game criassem diversas brincadeiras, que incluem transformar dinossauros e outros tipos de bonecos em lutadores e NPCs.
No título, acompanhamos a história de diversos lutadores iniciantes que querem se sagrar como grandes nomes dessa grande caixa de brinquedos. Para isso, eles vão ter que conquistar seus espaços entre os dois grandes grupos rivais que dominam esse mundo, ao mesmo tempo que aprendem que não é só a habilidade dentro do ringue que faz um nome ser grande.
Toda essa história é contada na forma de um RPG bem tradicional, que transforma golpes dignos da WWE em movimentos especiais. Em cada turno você pode fazer ataques normais e jogar seus inimigos nas cordas (o que dá uma nova chance de causar mais dano), realizar golpes especiais e até mesmo bolar combinações de duplas e trios.
A combinação certa de ataques e defesas gera empolgação na torcida, o que destrava novas opções de combate e garante bônus variados durante a luta. A sensação que fica é a de estarmos jogando algo como Mario RPG, com a diferença de que o aperto de botões em momentos certos é trocado por frequentes Quick Time Events (QTEs).
Apesar de funcionar a maior parte do tempo, Wrestlequest acabou se mostrando um tanto frustrante no tempo que consegui passar com ele. E é justamente esse um dos motivos pelos quais este texto não é um review completo. Mas vou explicar isso um pouco mais à frente no texto.
Enquanto achei a história principal interessante, ela peca pela falta de ritmo e por demorar a dar um direcionamento para seus personagens. O jogo demora muito para estabelecer seus protagonistas, e costuma fazer a transição entre eles logo quando uma história estava começando a empolgar.
Com isso, fica a sensação de que o roteiro poderia ter sido um pouco mais bem-planejado para que os momentos de baixa surgissem somente após o fim de um arco narrativo ou fossem usados de forma a criar uma tensão eficiente. De forma semelhante, os combates também parecem se arrastar mais do que o necessário, com algumas lutas se estendendo por muito mais turnos do que seria legal.
Isso não quer dizer que Wrestlequest é um jogo difícil, muito pelo contrário. A crítica fica pelo fato de que muitos inimigos são verdadeiras “esponjas de balas” e demoram tempo demais para serem derrotados. Ao mesmo tempo, eles não causam dano suficiente para serem uma verdadeira ameaça ou algo emocionante de confrontar.
Enquanto alguns facilitadores do jogo — como sempre causar o máximo de dano e se tornar invencível — eliminar esse problema, eles causam outro. No lugar de um desafio mínimo, eles transformam as batalhas em algo que está ali só para ocupar o tempo. Seria mais elegante se a Mega Cat Studios desse a opção de acelerar os combates ou evitá-los completamente, o que ajudaria a solucionar um pouco o problema de ritmo.
Infelizmente, não tenho como dizer se os momentos mais avançados do jogo compensam esses problemas. Isso porque não fui capaz de aproveitar o game tempo suficiente para me considerar apto a fazer um review da aventura — e isso é culpa do próprio título, que não me deixou avançar além de determinado ponto.
Na área problemática em questão, Wrestlequest decidiu me enviar para fora dos limites exploráveis do cenário ao fim de todas as batalhas que travei. Enquanto em algumas delas consegui ir para outra tela — e normalizar a exploração desde então —, cheguei em uma na qual isso não era mais possível.
Dada a impossibilidade de evitar as lutas que causavam o problema, me vi incapaz de progredir na história, o que colocou um fim nas minhas aventuras com o jogo até o momento. Espero que, até o momento em que ele for lançado oficialmente, esse problema tenha sido resolvido. Enquanto isso, estou limitado a compartilhar somente essas impressões incompletas sobre a versão da aventura para PC.
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm