Análise: A Little to the Left - Neo Fusion
Análise
A Little to the Left
29 de novembro de 2022
A Little to the Left foi analisado no Nintendo Switch a partir de uma chave digital concedida pela Secret Mode

A Little to the Left é um game sobre algo que eu deveria passar mais meu tempo fazendo do que jogando games: organizando e arrumando coisas. No entanto, se a ideia parece meio chata a princípio — como toda tarefa de casa acaba sendo em certo ponto —, na prática esse se tornou um dos games mais prazerosos que testei em 2022.

Ele faz isso ao compactar as pequenas tarefas em desafios que, em geral, podem ser vencidos em menos de cinco minutos. Com uma interface bastante limpa, o jogo deixa que você adivinhe o que é preciso fazer, algo que nunca é difícil: basta mexer um pouco com os objetos em tela para descobrir se é preciso organizá-los por ordem de tamanho, por cor ou simplesmente dar uma limpadinha em patas de gato.

Além de apresentar os desafios em ordem crescente de dificuldade, o game também apresenta diversos temas conforme o jogador avança em sua “história”. Enquanto em um momento você está organizando itens da dispensa, em outro está lidando com objetos comuns da casa, depois de passar certo tempo trabalhando no jardim.

A Little to the Left é um jogo para relaxar

A Little to the Left se destaca tanto pelo fato de que seus desafios são bastante leves e tocam em uma área do cérebro que sente prazer pela organização de coisas, quanto por nunca dificultar a vida do jogador. Se você está tendo dificuldades em um quebra-cabeças, por exemplo, dá sempre para conferir uma dica do que é preciso fazer.

Esse recurso está disponível sem nenhuma espécie de restrição ou punição. O game não está preocupado em atribuir uma pontuação para suas ações, ou comparar sua velocidade de resolução com a de outros jogadores. Ele só quer proporcionar pequenas doses de organização prazerosas, e, se você precisar de um pouco de ajuda, isso não é um problema.

A Little to the Left

Da mesma forma, é possível pular qualquer desafio (e voltar a ele depois) sem nenhuma restrição. Isso significa que o jogador não vai se ver barrado de acessar alguma área do jogo ou um puzzle de sua preferência, simplesmente porque não teve a paciência — ou a capacidade de raciocínio — para organizar uma caixa de ferramentas ou entendeu a ordem em que três copos devem ser organizados.

O mais legal é que todas essas ferramentas de suporte não fazem com que A Little to the Left se torne um jogo chato ou desinteressante. Muito disso é mérito de como os desafios são organizados, variando de dificuldade para manter o jogador sempre engajado e satisfeito por seu progresso.

Isso significa que, para cada 10 minutos que você passa tentando colocar cada peça de uma oficina em seu lugar, vai encontrar um desafio de 30 segundos em que basta alinhar os desenhos em uma parede ou organizar os talheres sobre a mesa. É tudo tão equilibrado que o jogo nunca mantém uma tensão muito grande, ao mesmo tempo em que não entrega tudo com facilidade a ponto de as coisas ficarem desinteressantes.

A Little to the Left

Minha maior crítica ao game é que, assim como todo título do gênero puzzle, as fases vencidas ficam desinteressantes assim que você as solucionou uma vez — o que, convenhamos, é um problema inescapável. Da mesma forma, os controles com botões do Switch não são muito ágeis, então recomendo jogar usando a tela de toque do portátil — ou com mouse, caso você opte pela versão do PC.

A Little to the Left tem toda as qualidades de um bom jogo casual. Ao mesmo tempo desafiante e relaxante, o game entrega pequenas doses de desafios que podem ser encaradas sem nenhuma restrição de tempo ou pressão por desempenho. Isso permite tirar o máximo prazer das tarefas de arrumação disponíveis, que são muito bem balanceadas e divertidas. Só queria que eu tivesse esse mesmo prazer arrumando a casa no fim de semana.

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Comentários

Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.

O sorteio vai ser ao vivo via live???

Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)

Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.

Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png

cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...

Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público

Agora sim vou ter meu switch o/

Sim!

Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?

Reativei minha conta só pra promoção kkkk

Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte

Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!

Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.

sera que agora ganho o

Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.

Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?

Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!

Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)

Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?

? vou seguir o Renan aqui tbm