Mario Kart 8 Deluxe recebeu a segunda parte (de oito prometidas ao todo) do seu DLC, agora chamado de Booster Course Pass – Wave 2. Sim, conteúdo adicional para uma versão melhorada de um jogo que já tinha recebido pistas, veículos e personagens vendidos à parte.
Nós publicamos a análise do Booster Course Pass – Wave 1 aqui no Neo Fusion e concluímos que, até aquele momento, não valia a pena adquirir o pacote de DLC. Será que agora, com a adição de oito pistas ao catálogo que já conta com 56, a opinião mudou? Infelizmente não será desta vez! Continue a leitura para entender por quê.
A referência a “um minuto” se encaixa bem para esta pista, que, como qualquer outra do Mario Kart Tour, é bem curta. Além do seu comprimento, outra característica das pistas de MK Tour é ter variações de caminhos a cada volta, passando por trechos por onde não se passou antes.
A Nintendo colocou vários pontos molhados no chão, que dão um efeito legal com os reflexos. As construções também são bem iluminadas, dando um bom contraste com a noite de Nova Iorque. Mas, tal qual já vimos em outras pistas do Tour, os objetos do cenário são feitos com uma baixa quantidade de polígonos e detalhes, além das texturas fazerem tudo parecer feito de plástico, da grama aos prédios.
Esta pista do Super Mario Kart — o primeiro da série, para o Super Nintendo — já tinha sido (muito bem) recriada para o Mario Kart Wii, lançado em 2008. Maior, larga o bastante para caber 12 corredores e vários itens espalhados pelo asfalto, SNES Mario Circuit 3 não mudou muito para chegar ao Nintendo Switch.
Exceto por alguns poucos detalhes visuais, como blocos suspensos em algumas curvas, o circuito está exatamente igual, incluindo o plano de fundo com as montanhas verdes de Super Mario World (jogo do Mario para Super Nintendo). A impressão é que se trata de um jogo de Nintendo Wii em alta definição, trazendo consigo detalhes aceitáveis… na segunda metade dos anos 2000.
Esta é uma icônica pista do Mario Kart 64, com cenário de deserto e com um trem que a corta e é bem-sucedido para atrapalhar os corredores em ao menos uma das suas três voltas. Foi recriada e bem adaptada para Mario Kart 7, do Nintendo 3DS. Depois de ter saído em Mario Kart Tour sem mudanças significativas, volta a aparecer no Booster Course Pass — Wave 2.
O desenho criado em MK7 adicionou à pista seções opcionais de planador, que podem servir como bons atalhos. O ponto alto fica para a segunda volta, que traz uma mudança de percurso obrigatória: agora os corredores precisam passar por dentro do túnel do trem, podendo inclusive competir com ele por espaço. A mudança é tirada de MK Tour, mas neste caso é positiva por ser algo novo para a série.
Contudo, como não houve modificações na pista, o espaço disponível entre o trem e as paredes do túnel é pequeno, sendo mais fácil que o jogador colida com algum vagão do que com itens deixados por outros personagens. As texturas são simples e os objetos do cenário são pouco detalhados, mesmo as montanhas do deserto.
Esta é a pista mais bonita do DLC até o momento, considerando as duas ondas. Sim, os gráficos deixam a desejar, com aquelas texturas que fazem tudo parecer feito de plástico e objetos com geometria simplificada. Contudo, a direção artística pesa bastante para beneficiar este circuito.
Original do Mario Kart DS, Waluigi Pinball foi refeita para o Mario Kart 7, aparecendo depois no MK Tour e, agora, em Mario Kart 8 Deluxe. A pista é adorada desde a sua primeira aparição, o que justificaria poucas modificações desde sua versão de Nintendo 3DS, mas poderia ficar ainda melhor se as características do Mario Kart do Wii U/Switch fossem consideradas.
Ainda assim, é uma pista bonita de se ver, graças às luzes neon, reflexos e à figura de Waluigi ao final. Um intenso show de cores!
A esta altura, já estão ficando repetitivas as críticas às pistas do Booster Course Pass e, principalmente, àquelas originais do Mario Kart Tour. Tour Sydney Sprint é curta como as demais, com texturas das mais simples e que fazem o jogo se parecer como uma remasterização tirada direto do Nintendo Wii ou do Nintendo 3DS. A bonita cidade australiana poderia ser muito mais bem representada, caso os gráficos estivessem à altura da capacidade do Nintendo Switch.
Ainda que a Casa de Ópera de Sydney e a Ponte do Porto, dois grandes cartões postais da cidade, não sejam tão impactantes no jogo, ao menos o tom alegre da música utilizada para a pista faz valer a pena umas voltas.
A primeira pista de neve do Booster Course Pass, mas não a primeira oportunidade perdida pela Nintendo. Desnecessário falar que os visuais passam longe do esperado, mas ainda é relevante o descaso que a Nintendo teve com seu próprio jogo. GBA Snow Land, original do Mario Kart: Super Circuit, tem uma curva com uma grande poça de água que atrapalha os corredores desatentos.
Diferentemente do que foi feito em GCN Sherbet Land, aqui a Nintendo resolveu não fazer nada, ao invés de colocar toda uma seção de pista debaixo da água, o que a tornaria mais interessante. O resultado é que, das 16 pistas já lançadas do DLC, nenhuma possui qualquer trecho subaquático.
Se o Nintendo Wii fosse um videogame com a capacidade de gráficos em alta definição, assim seria um jogo lançado para ele. Wii Mushroom Gorge é uma pista ótima, com bastante variação (com retas, curvas e partes pelo ar), e que também não recebeu modificações desde seu relançamento em Mario Kart 7.
Se em 2008 estes visuais pareceriam de ponta, hoje são elogiados apenas se a finalidade for rodar o jogo com fluidez em celulares e tablets… e é justamente isso o que a Nintendo fez, sem levar em conta que o Switch é uma máquina própria para rodar jogos.
Quando do anúncio da data de lançamento do Booster Course Pass — Wave 2, a Nintendo destacou que uma das oito pistas que seriam disponibilizadas seria nova, não retrô. Sim, porém apenas por uma questão de dias, já que pouco após o lançamento deste pacote Sky-High Sundae chegou a Mario Kart Tour, indicando que para este jogo o circuito foi originalmente pensado. O que não seria, por si só, algo ruim, não fosse a falta de nexo com o material original.
Após receber duras críticas pela falta de seções com anti-gravidade na Wave 1, já que esta é a grande novidade na jogabilidade de Mario Kart 8, a Nintendo “resolveu” o problema na Wave 2: colocou o recurso em uma pista inteira — e apenas nela. Os visuais não se destacam, e o pior fica mesmo para o desenho do percurso, que possui ladeiras íngremes com saltos em seus picos, e a câmera do jogo não permite que o jogador veja onde está o chão, de forma que se torna comum a queda no precipício, principalmente quando há vários jogadores.
Após o segundo lançamento neste DLC, a conclusão óbvia é a de que a Nintendo não foi totalmente honesta quanto ao que se deveria esperar do Booster Course Pass. Melhorias foram, sim, feitas, mas devido ao histórico de Mario Kart 8 desde 2014, com pistas incríveis e DLC no mesmo nível — como já explicamos na análise da Wave 1 —, o mínimo que uma empresa como a Nintendo deveria entregar era um trabalho grandioso. Não aconteceu.
Percebe-se certo esforço da dona do Switch em melhorar os visuais da Wave 2 em comparação à Wave 1. No entanto, ainda é um esforço minúsculo, visto que todas as 48 pistas presentes inicialmente em Mario Kart 8 Deluxe possuem não só gráficos muito melhores, como também possuem uma direção artística diferente do que é entregue com o Booster Course Pass.
Ao anunciar que o espetacular Mario Kart 8 Deluxe receberia, por DLC, 48 pistas lançadas originalmente em jogos anteriores da série, o mínimo que se esperava era algo do nível Wii Wario’s Gold Mine ou 3DS Neo Bowser City, que possuem ótimos visuais. A Nintendo, claro, sabia da expectativa dos fãs, mas não esclareceu que na verdade se tratava de um port de pistas do Mario Kart Tour. Ou seja, todas as 16 pistas lançadas até o momento foram feitas para o jogo de plataformas móveis e, só então, transportadas para funcionarem no jogo de Switch.
Ao não deixar claro desde o início do que se tratava, a Nintendo pode ter induzido a erro muitos consumidores. O que chamamos, justamente, de propaganda enganosa. No fim, fica a pergunta: onde está a tão elogiada genialidade da Nintendo? Porque no Booster Course Pass que não é!
Comentários
Olha... excelente texto. Esse é um problema que eu já vinha discutindo em meus círculos de amizade ha um bom tempo. Isso fica ainda mais evidente quando percebe-se a necessidade das grandes publishers de seguirem tendencias mais lucrativas não afetam apenas o game design em si, mas também as temáticas, narrativas, e até mesmo a direção de arte dos games. Vide a enxurrada de jogos de zumbis que tivemos na geração passada... Por falar em indies, eu vejo muito potencial para que os próximos AAA inovadores saiam deles. O orçamento ainda é um problema, mas financiamento coletivo já é uma realidade. Acredito que equipes extremamente competentes e comprometidas consigam levantar fundos para levar adiante o desenvolvimento de jogos desse nível.
O sorteio vai ser ao vivo via live???
Obrigado Igor! Seja bem-vindo ao Nintendo Fusion :)
Rapaz, que texto foda! Parabéns Renan! Fico cada mais feliz em ser Nintendista em tempos como esse (apesar de ainda não ter um Switch), saber que a Nintendo rema pesado contra essa maré cheia de lixo. Recentemente o designer da BioWare, Manveer Heir (Mass Effect) compartilhou que a EA só tem foco mesmo nas microtransações, que ainda viu gente gastando 15 mil dolares com cards de multiplayer do Mass Effect 3. Pra piorar agora tem o sistema de Loot Box, que está na moda, e a Warner empolgou com o Shadow of Mordor. Loot Box pra fechar campanha ou pra tentar competir online nos jogos, pra mim isso é praticamente o fim. A única esperança que tenho nessa industria que amo tanto são mesmo nos indies, Nintendo e algumas empresas. Espero que a Activision não estrague a Blizzard, pq apesar de Overwatch ter Loot Box, são completamente cosméticos, e eu acho isso bom até, pq jogar pra desbloquear coisas visuais é muito mais interessante e prazeroso que jogar pra tentar a sorte com um item específico pra ser mais competitivo com upgrades no status do personagem.
Não aparece para você no começo do texto? https://uploads.disquscdn.com/images/b809b035a7e4e21875dfe6af44cc2d10dccbe7c3eea556e1be57fe8018d72a32.png
cadê o tal formulário do Gleam? não vi link nenhum no texto... tá mal explicado isso...
Das publicadoras de games, a EA é sem duvidas a pior. Não foi atoa que foi escolhida como a pior empresa americana por dois anos consecutivos. Não quero parecer um hater, mas é essa filosofia de shooters multimilionários, com gráficos de ponta e extorquimento de dinheiro dos consumidores é que vai fazê-los fechar as portas. Isso fica evidente com o “apoio” da empresa ao Switch, não souberam mais uma vez ler o sucesso do console, e repetem os mesmos erros de uma década: investir pesado em gêneros supersaturados. E é interessante notar como o Iwata foi capaz de enxergar uma realidade mais de uma década á sua frente, e feliz que cada vez mais empresas adotam essa estratégia: jogos de menor orçamento e maior foco no público
Agora sim vou ter meu switch o/
Sim!
Qual é a exceção "imperdoável"? Chrono Trigger?
Reativei minha conta só pra promoção kkkk
Cara, não uso Twitter. Até tenho, mas nem lembro senha nem nada. Vamos ver se tenho sorte
Parabéns à todos nessa nova empreitada, o site é promissor!
Acho que o único defeito desse game foi ter requentado muitas fases, poderia ter sido apenas a GHZ, por exemplo. Mas fora isso é impecável.
sera que agora ganho o
Precisa compartilhar no Facebook. Nos outros lugares é opcional.
Eu preciso compartilhar o sorteio pelo facebook? Ou é preciso compartilhar em outro lugar?
Felipe Sagrado escreva-se em tudo para aumenta a change brother!!!!
Você pode participar sim, só não vai poder obter os dois cupons relacionados ao Twitter. :)
Boa tarde. Eu não uso o Twitter, então gostaria de saber se isso impede minha participação ou só diminui minhas chances?
? vou seguir o Renan aqui tbm